O que é Folclore
Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.
As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.
"Folclore não é apenas folguedos e festas. É a história construída pelos anseios, aspirações e esperanças de um povo, é uma linguagem na qual se manifesta a unidade que mobiliza multidões, que busca a sua verdade na identificação da cidadania, preservando seu valores e mantendo vivas suas raízes através das gerações"
O termo folk-lore foi criado pelo antiquário inglês, William John Thoms, que nasceu em 1803 e morreu em 1885. em 22 de agosto de 1846, William, usando o pseudônimo de Ambrose Merton, publica um artigo com o título Folk-lore, na revista The Athenaeum, de Londres. Propunha o termo, como expressão técnica apropriada ao estudo das lendas, tradições e da literatura popular, tendo essa definição o significado de "a sabedoria do povo"
William John Thoms, como era antiquário, associou o folclore às antiguidades populares, e essa associação permaneceu, sob muitas formas, em diversos conceitos do folclore.
Folk quer dizer povo, nação família; Lore significa instrução, conhecimento, saber, portanto, Folk-lore ou Folclore quer dizer a ciência ou sabedoria popular.
• Adivinhas
• Simpatias e crendices
• Brinquedos populares
• Lendas Brasileiras
• Lendas Gaúchas
• Lendas Gabrielenses
• Ciclo junino
• Carnaval
• Contos Folclóricos
• Mitos
• Dicionário de Folclore para Estudante
• Literatura de cordel
• Comidas típicas
• Parlendas
• Trava línguas
• Provérbios
• Músicas
• Brincadeiras
• Danças Comidas Caseiras típicas.
• Remédios, chás Medicinas. Medicina Popular.
• Frases de caminhão
• Nomes Curiosos
• Ditados Populares
• CRENDICES
• Ninguém é obrigado a crer nisso, mas às vezes acontece!
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• CRENDICES SOBRE A MORTE
• A morte sempre assusta... por isso surgem as crendices.
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• DITADOS
• Na boca do povo.
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• EXPRESSÕES POPULARES
• Como o Zé povão se expressa no dia a dia de sua vida corrida.
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• LENDAS E MITOS DO FOLCLORE
• Conheça aqui as lendas do nosso povo.
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• NO PARA-CHOQUE
• Frases engraçadas, nos para-choques de caminhão.
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• NOMES CURIOSOS
• Você gosta do seu nome? É original como estes aqui da lista?
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• PROVÉRBIOS
• A sabedoria de todos os tempos e de todos os povos.
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• SIMPATIAS
• Experimente a eficácia destas simpatias? Não custa nada.
SIMPATIAS PARA O CASAMENTO
para trazer sempre muita felicidade
Em seu jardim ou quintal, plante uma muda de jasmim. E sempre que regar essa planta, fale para ela: "Meu jasmim, traga sempre as flores e o perfume da felicidade para o meu casamento".
para manter o marido apaixonado
Na primeira sexta-feira do mês, apanhe uma cueca nova do seu marido (tem que ser nova mesmo) e use-a por um dia (como se fosse uma calcinha). No dia seguinte, lave-a com água levemente açucarada. Deixe-a secar à sombra. Assim que a cueca estiver seca, faça com que seu marido a use.
para afastar o(a) amante dele(dela)
Em água corrente ou no mar, jogue três punhados de sal. A cada punhado de sal jogado, observando o sal desmanchar-se na água, diga: "Assim como o sal se desmancha na água, a amizade de (fale o nome do(a) marido(esposa) e de (fale o nome do(a) amante) haverá de se desmanchar."
para não ocorrerem mais brigas 1
Num pedaço de papel branco, escreva o nome de seu marido e, em cima do nome dele, escreva o seu. Coloque esse papel num vidro claro. Mas preste atenção: o papel tem que ficar com as bordas para cima, encostadas nas 'paredes' do vidro. Depois, coloque nesse vidro mel de abelha até cobrir as pontas das laterais do papel, e aí diga: "Salve o povo cigano!"
Por fim, tampe o vidro e o enterre no jardim de sua casa. Se não tiver jardim, enterre-o num vaso de flores e coloque esse vaso no lado esquerdo (de quem entra) da porta de entrada de sua casa.
para não ocorrerem mais brigas 2
Com uma fita branca de 2 metros de comprimento por 2 centímetros de largura, tire as medidas dele (ou dela) quando estiver dormindo. Corte o pedaço que sobrar na medida. Faça 7 nós na fita da medida, dizendo em cada nó: "Briga vai, briga vem, faça com que eu não brigue mais com o meu bem." E coloque a fita sob o travesseiro dele (ou dela). No dia seguinte, enterre a fita num lugar onde você jamais irá passar outra vez.
Objetivos:
Despertar que todo o qualquer ser humano tem sua própria cultura.
: Vamos aprender mais sobre folclore
-Vamos aprender mais sobre comidas caseiras e típicas remédios, chás medicinal e popular.
-Vamos aprender mais com essas figuras divertidas
: Nós imaginamos que o nosso projeto e será um sucesso.
: O Brasil apresenta grande diversidade, seu folclore é riquíssimo.O folclore
é passados que precisa ser cultivado para que não se perca, são historias representativas de diversas comunidade.
Estudar a cultura do outro é viajar pela história humana.
É sair do nosso mundo e conhecer o do outro, e ter a capacidade de expressar o mundo em que vivemos.
Desenvolvimento
Cada povo tem um jeito muito especial de compreender o que aconteceu em sua volta.
Para explicar fenômenos naturais, forças, desconhecidas ou para contar passagens importantes das nossas histórias as pessoas comuns de todas as raças e religiões criam muitas lendas, danças, músicas, hábitos e tradições.
O saber popular é aquele que atravessa o tempo pela comunicação oral das gerações sendo recontado, falado, declamado ou conto do boto, cuca, curupira, saci-perere, lobisomem, mula sem cabeça, existem na fantasia e imaginação de milhares de pessoas e fazem parte de alguma maneira da nossa memória, folclore, portanto é o conjunto de crenças, tradições, lendas, músicas, danças, adivinhações, brincadeiras, jogo, poemas, artesanatos, contos, enfim tudo o que faz parte da cultura e da memória de um povo no Brasil as fontes do folclore são três correntes que empurram pra sua formação:
-O português.
-O indígenas.
-O negro.
A ORIGEM DA PALAVRA
A origem do terno vem de uma palavra criada pelo inglês Willian John Thomas, em 22 de agosto de 1846.
Jok =povo
Lore =conhecimento, sabores.
Esta Data foi consagrada como o dia mundial do folclore.
Sabores bem brasileiros
Algumas comidas também fazem parte do folclore
E cada um dos estados brasileiros
Existem pratos típicos preparados de acordo com a tradição transmitidas de geração em geração muitos deles tem aromas e sabores únicos que tornam o cardápio brasileiro mais rico e saboroso, vamos conhecer algumas dessas delícias.
BRASILEIRÍSSIMOS
Hoje feijoada e uma frase comum nas Placas de restaurantes de todos os pais, as quartas-feiras e aos sábados sem duvidas a feijoada tornasse um habito tipicamente brasileiro esse prato tão popular surgido nas senzalas do Brasil colônia era preparado pelas cozinheiras negras com os miúdos de porco que eram preparados pelos donos de escravos com o tempo incorporou-se ao cardápio de todas as classes Sociais e saboreadas com a couve e farinha de mandioca.
