segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A EDUCAÇÃO DA LEALDADE


A EDUCAÇÃO DA LEALDADE Descrição operativa (como funciona) “Aceita os vínculos implícitos em sua adesão a outros -amigos, chefes, familiares, pátria, instituições, etc.- de tal modo que reforça e proteja, ao longo do tempo, o conjunto de valores que representam”. A MANEIRA PESSOAL DE VIVER A LEALDADE 1. Reconheço os vínculos que tenho como consequência de ser filho de Deus e, portanto, como resultado do direito natural. (A lealdade requer reflexão. Não é uma virtude fácil, nem uma questão de emoções nem de sentimentos. Inicialmente, é necessário reconhecer os vínculos implícitos em ser uma pessoa, um ser sociável com necessidade de melhorar e crescer durante toda a vida e de ajudar aos demais a fazer o mesmo). 2. Reconheço os vínculos que adquiri como consequência de determinados pactos ou promessas formais ou implícitas. (A lealdade ao cônjuge é devida e a chamamos fidelidade. A lealdade também é devida na amizade, ainda que não haja promessas formais). 3. Sou consciente dos valores que sustentam os vínculos que adquiri. (Por exemplo, no matrimônio os valores serão a melhora constante do cônjuge, e a procriação e a educação dos filhos. Em uma equipe de esporte tratar-se-á de defender a amizade, o companheirismo, o bom agir, e não o “ganhar a todo custo”, nem o dinheiro). 4. Vivo os vínculos adquiridos de uma maneira congruente como consequência de refletir sobre a relação entre meu afazer diário e os valores que me comprometi a defender. (A lealdade requer uma atitude reflexiva. A atividade frenética incessante pode desviar nossa atenção). 5. Quando dou minha palavra, o faço de forma séria, pensando nas consequências. (A pessoa humana não dispõe de uma maneira mais radical nem mais solene para comprometer-se que dizer “sim”. As vezes se dá a palavra sem pensar bem nas consequências e nas possibilidades reais de cumprir, ou pior, sem intenção de cumprir com o dito). 6. Tento fazer algo para defender os direitos de determinados tipos de pessoas necessitadas por solidariedade, por ser leal a meus irmãos, que são filhos de Deus. (A lealdade pode reduzir-se a um âmbito muito pequeno. Nada mais que a família e dois ou três amigos, por exemplo. A lealdade requer comprometer-se com mais). 7. Sou capaz de indicar quais são os vínculos que adquiri. (Há muitos vínculos que não é necessário assumir, mas uma vez assumidos, se trata de ser leal. Por exemplo, se pode formar parte ativa de uma associação de antigos alunos. Não é imperativo, mas uma vez que existe um compromisso de ajudar, será necessário atuar congruentemente). 8. Reconheço uma hierarquia entre os vínculos que adquiri. (Por “lealdade” a seus colegas de trabalho há pessoas que estão dispostas a abandonar a sua família. A família é mais importante). 9. Sou consciente de que é mais fácil ser leal quando os sentimentos apóiam o compromisso, mas faço um esforço para defender os vínculos ainda que não seja agradável. (Se um amigo está se comportando inadequadamente, a lealdade deve me levar a chamar-lhe a atenção de alguma maneira, ainda que seja desagradável e me custe um esforço). 10. Entendo que não deva haver, nem pode haver conflito entre meu vínculo com Deus por ser filho Seu e nenhum outro tipo de vínculo. (Servimos a Deus servindo a nossa família, a nossos amigos, aos necessitados). A EDUCAÇÃO DA LEALDADE 11. Ajudo aos pequenos a sentir a importância da relação com outros, seja na classe ou na família. (Como passo prévio à lealdade, convém que as crianças vão se acostumando a sentir-se parte importante de um grupo). 12. Ensino aos pequenos quais são as regras do jogo que devem cumprir, com o fim de preparar-se para ser leais em diferentes vínculos. (Necessitam saber como comportar-se em uma equipe, com seus irmãos, com seus pais ou avós, etc.). 