O TEMPERO DO SUL
Quem não aprecia um belo churrasco? Pois essa tradição culinária acompanha muitas vezes pelo arroz de carreteiro, veio dos pampas gaúchos de terras ricas em gado.
No Paraná o prato típico é barreado uma mistura de carnes preparado em panelas de barro mandioca e banana.
Os catarinenses são especialistas em caldeiradas de peixes. A sobremesas maça.Receberam influências dos imigrantes alemães como as famosas tortas de maça.
OS QUITUTES DO SERTÃO
O Sertão Nordestino é famoso por seus quitutes entre eles, pratos a brasa de carne de sol e charque e iguarias preparadas com macaxeira e batata-doce, a buchada de bode ser feito em outras regiões do Brasil. No Rio Grande do Norte a sopa de girimum com leite é chamada de alambriga é uma das receitas mais tradicionais.
Buchada de bode é um dos pratos típicos do nordeste.
NOMES CURIOSOS
Alguns pratos têm nomes bem curiosos baião de duas comidas típicas Cearense nada mais e do que arroz cozido com feijão e toicinho o prato no
Típico da região norte e um doce tipicamente brasileiro feito com leite de coco ovos e açúcar mata-fome apreciado em Pernambuco, e um pequeno bolo em forma de coco.
SABOR APIMENTADO
A Culinária Baiana é uma das mais saborosas e apreciadas do Brasil
Não há quem visite a Bahia e deixe de provar o acarajé um bolinho preparado com feijão fradinho é servido com vatapá um creme temperado feito a brasa de peixe e crustáceos faz tanto sucesso que invade outras regiões do pais embora o baianos dizem que não existe acarajé como o da Bahia se você que pedir quente virá bastante apimentado se você não gosta de apimentado é melhor pedi-lo frio Xinxim de galinha, a moqueca de peixe, as cocadas são outras especialidades baianas.
TRADIÇÕES VIVAS
Nos estados que formam as regiões sul e sudeste apesar de crescente industrializações alguns dos antigos costumes se mantém vivos principalmente nossos municípios do interior a influencia dos imigrantes facilmente percebida.
BOMBACHA E CHIMARÃO
No Rio Grande Do Sul terras das pampas vários costumes são valorizados nos centros de tradições gaúchas CTGs . Homens usando chapéu e calças como a catira conhecida desde há época do Brasil Colonial ela é organizada em duas filas e o ritmo é marcado pelas palmas e batidas dos pés. A chimarita da organização é uma variação vem se tem; chimarrão um mate amargo e servido quente.
COSTUMES PRESERVADOS
Na região do vale do Paraíba, interiores paulista é possível acompanhar Moçambique uma dança com bastões, no interior do Paraná a tradição é o verão uma dança típica praticada em pares, em Santa Catarina é executada a dança de fitas uma tradição e o verão do topo de um mastro ficando no chão , saem fitas coloridas elas são seguradas por oito ou doze crianças que rodam em volta do mastro.
PLANTAS MEDICINAIS
As plantas curam.
O valor do cultivo é curativo das plantas sendo um tipo de medicação mais barata e quase sem efeitos colaterais.
As plantas medicinais são usadas a muitas gerações é uma tradição familiar e muito divulgada a plantas medicinais são aquelas que são usadas no tratamento de doenças. Ela tem nomes populares e são classificadas em grupos botânicos para evitar erros de identificação alguns cuidados são necessários: nunca utilize plantas de locais poluídos.
Evitar misturas de chás.
Procure sempre informações sobre as plantas medicinais.
CAMOMILA
Parte usada = folhas e flores
Bom para = acalmar dores intestinais e para digestão difícil, seu chá é um eterno calmante e um perfeito tônico auxilia em casos de cólicas menstruais e precoces ter atenção ao coar o chá, pois resíduos de podem causas dermatite e outros sintomas alérgicos em pessoas sensíveis.
CANELA
Parte usada: casca e folhas.
Bom para: bronquite, ulcerações das gengivas e da mucosa da boca, digestiva; gestantes não devem usar, pois causa irritação nas mucosas e na pele.
CAPIM LIMÃO
Parte usada: Folhas raízes
Bom para: baixar a febre e estado de ansiedade além de digestivo.
Alface
Indicado para pessoas excessivamente nervosas é eficaz contra, insônia, vertigens neurológicas intestinal reumatismos, hipocondria.
ALFAFA
Prioridades medicinais;
HORTELÃ
Prioridades medicinais: A hortelã especialmente a pimenta são dotados de prioridades antipações cavinantuva realmente no laves por fassorense realmente expectoração indican-se contra a catapora, as tosses rebeldes e a asma aliviam empatia e foiçar nervosos, intestinais combatem ainda os vermes intestinais das crianças estemente a infusão da hortelã misturada com óleo de oliveira é empregada contra a queimadura com bons resultados.
BOLDO
Incontável virtudes Atribuen-se às folhas de boldo, há venda nas casas de ervas terapêuticas tônicas e excitantes.
GUACO
Parte usada: Folhas
Propriedades terapêuticas: Broncodilatadores, expectorante, anti-séptico das vias respiratórias e cicatrizantes.
ALECRIM
Parte usada: Folhas
Bom para: Sistema nervoso age como tônico provoca leve-estimulação quando se sente cansaço físico e mental indicado também para falta de apetite e problemas-respiratórios decorrentes de gripe , é capaz de aliviar , gazes e cólicas mas o consumo demais duas ou três xícaras por dia pode irritar o estômago.
CONCLUSÃO:
Aprendemos com este projeto sobre comidas típicas e caseiras e medicinais.
Nós nunca fizemos um projeto melhor do que esse das lendas do folclore.
Vimos muitas figuras com a turma do sitío do Pica-Pau-Amarelo.
Gostamos de pesquisas sobre as lendas do folclore.
O reino da águas claras = As mil e uma noites do gênio = O pequeno samurai, e vem outra alegria por ai.
Algumas lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil:
Alamoa
"Olhei-lhe pra cara Não tinha nariz Eram dois buracos De um chafariz"
(Costa, Pereira da. Folclore pernambucano, p.458)
Os antigos detentos do presídio da ilha de Fernando de Noronha contavam que nas vésperas de tempestades, quase sempre à meia-noite, aparecia na praia uma mulher lindíssima, muito alta, com longos cabelos louros e completamente nua, dançando ao som do bater das ondas, iluminada pelos relâmpagos. Seus pés pareciam não tocar no chão e sim flutar na areia. Era a alamoa, feminino de alamão [alemão], pois conforme a interpretação popular, mulher loura naquelas paragens só poderia ser alemã.
Sua forma varia. Algumas vezes ela é uma forma luminosa, multicolorida, outras vezes, atrai os homens e os seduz. Aqueles que sucumbem a seus encantos vêem-na se transformar em um esqueleto. Para alguns, é uma alma penada, à procura de um homem forte que a ajude a desenterrar um tesouro escondido.
A pedra do Pico é a sua morada. Em algumas noites, a pedra se fende, abrindo-se uma porta, por onde sai uma luz. A bela alamoa baila, atraindo sua vítima. Aqueles que entram em sua morada, logo constatam com horror a terrível transformação. Seus belos e brilhantes olhos transformam-se em dois buracos e ela vira uma caveira horripilante. Então, a fenda se fecha e o pobre homem nunca mais é visto. Seus gritos de pavor, no entanto, ainda ressoam no local durante muitos dias.
Para Pereira da Costa, trata-se de uma reminiscência do tempo dos holandeses. Luís da Câmara Cascudo a caracteriza como uma convergência de várias lendas de sereias e iaras estrangeiras. O tema da mulher sobrenatural que atrai e seduz os homens, transformando-se a seguir, é comum e recorrente no imaginário popular, sendo, por isso, impossível determinar sua origem com precisão.
O mais importante e talvez o mais conhecido folguedo do Nordeste, espalhado por todo o Brasil, vira aqui brincadeira de roda.
Brincadeira de meninos, que forma uma roda tendo o boi no centro. O boi pode ser um simples arremedo na cabeça do animal, manejado pelo menino no centro da roda.
Enquanto cantam, o boi pode, sem prévio aviso, arremeter contra os que formam a roda.
Canta o toureiro:
Meu boi é laranjo
E! boi...
Os meninos respondem acompanhados pelos presentes:
Meu boi é pintado
E boi...
Meu boi é bonito
E! boi...
Saúda essa gente
E! boi...
Meu boi é rosado
E! boi....
Meu boi é calçado
E! boi... etc.
Nesse ponto – E! boi... – é que o boi, no centro, levanta a cabeça e arremete contra os da roda. Os que não são atacados incentivam o boi com gritos, risadas e apupos. depois, escolhido o novo boi, forma-se de novo a roda e a brincadeira continua.
A besta fera
É a mais temível de todas as criaturas.
Seria um ser fantástico metade homem metade cavalo.
Corre pelas ruas de lugares remotos em noites sem lua.
Sua presença é pavorosa. Ninguém jamais se atreve a abrir as portas quando ele passa em desembalada carreira dando uivos e gritos horripilantes.
O barulho dos seus cascos no chão, costuma deixar o mais valente dos homens de cabelo em pé.
Por onde ele passa, no seu encalço seguem dezenas de cachorros fazendo um barulho infernal.
O animal que se atreve a chegar mais perto é açoitado sem piedade. É um mito muito popular no Nordeste.
Boitatá
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".
Mboi-tatá
"Mas de verão, depois da quentura dos mormaços, começa o seu fadário. A boitatá, toda enroscada, como uma bola – tatá, de fogo! – empeça a correr o campo, coxilha abaixo, lomba acima, até que horas da noite!..." (João Simões de Lopes Neto. Lendas do Sul)
Também chamada de batatão, boitatá, bitatá, batatá, baitatá, biatatá, Jean de la foice ou Jean Delafosse. É grande a sinonímia da mboi-tatá no Brasil. Mboi, cobra, ou então, o agente, a coisa; tatá, fogo. A cobra de fogo, a coisa de fogo.
Segundo Luís da Câmara Cascudo é o primeiro mito a ser registrado no Brasil. Foi o padre José de Anchieta quem o referiu pela primeira vez, na Carta de São Vicente, datada de 31 de maio de 1560, como "um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os..."
Uma serpente de fogo, saltitante. Para muitos é uma alma penada. É mito que ocorre em todas as regiões do Brasil e o correspondente ao fogo-fátuo europeu. Alguns acreditam-na uma espécie de defensora das matas, outros, o resultado de uma união sacrílega. Dizem que o viajante, ao encontrá-la, deve fechar os olhos e permanecer parado, imóvel, então ela desaparecerá. Caso contrário, a mboitatá o perseguirá, infernizando-o até matá-lo.
Caboclo-d'água
"O senhô pode me creiá. Eu e meus dois menino, numa pescaria, num pegamo um caboclo pro causa desta minha careca. Eles três tavam numa canoa e, noutra, eu mais o fio mais novo, o caçula, de uns dezoito janeiros de idade. Nisso, donde nós tava, nós escutou os menino gritando demais. Nós remou depressa pra lá, mas quando já tava pertinho de chegá nós ouviu eles gritá: "Sorta! Sorta! que é o velho nosso pai". E nós viu, no escuro que fazia, o bicho rolar pra dentro d'água, maretando o rio. Pois num foi que os bobos dos meninos deixaro se encantá a ponto de confundi eu com o danado? Vendo a quereca dele lumiá na luz dos fachos, pensaro que o bicho era eu e gritaram pra soltar. Encantado como eles ficou, até esquecero que eu num era nenhum bocó pra ficar sem gritar com aquela amarração que tinham fazido a rede, embaraiando o sem-vergonha." (J. A. Macedo, 1956)
O caboclo-d'água, também chamado negro-d'água e bicho-d'água, é um dos mitos aquáticos mais populares na região do vale do rio São Francisco. Ninguém sabe de onde surgiu. Vive nas barrancas e alagadiços. Segundo as descrições mais comuns, é baixo, troncudo, musculoso, muito forte, tem a pele cor de bronze e um só olho no meio da testa. Apesar de seu tipo físico, movimenta-se de forma muito rápida e ágil. Às vezes sai do rio e caminha pela terra, geralmente para praticar alguma vingança ou fazer algum favor, mas nunca se afasta muito das margens. Para muitos, é um só e possui poderes para estar em vários lugares ao mesmo tempo.
Dizem que possui o temperamento enfezado e não nutre grandes simpatias para com os pescadores e remeiros. Agarra o fundo das canoas e barcos, balançando-os até os virar ou encalhando-os. Seu corpo é à prova de balas. Para evitar encontrá-lo, deve-se fincar uma faca no fundo da embarcação. Porém, se for bem tratado, o caboclo torna-se benfazejo, ajudando nas pescarias e evitando enchentes. Para agradá-lo, basta oferecer-lhe fumo.
A cachorra da Palmeira
"Quem é esse seu padrinho? A moça lhe perguntou
- Disse ela: o padre Cícero, que agora se cabaou.
A moça fez: quá, quá, quá Naquilo se transformou.
Transformada ainda disse, para a dita mulherzinha:
Não bote luto por ele, sim por minha cachorrinha
Que morreu no mesmo dia Sepultou-se à tardezinha"
(Moisés Matias de Moura)
Era uma jovem, filha de um coronel. Linda e bem-educada, residia na cidade de Palmeira dos Índios. Tinha uma cachorrinha de estimação, que criava desde novinha. No dia da morte do padre Cícero Romão, a cachorra adoeceu e também morreu. Muito triste e chorosa, a moça preparou-lhe um velório com vela e sentinela.
Algum tempo depois, estava ela em uma loja, comprando vestidos e perfumes, quando entrou uma senhora procurando por tecido preto, para luto. Ao saber que se tratava de uma devota do padre Cícero Romão, a moça riu e sugeriu que era melhor que a devota pusesse luto para a sua cachorrinha. No mesmo instante, começou a se transformar em uma cachorra, latindo, uivando e correndo em disparada. Contam que os pais morreram de desgosto. Um irmão a pegou e trancou em uma jaula, onde vive sua maldição.