13. Ensino aos pequenos, em termos simples, a distinguir entre o que é bom ou correto e o que é ruim ou incorreto. (Desta maneira é possível que lhes vamos preparando para uma atuação congruente quando têm a inteligência e a vontade suficiente para fazê-lo). 14. Consigo que os filhos/alunos vão descobrindo sua responsabilidade com respeito aos outros membros de sua família e que entendam o que significa ser leal nesta situação. (A possibilidade de viver a lealdade depende de que se reconheça o vínculo – a responsabilidade pessoal na relação – e que se apreciem adequadamente os valores que se trata de defender). 15. Consigo que os filhos/alunos vão descobrindo sua responsabilidade com respeito a seus amigos e que significa ser leal nesta situação. (Com frequência os adolescentes entendem que ser amigo significa defender ao outro e apoiar-lhe independentemente de que haja atuado bem ou mal. Ser leal significa buscar a melhora do outro sempre). 16. Consigo que os jovens vão descobrindo sua responsabilidade com respeito aos outros membros da classe, às equipes a que pertencem ou ao próprio colégio, e assim vivam a lealdade nestas situações. (Esta lealdade será notada em ações como: não falar mal do colégio diante de outros, não pintar nem sujar o colégio, alegrar-se pelos triunfos que diferentes membros do colégio conseguem, apoiar às equipes em suas partidas, assistir atividades de outros alunos - representações de teatro, concertos, exposições -). 17. Debato com os jovens com o fim de que se dêem conta dos possíveis vínculos que podem adquirir. (As vezes não se dão conta de que, em determinados tipos de relação, é necessário comprometer-se, nem estabelecem alternativas neste sentido). 18. Ajudo-lhes a descobrir que comprometer-se não vai contra sua liberdade, que a autêntica liberdade significa escolher entre diferentes tipos de compromisso. A lealdade requer ajuda no processo de raciocínio. É necessário entender as coisas para ser leal. Certamente é uma das virtudes que mais haverá que explicar e raciocinar). 19. Explico aos jovens o que significa o vínculo em cada tipo de adesão. (Que significa ser membro de uma equipe, bom amigo, membro de um clube, etc.). 20. Ensino-lhes a tornar compatíveis seus vínculos com diferentes pessoas ou organizações. (É frequente encontrar alguns jovens que quase abandonam a atenção à vida familiar a favor de sua equipe de esporte ou à convivência em um clube de jovens. É necessário ter uma hierarquia de valores e não abandonar nenhum dos deveres). Como proceder à auto-avaliação No texto encontram-se uma série de questões para reflexão, divididas em duas partes: 1) o grau em que se está vivendo a virtude pessoalmente . 2) o grau em que se está educando aos alunos ou aos filhos na mesma virtude. Com respeito a cada questão, situe a conduta e o esforço próprio de acordo com a escala: 5. Estou totalmente de acordo com a afirmação. Reflete minha situação pessoal. 4. A afirmação reflete minha situação em grande parte mas com alguma reserva. 3. A afirmação reflete minha situação em parte: Penso "em parte sim e em parte não". 2. A afirmação realmente não reflete minha situação ainda que seja possível que haja algo. 1. Não creio que a afirmação reflete minha situação pessoal em nada. Não me identifico com ela. Pode-se comentar as reflexões com o cônjuge ou com algum companheiro e assim estabelecer possíveis aspectos prioritários de atenção no desenvolvimento da virtude a título pessoal ou com respeito à educação dos filhos ou dos alunos. É provável que se descubram muitas possibilidades de melhoria, mas recomenda-se selecionar apenas uma ou duas, com a finalidade de tentar conseguir a melhora desejada. As reflexões apresentadas não esgotam o tema, mas dão um ponto de partida para uma auto-avaliação. Extraído do livro "Auto-avaliação das virtudes humanas", de David Isaacs.

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