A cachorra da Palmeira é mito de origem alagoana, mas que ocorre, com variantes, em vários estados do Nordeste. O castigo da transformação da moça malcriada em cadela é tema recorrente na literatura de cordel. Luís da Câmara Cascudo, em Geografia dos mitos brasileiros, afirma conhecer algumas dezenas de folhetos sobre o assunto. Segundo Téo Brandão, existia em Viçosa uma peça de reisado que fazia alusão à cachorra e terminava com os seguintes versos: "Meu Santileno, pra ela num tem carinho, discreiou de meu padrinho, virou cachorra, anda correndo."
A lenda do Curupira ou Caipora
Personagem fantástico do folclore brasileiro. É representado por um anão de cabelos vermelhos e dentes verdes. Outras versões contam que seu pelo é verde.
É o protetor da flora e fauna, rei de todos os animais e costuma punir o lenhador que agrida a natureza sem necessidade ou o caçador que mata por prazer. Tem os pés voltados para trás que dizem ser um recurso natural que usa para despistar os caçadores, colocando-os sempre a seguir rastros falsos. É muito poderoso e forte.
Costuma enganar os caçadores e viajantes fazendo-os perder completamente o rumo certo, assobiando em seus ouvidos ou dando sinais falsos.
Em algumas regiões dizem que ele anda pela floresta montado em um porco espinho. É também chamado de Pai-do-Mato e Caapora.
Alguns dizem que encontrar o Caipora traz grande azar. Era conhecido pelos índios e jesuítas como Caiçara e protetor da caça e dos caminhos. No ano de 1550, o padre Anchieta dizia que o Caiçara maltratava com chicotadas os índios que se perdiam na mata.
Em alguns casos chegava mesmo a matá-los. Os índios, para lhe agradar, deixavam para ele, nas clareiras, penas de pássaros, esteiras, cobertores e redes. Muitos acreditam que o Curupira é um espírito do mau.
É um mito comum em toda América Latina. Algumas tribos guaranis acreditam que ele é um monstro que come carne humana.
De acordo com a crença, quem vai entrar na mata, tem que se prevenir levando fumo de rolo para agradá-lo.
Cuca
Vai-te, coca, sai daqui Para cima do telhado Deixa o menino Dormir sossegado
Nana, neném Que a cuca vem pegar Papai tá na roça Mamãe foi cozinhar.
A cuca é um papão, um ente fantástico que mete medo às crianças causando pavor. Sua aparência varia de lugar para lugar, mas a maioria das pessoas diz que ela tem a forma de uma velha, bem velha e enrugada, corcunda, cabeleira branca, toda desgrenhada, com aspecto assustador. Ela só aparece à noite, sempre procurando por aquelas crianças que fazem pirraça e não querem ir dormir cedo. Então, a cuca as coloca num saco, levando-as embora para não se sabe onde e faz com elas não se sabe bem o que, mas, com toda certeza, trata-se de algo muito terrível.
Ela também é chamada de coca ou coco e assombra crianças de Portugal, Espanha, alguns países africanos e tribos indígenas brasileiras. Em alguns lugares ela é um velho, em outros, se parece com um jacaré ou uma coruja.
Existem muitas canções e versos sobre a cuca. Luís da Câmara Cascudo, em Geografia dos mitos do Brasil, indica a seguinte cantiga, comum no Nordeste brasileira: "Dorme, neném, se não a cuca vem. Papai foi pra roça, mamãe logo vem."
Lobisomen
Aparece em noites de lua cheia. Corre pelas ruas ou estradas desertas as altas horas da noite uivando e no seu encalço uma matilha de cachorros segue latindo de modo infernal.
Ao passar por uma encruzilhada ele se despoja no chão e uiva de modo aterrador.
Diz a lenda que o Lobisomem é um homem comum e que nas noites de lua cheia, transforma-se em meio lobo e meio homem.
Invade galinheiros, devora cães e bebe sangue das crianças que encontrar pelo caminho.
De acordo com a lenda, mais comum no Nordeste, se um casal tem sete filhos homens, o último vira Lobisomem ou, se forem sete mulheres e o oitavo homem, este também será Lobisomem.
Outras tradições dizem que filho que nasce da união entre parentes ou de mulher casada amancebada com padre.
Loira do banheiro
Ela vive nos banheiros das escolas. Possui farta cabeleira loira, é muito pálida, tem os olhos fundos e as narinas tapadas por algodão, a fim de que o sangue não escorra. Causa pânico entre os estudantes.
Dizem que era uma aluna que gostava de cabular as aulas, escondendo-se no banheiro. Um dia, caiu, bateu com a cabeça e morreu. Agora, seu fantasma vaga à espera de companhia, assombrando todos aqueles que fazem o mesmo que ela costumava fazer. Em outras versões, é uma professora que se apaixonou por um aluno. Terminou assassinada, a facadas, pelo marido traído. Tem o rosto e o corpo ensangüentados, as roupas em frangalhos.
Loura ou loira do banheiro, menina do algodão, big loura. Lenda urbana contemporânea que ocorre, com modificações, em todas as regiões do Brasil. Algumas vezes é uma mulher feita, outras vezes, uma menina. Os locais de sua aparição podem variar: escolas, centros comerciais, hospitais. Entre os caminhoneiros, surge nos banheiros de estrada, de costas, linda, corpo perfeito, belas pernas. Porém, ao se voltar para sua vítima, com o rosto sangrento, causa o horror.
Acredita-se, também, que seja possível invocá-la. Para isto, basta apertar a descarga por três vezes seguidas ou chutar, com força, o vaso sanitário. Então, ela aparecerá, pronta para atacar a primeira pessoa que entrar no banheiro.
Mula sem cabeça
"Ainda hai a mula sem cabeça; custa muito, mas porém hai. Essas cousas de Deus unfum!... ninguém deve marmurá. Mamãe veio sabê, ô dispois muito tempo, qu'essas gente são iscomungado..." (Manuel Ambrósio. Brasil interior)
A transformação em mula é o castigo recebido pela mulher que se entrega sexualmente a um padre. Nas noites de quinta para sexta-feira, ou de acordo com a lua, ou de sete em sete anos, ou na quaresma, enfim — os períodos variam de região para região — a concubina transforma-se e parte em galope desvairado, pisoteando tudo o que encontra pela frente. Seus cascos, afiadíssimos, ferem como navalhas. Quando retorna à casa, readquire a forma humana, porém está machucada, abatida, cheia de escoriações. Na próxima noite fatídica, tudo acontece novamente.
Para que a manceba não se transforme, o padre deve amaldiçoá-la antes de celebrar cada missa. Segundo Pereira da Costa, isso deve ser feito antes de tocar a hóstia, no momento da consagração. Ao encontrar uma mula, é preciso esconder as unhas a fim de não atrair a sua ira. Aquele que tiver a coragem extrema de retirar-lhe o freio de ferro da boca, quebrará o encanto. Em alguns lugares, basta causar-lhe um ferimento, tirando-lhe sangue.
A mula-sem-cabeça, burrinha-de-padre ou burrinha é mito de origem ibérica e ocorre em toda a América. No México, é chamada malora; na Argentina, mula anima. Também é chamada alma mula, mula sin cabeza, mujer mula e mala mula. Segundo Luís da Câmara Cascudo, apesar de algumas variações, sempre é a punição recebida pela "manceba" do padre. Viriato Corrêa a chama de cavalacanga.
Existem inúmeras variações sobre a sua forma: uma mula sem cabeça, com um relincho apavorante; um animal preto com uma cruz de pêlos brancos na cabeça; olhos de fogo; geme como gente; relincha; tem um facho luminoso na ponta da cauda; ninguém a vê, só se ouve o tropel; uma burra com uma listra branca no pescoço...
Gustavo Barroso explica que a escolha da mula, ou burrinha, como a punição da mulher do padre, deve-se ao fato que desde mais ou menos meados da Idade Média, as mulas foram as montarias mais utilizadas pelos padres, por serem dóceis, resistentes e seguras. Animais incansáveis e bastante próximos da pessoa do padre, inclusive fisicamente.
Negrinho do pastoreio
"Só para três viventes ele olhava nos olhos: era para o filho, menino cargoso como uma mosca, para um baio cobos-negros, que era o seu parelheiro de confiança, e para um escravo, pequeno ainda, muito bonitinho e preto como o carvão e a quem todos chamavam somente o Negrinho. A este não deram padrinhos nem nome; por isso o Negrinho se dizia afilhado da Virgem, Senhora Nossa, que é a madrinha de quem não a tem."
(João Simões Lopes Neto)
Escravo, órfão, o menino pertencia a um fazendeiro rico, cruel e arrogante. Maltratado por todos, principalmente pelos filhos do senhor, sofreu inúmeros castigos e barbaridades. Ao perder a tropilha de cavalos de seu amo, foi surrado sem piedade. Seu corpo moribundo foi, então, jogado à boca de um enorme formigueiro, para que as formigas o devorassem. No dia seguinte, o fazendeiro, atormentado, correu ao local e não mais encontrou o supliciado. Em vez disso, viu Nossa Senhora e o Negrinho, seu afilhado, são e feliz, montado em um cavalo baio, pastoreando uma tropilha de cavalos invisíveis.
O Negrinho do Pastoreio é mito de origem gaúcha, com fundamentos católicos e europeus, divulgado com finalidades morais. A compensação e redenção divinas aos sofrimentos terrenos. A tradição popular concedeu-lhe poderes sobrenaturais, canonizando-o. Possui inúmeros devotos. Afilhado da Virgem, encontra objetos perdidos, bastando prometer-lhe um toco de vela que será dado à madrinha. Em algumas versões, oferece-se também, um naco de fumo para o menino.
Baseado no mito popular, Augusto Meyer criou a seguinte Oração ao Negrinho do Pastoreio:
Eu quero achar-me, Negrinho!
(Diz que você acha tudo)
Ando tão longe, perdido...
Eu quero achar-me, Negrinho:
A luz da vela me mostre
O caminho do meu amor
Negrinho, você que achou
Pela mão da sua madrinha
Os trinta tordilhos negros
E varou a noite toda
De vela acesa na mão
(Piava a coruja rouca
No arrepio da escuridão
Manhãzinha, a estrela d'alva
Na voz do galo cantava
Mas quando a vela pingava
Cada pingo era um clarão)
Negrinho, você que achou
Me leve à estrada batida
Que vai dar no coração
(Ah! os caminhos da vida Ninguém sabe onde é que estão!)
Papa-figo
"Vez por outra circulava a notícia apressada de que desaparecera aquela crianã da rua da Medalha, ou a outra da rua da Tesoura, da estrada do Carro ou da rua da Viração, da rua da Glória ou do Jaguaribe — e era de notar o espanto geral que a novidade despertava entre a gurizada atenta na marcha desses acontecimentos tão desagradáveis."
(Ademar Vidal. Lendas e superstições)
Ele costuma sair à noite ou ao fim da tarde, na hora do crepúsculo, aproveitando o horário de saída das escolas. Seu aspecto pode variar de região para região. Algumas vezes é velho, sujo, sofre de hanseníase e tem o corpo coberto de chagas. Pode, também, ser alto, magro, pálido e com a barba por fazer. Às vezes, carrega um saco. Procura por crianças, atraindo-as com o intuito de raptá-las, extraindo-lhes, a seguir, o fígado.
Segundo a crença popular, o sangue é produzido no fígado. Quando este não funciona bem, o sangue apodrece, causando a lepra. A cura estaria no consumo do órgão sadio. Mas somente o fígado infantil teria pureza e força suficientes para aliviar o sofrimento dos hansenianos. E sempre haveria alguém disposto a pagar qualquer preço por tão poderoso e raro lenitivo.
É mito que ocorre em todo o Brasil, convergindo para outras figuras do ciclo do pavor infantil, como o lobisomem, o negro velho e o homem do saco. Segundo a versão registrada por Ademar Vidal, referente à Paraíba, a fim de não cometer injustiças, o papa-figo restringia sua caça apenas aos meninos mal-comportados, desobedientes, teimosos ou chorões.
Pisadeira
"Esta é ua muié muito magra, que tem os dedos cumprido e seco cum cada unhão! Tem as perna curta, cabelo desgadeiado, quexo revirado pra riba e nari magro munto arcado; sombranceia cerrado e zóio aceso... Quando a gente caba de ciá e vai durmi logo, deitado de costa, ele desce do teiado e senta no peito da gente, arcano... arcano... a boca do estámo... Purisso nunca se deve dexá as criança durmi de costa." (Cornélio Pires. Conversas ao pé do fogo)
Ela vive pelos telhados, sempre à espreita. Quando se janta e vai dormir com a barriga ainda cheia, deitando-se de barriga para cima, é chegada a hora da pisadeira entrar em ação. Ela desce de seu esconderijo e senta-se ou pisa sobre o peito da pessoa adormecida. E pisa, que pisa, com um peso infernal. Não há o que se possa fazer e o pior é que, na verdade, a vítima tem consciência de tudo o que está ocorrendo, pois entra em um estado letárgico onde não está nem totalmente adormecida, nem acordada a ponto de se mover e despertar.
A pisadeira é uma mulher muito magra -- Alceu Maynard Araújo a descreve como uma negra gorda, muito pesada, -- que tem os dedos compridos e secos, com unhas enormes, sujas e amareladas. As pernas são curtas e o cabelo desgrenhado. Um narigão, magro e muito arcado como um gavião. Os olhos são vermelho fogo, malignos e arregalados. O queixo é revirado para cima e a boca sempre escancarada, com dentes esverdeados e à mostra. Nunca ri, gargalha. Uma gargalhada estridente e horripilante.
É mito de origem portuguesa que ocorre em São Paulo e parte de Minas Gerais. Entretanto, a crença que uma intervenção maléfica de um fantasma ou demônio seja a causa do pesadelo é comum a quase todos os povos do planeta desde os tempos da Antigüidade. Em Portugal, é o fradinho da mão furada. No Nordeste brasileiro, os sertanejos acreditam numa velha ou num velho de barba branca que vem lhes arranhar o rosto durante o sono.
Benedito Cleto registra parte de uma oração contra pisadeira:
"São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem a mão furado.
São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem os olho arregalado.
São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem o beiço arrevirado.
São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem o dente arreganhado..."
Papa-figo
"Vez por outra circulava a notícia apressada de que desaparecera aquela crianã da rua da Medalha, ou a outra da rua da Tesoura, da estrada do Carro ou da rua da Viração, da rua da Glória ou do Jaguaribe — e era de notar o espanto geral que a novidade despertava entre a gurizada atenta na marcha desses acontecimentos tão desagradáveis."
(Ademar Vidal. Lendas e superstições)
Ele costuma sair à noite ou ao fim da tarde, na hora do crepúsculo, aproveitando o horário de saída das escolas. Seu aspecto pode variar de região para região. Algumas vezes é velho, sujo, sofre de hanseníase e tem o corpo coberto de chagas. Pode, também, ser alto, magro, pálido e com a barba por fazer. Às vezes, carrega um saco. Procura por crianças, atraindo-as com o intuito de raptá-las, extraindo-lhes, a seguir, o fígado.
Segundo a crença popular, o sangue é produzido no fígado. Quando este não funciona bem, o sangue apodrece, causando a lepra. A cura estaria no consumo do órgão sadio. Mas somente o fígado infantil teria pureza e força suficientes para aliviar o sofrimento dos hansenianos. E sempre haveria alguém disposto a pagar qualquer preço por tão poderoso e raro lenitivo.
É mito que ocorre em todo o Brasil, convergindo para outras figuras do ciclo do pavor infantil, como o lobisomem, o negro velho e o homem do saco. Segundo a versão registrada por Ademar Vidal, referente à Paraíba, a fim de não cometer injustiças, o papa-figo restringia sua caça apenas aos meninos mal-comportados, desobedientes, teimosos ou chorões.
Saci pererê
O Saci é uma entidade muito popular no folclore brasileiro. No fim do século XVIII já se falava dele entre os negros, mestiços e Tupis-guarani, de onde se origina seu nome.
Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser muito brincalhão, que esconde objetos da casa, assusta animais, assovia no ouvido das pessoas, desarruma cozinhas; enquanto que em outros lugares ele é visto como uma figura maléfica.
O Saci é um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, entre eles, o de aparecer e desaparecer onde desejar. Tem uma mão furada e gosta de jogar objetos pequenos para o alto e deixa-los atravessa-la para pegar com a outra.
Ele costuma assustar viajantes ou caçadores solitários que se aventuram por lugares ermos nos sertões ou matas, com um arrepiante assovio no ouvido, para em seguida aparecer numa nuvem de fumaça pedindo fogo para seu cachimbo.
Ele gosta de esconder brinquedos de crianças, soltar animais dos currais, derramar sal que encontra nas cozinhas, e em noites de lua, monta um cavalo e sai campo afora em desembalada carreira fazendo grande alvoroço.
Diz a crença popular que dentro dos redemoinhos de vento - fenômeno onde uma coluna de vento rodopia levantando areia e restos de vegetação e sai varrendo tudo que encontra a sua frente - existe um Saci.
Diz ainda a tradição que, se alguém jogar dentro do pequeno ciclone um rosário de mato abençoado, pode captura-lo, e se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de qualquer desejo.
Porca Leitoa
Quibungo
Vaqueiro misterioso
“...era um vaqueiro ambulante, misteriosamente aparecendo por fazendas em ocasiões de difíceis vaquejadas em que pintava proezas admiráveis. Nos sertões do norte mineiro dele se fala ainda com essa crença supersticiosa cheia de infância e desalinho, marcando datas, lugares, perigos inimagináveis, quase impossíveis, salvando gerações, vivendo de todos e por toda a parte, sempre o mesmo, inextinguível. Franzino, mulato de mediana estatura, pouco idoso, falando pouco e muito descansado, sempre vestido de perneira e gibão, cavalgando eternamente uma égua muito feia e magra ocultando a larga fronte, olhar expressivo e barba espessa e comprida sob um grande e desabado chapéu de couro — tal a figura simpática do Borges. Quase nunca era procurado porque, boêmio dos campos, sua residência certa ignorava-se.” (Manuel Ambrósio. Brasil interior)
Ele aparece de repente nas fazendas ou em regiões pastoris. Não se sabe ao certo de onde veio ou onde nasceu . Tem vários nomes e, algumas vezes, nome nenhum. Sua montaria é um cavalo velho ou uma égua de aparência cansada, imprestáveis. Está sempre vestido humildemente, com um gibão de couro surrado e chapéu de vaqueiro, encobrindo o seu olhar misterioso.
Aparece nas ocasiões onde há vaquejadas ou apanha de gado novo, ferra ou batida para campear. Devido à sua aparência, torna-se alvo de zombaria dos demais vaqueiros e campeadores. Contudo, vence a todos os outros. É o mais ágil, mais destro, mais afoito deles. O sabedor de segredos infalíveis, o melhor, o herói. É aclamado pela multidão, desejado pelas mulheres, o convidado de honra do fazendeiro. Ele, porém, recusa todas as honrarias e desaparece da mesma forma que surgiu. Ninguém sabe como e nem para onde foi.
É mito de origem lusitana, com variações locais, que ocorre em todas as regiões de pastorício no Brasil: Nordeste, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia. Para Luís da Câmara Cascudo, "moralmente, é um símbolo da velha profissão heróica, sem registros e sem prêmios, contando-se as vitórias anônimas superiores às derrotas assistidas pelas serras, grotões e várzeas, testemunhas que nunca prestarão depoimento para esclarecer o fim terrível daqueles que vivem correndo atrás da morte.
Zaoris
"Depois, desceu, sempre com ela; em sete noites de sexta-feira ensinou-lhe a vaquenagem de todas as furnas recamadas de tesouros escondidos... escondidos pelos cauílas, perdidos para os medrosos e achadios de valentes... E a mais desses, muitos outros tesouros que a terra esconde e que só os olhos dos zaoris podem vispar..."
(João Simões Lopes Neto - A salamanca do jarau)
Todos aqueles que nascem em uma sexta-feira da Paixão são zaoris. Têm o aspecto de homens comuns. Seus olhos, porém, são muito brilhantes, de um brilho mágico, misterioso. Possuem o poder de ver através de corpos opacos, terras ou montanhas, conseguindo assim localizar tesouros escondidos. Barras de ouro ou prata, jóias, pedras preciosas, armas raras, nada escapa ao olhar mágico do zaori, mesmo que esteja enterrado sob vinte metros de terra.
É mito de origem árabe, que denuncia o velho hábito de enterrar dinheiro para fugir dos impostos, sendo muito popular também na Espanha. No Brasil, ocorre principalmente no Rio Grande do Sul. Também estão presentes no fabulário da região do Rio da Prata, Chile e Paraguai, localizando as riquezas e tesouros enterrados pelos jesuítas ou por príncipes incas, na tentativa de salvaguardar seu ouro dos espanhóis. Uma vez que os proprietários originais de tais riquezas não podem mais usufruí-las, os zaoris as localizam para aquelas pessoas que ganham a sua simpatia. Contudo, não podem utilizar seu dom em uso próprio. Toda a riqueza que encontram sempre deverá reverter para benefício de outrem.
Mula sem cabeça
"Ainda hai a mula sem cabeça; custa muito, mas porém hai. Essas cousas de Deus unfum!... ninguém deve marmurá. Mamãe veio sabê, ô dispois muito tempo, qu'essas gente são iscomungado..." (Manuel Ambrósio. Brasil interior)
A transformação em mula é o castigo recebido pela mulher que se entrega sexualmente a um padre. Nas noites de quinta para sexta-feira, ou de acordo com a lua, ou de sete em sete anos, ou na quaresma, enfim — os períodos variam de região para região — a concubina transforma-se e parte em galope desvairado, pisoteando tudo o que encontra pela frente. Seus cascos, afiadíssimos, ferem como navalhas. Quando retorna à casa, readquire a forma humana, porém está machucada, abatida, cheia de escoriações. Na próxima noite fatídica, tudo acontece novamente.
Para que a manceba não se transforme, o padre deve amaldiçoá-la antes de celebrar cada missa. Segundo Pereira da Costa, isso deve ser feito antes de tocar a hóstia, no momento da consagração. Ao encontrar uma mula, é preciso esconder as unhas a fim de não atrair a sua ira. Aquele que tiver a coragem extrema de retirar-lhe o freio de ferro da boca, quebrará o encanto. Em alguns lugares, basta causar-lhe um ferimento, tirando-lhe sangue.
A mula-sem-cabeça, burrinha-de-padre ou burrinha é mito de origem ibérica e ocorre em toda a América. No México, é chamada malora; na Argentina, mula anima. Também é chamada alma mula, mula sin cabeza, mujer mula e mala mula. Segundo Luís da Câmara Cascudo, apesar de algumas variações, sempre é a punição recebida pela "manceba" do padre. Viriato Corrêa a chama de cavalacanga.
Existem inúmeras variações sobre a sua forma: uma mula sem cabeça, com um relincho apavorante; um animal preto com uma cruz de pêlos brancos na cabeça; olhos de fogo; geme como gente; relincha; tem um facho luminoso na ponta da cauda; ninguém a vê, só se ouve o tropel; uma burra com uma listra branca no pescoço...
Gustavo Barroso explica que a escolha da mula, ou burrinha, como a punição da mulher do padre, deve-se ao fato que desde mais ou menos meados da Idade Média, as mulas foram as montarias mais utilizadas pelos padres, por serem dóceis, resistentes e seguras. Animais incansáveis e bastante próximos da pessoa do padre, inclusive fisicamente.
Boto
Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.
Curupira
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
Lobisomem
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.
Mãe-D'água
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.
Corpo-seco
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.
Pisadeira
É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.
Mula-sem-cabeça
Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.
Mãe-de-ouro
Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.
Saci-Pererê
O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.
LENDAS DA REGIÃO SUL
Colonizado por europeus, o Sul, com 577.214 km2, oferece prazeres variados. Da carne bovina aos frutos do mar. Em seus três estados - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul -, há de tudo; para todos os gostos. Churrascos servidos no espeto, pratos à base de frutos do mar, siris, camarões, lagostas, e peixes elaborados ao forno, na brasa, em caldeiradas.
Há, ainda, a típica cozinha do interior, com destaque para o mocotó de campo, o arroz-de-carreteiro. a roupa velha e o barreado. Com forte presença italiana, é ampla a oferta de massas. Marcante, também, são os traços da colonização alemã. O que permite ao viajante saborear excelentes embutidos.
E, após a refeição principal, doces de ovos, como ambrosias e papos-de-anjo, e de frutas cristalizados e em calda. Apesar de possuir restaurantes que oferecem todas as cozinhas do mundo. No litoral sul saladas guarnecidas por palmitos de uma maciez sem igual, colhidos na Mata Atlântica.
O PODER DOS MITOS
Colonizado por europeus, o Sul, com 577.214 km2, oferece prazeres variados. Da carne bovina aos frutos do mar. Em seus três estados - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul -, há de tudo; para todos os gostos. Churrascos servidos no espeto, pratos à base de frutos do mar, siris, camarões, lagostas, e peixes elaborados ao forno, na brasa, em caldeiradas.
Há, ainda, a típica cozinha do interior, com destaque para o mocotó de campo, o arroz-de-carreteiro. a roupa velha e o barreado. Com forte presença italiana, é ampla a oferta de massas. Marcante, também, são os traços da colonização alemã. O que permite ao viajante saborear excelentes embutidos.
E, após a refeição principal, doces de ovos, como ambrosias e papos-de-anjo, e de frutas cristalizados e em calda. Apesar de possuir restaurantes que oferecem todas as cozinhas do mundo. No litoral sul saladas guarnecidas por palmitos de uma maciez sem igual, colhidos na Mata Atlântica.
A IARA ou Mãe-D'água - figura mitológica difundida entre os indígenas e caboclos após o século XVII, de aculturação provavelmente européia e tendo suas raízes nas sereias. Loira e muito bonita, a mãe-d'água atrai os pescadores, ou quem quer que se aproxime de rio ou praia `a noite, e leva o pretendente a afogar-se em busca de diversão. Em algumas comunidades é reputada como protetora das águas e pescas. Sendo meio peixe e meio mulher, apresenta-se a pentear os cabelos, a cantar ou mesmo conversando com algum passante. Encantado e quase que sob efeito hipnótico, o pretenso parceiro mergulha nas profundezas da água, onde sufoca e morre.1
A Iara é uma bonita moça que vive na água, contam os índios. Dizem que é tão linda, que ninguém resiste ao seu encanto. Costuma cantar com uma voz tão doce, que atrai as pessoas. Quando se percebe, já é tarde. Ela arrasta a vítima para o fundo das águas. Os índios têm tanto medo da Iara, que, ao entardecer, evitam ficar perto dos lagos e dos rios. Receiam ser atraídos por ela.
Jaguarari era um moço índio. Ele era muito forte, tão forte como a onça. E se houvesse uma luta entre os dois, não sei quem sairia ganhando. Era, também, muito corajoso e os outros moços índios morriam de inveja. Os velhos gostavam dele, porque era bondoso. As moças, então, viviam elogiando sua elegância, sua força, sua ligeireza! É claro que ele se sentia feliz.
O índio Jaguarari gostava de remar e possuía uma canoa muito bonita. Mas bonita mesmo! Feita com todo o capricho. Quando ele passava, remando, as aves da beira do rio não fugiam, ao contrário, esticavam o pescoço o mais que podiam para vê-lo passar.
Para pescar e caçar não havia outro! Não tinha nem graça: enquanto os outros índios se cansavam, correndo pela selva atrás de algum bicho, Jaguarari caçava quantos queria. Depois, pedia aos jovens índios que o ajudassem a carregar os animais que havia caçado. E eles, embora tivessem inveja de Jaguarari, não conseguiam resistir ao seu pedido, tão grande era sua simpatia.
Como o moço era bondoso, ainda repartia os animais abatidos com os amigos, proibindo-os de contar aos outros índios quem os havia caçado...
Um dia, ele partiu bem cedo para a caça. Ia sozinho. A manhã estava linda. De toda parte, saíam gritos, pios, cantos, saudando o sol que transformava tudo em vida e alegria. O moço índio sentia-se mais feliz do que nunca e não parava de admirar as maravilhas que encontrava: as aves voando perto das águas tranqüilas do lago... O colorido das flores... As teias de aranha cobertas de orvalho, parecendo tecidas com fios de prata... Quanta beleza! Entusiasmado, ele resolveu passar o dia na floresta. Só voltaria à aldeia quando começasse a anoitecer. Queria aproveitar bem aquele dia maravilhoso. Foi entrando pela selva, até alcançar lugares que ainda não conhecia. Em tudo encontrava a mesma vida e a mesma beleza, que pareciam nascer da luz do sol.
Encontrou um lago muito bonito, o mais bonito que ele já havia visto. Tinha uma superfície tão calma e cristalina, que parecia ser de vidro. Não resistiu e resolveu dar um mergulho. Como sempre, as aves que se achavam nas margens não fugiram. Chegaram mais perto do lago, para ver melhor o moço índio.
Depois de se banhar demoradamente, deitou-se à beira do lago e ficou admirando a beleza do céu. Ficou assim horas, completamente esquecido do que pretendia fazer. Quando se lembrou, deu um salto, apanhou o arco, as flechas e partiu para a caça. Não queria caçar muito, pois estava longe de sua aldeia.
E ficou por ali, caçando, até sentir fome. Preparou e comeu uma das caças e, sentindo sono, deitou-se para descansar um pouco. Adormeceu profundamente. Quando despertou, viu que o dia já estava terminando. Apressou-se em voltar à aldeia.
Mal começou a andar, ouviu um canto que o deixou maravilhado. Nunca ouvira nada tão bonito, antes. Deixava longe o canto do uirapuru! Jaguarari, encantado, queria conhecer a ave que cantava assim, mas já era tarde. Precisava ir embora, mas era tão bonito! Poderia voltar outro dia... E não conseguia afastar-se.
Sem perceber, foi andando na direção da doce e mágica melodia. Afastando cipós e folhagens, sem ligar para o perigo que podia encontrar, foi seguindo como que puxado por uma corda invisível.
Não demorou muito, chegou, por outro caminho, ao lago onde havia nadado. E viu a Iara.
Era realmente a Iara. Tinha um rosto tão lindo, que o moço ficou impressionado.
Sempre atraído, ele já estava quase dentro da água. Lembrou-se, porém, do que os velhos costumavam contar sobre a Iara e se agarrou desesperadamente ao tronco de uma árvore, à beira do lago.
A Iara, que já o tinha visto antes, quando ele estava nadando, queria leva-lo para o fundo das águas. Como não gostava da luz do dia, esperara entardecer para atrair o moço com o seu canto.
Jaguarari, por ser forte, muito forte, conseguiu resistir, agarrado ao tronco da árvore. Depois, segurando os cipós que havia por perto, conseguiu afastar-se do lago. Percebeu, então, inúmeros animais e aves, paralisados pelo canto da Iara. Estavam tão hipnotizados, que nem perceberam a sua passagem.
Quando chegou à aldeia, sua mãe notou que ele estava diferente.
- Que aconteceu? - perguntou-lhe. Você foi atacado por alguma fera?
- Não, minha mãe. Nada me aconteceu.
- Mas você está tão esquisito! Nunca o vi assim!
- E apenas cansaço. Estive muito longe e precisei andar depressa, para que a noite não me pegasse na floresta.
- Ainda bem. Pensei que fosse coisa mais grave.
No dia seguinte, ele continuou preocupado e triste, bem diferente do que havia sido até então. Todos estranharam e queriam saber o que lhe havia acontecido. Muitos acreditavam que ele estava sendo vítima de Jurupari, o espirito do mal, pois o moço não ligava para mais nada. Apenas continuava a caçar e a pescar. Só que não trazia mais bichos e peixes, como antes. Agora, trazia apenas algum bichinho e dois ou três peixes, quando muito. Ele ficava a maior parte do tempo na beira do lago, para tornar a ver a Iara. Estava completamente enfeitiçado.
A Iara, porém, não aparecia mais. E o moço ficava ali, atento, procurando perceber algum movimento na água ou ouvir algumas notas de seu maravilhoso canto.
A mãe dele é que não conseguia descansar. Ficava à espera do filho e, todas as vezes que lhe perguntava o que estava acontecendo, a resposta era sempre a mesma:
- Nada. Apenas estou cansado.
Ele, que antes não gostava de ficar na floresta quando escurecia, voltava agora muitas horas depois de ter anoitecido. E, desde aquele dia, não aceitou mais a companhia de ninguém.
Os dias foram passando e cada vez Jaguarari parecia mais triste e desanimado. Tanto sua mãe insistiu, que, uma noite, ao voltar do lago, ele lhe contou:
- Vi a Iara, minha mãe. Num lago, bem dentro da floresta. É a moça mais linda que já me apareceu. Não existe outra igual. Seu canto é tão bonito, que não consigo esquecê-lo. Preciso vê-la outra vez e, novamente, ouvir a sua voz maravilhosa!
- A pobre mãe pôs-se a chorar:
- Fuja da Iara! - pediu-lhe. Ela conseguiu enfeitiçá-lo e você será morto, se não se afastar dela!
Ele foi para a rede, mas não pôde dormir. A lembrança do canto da Iara roubara-lhe o sono.
No dia seguinte, ouvindo o conselho da mãe, Jaguarari não saiu da aldeia. À medida, porém, que a tarde ia caindo, ele foi ficando impaciente. Não conseguia conter-se. Precisava ir até o lago! Como era tarde demais para atravessar a floresta, tomou uma canoa e começou a descer o rio. Os que estavam por perto pensaram que ele ia pescar.
De repente, um índio gritou:
- Ei, Jaguarari não estava sozinho? Pois agora não está mais! Vejam!
Ao longe, avistava-se Jaguarari de pé, na canoa, em companhia de uma moça. Era a Iara. Foi a última vez que alguém o viu.2
A Lenda do Caipora ou Curupira
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No texto, titulo ou temas relacionados existe a frase ou parte da frase buscada, caso não visualize, aperte CRTL+F e insira no campo o texto que você buscou!
Clique na imagem para ampliá-la. "Este mito que protege nossa fauna e nossa flora, que desorienta o caçador predador, que parte o machado de quem abater árvores sem necessidade.
Ele que permite através da preservação da natureza, que se preserve assim também pelo maior tempo possível a espécie humana.
Tendo em vista a preocupação da humanidade em relação à ecologia, coloca o FEFOL, do qual é o Patrono, e sua capital, Olímpia, assim como o próprio folclore, em sintonia com o planeta."
Entidade mítica de idealização folclórica de procedência tupi-guarani (de "curu"-corruptela de curumim + "pira" = corpo, corpo de menino), com ligações originárias ao homem primitivo e de atributos heróicos na proteção da fauna e da flora.
Tem como principal signo a direção contrária dos pés em relação ao próprio corpo, o que constitui um artifício natural para despistar os caçadores, colocando-os numa perseguição a falsos rastros.
Possui extraordinários poderes e é implacável com os caçadores que matam pelo puro prazer de fazê-lo;
Há, entretanto variantes, extremamente divergentes dessas idéias, onde o Curupira (e/ou Caipora, do tupi-guarani "caá", mato, e "pora", habitante), é um ser medonho e perverso: "o demônio das florestas"; na concepção pictória, "aparece" de várias formas: como um menino de corpo peludo, cabelos avermelhados e dentes verdes; como um curumim; como um duende sem cabelos e com o corpo coberto de pelos verdes; como um anão, um caboclinho, etc.
O Curupira tem para nós olimpienses uma peculiar importância por ser o patrono do FEFOL, durante a qual é incumbido de governar a cidade após receber (personificado) das mãos do prefeito a carta de mandatário e a chave simbólica do município.
É um mito existente em todo o Brasil. É um ente fantástico, demoníaco, cruel para os que não o atendem. É representado ora como mulher unípede, o Caipora-Fêmea, ora como um tapuio encantado,nu, que fuma no cachimbo, este último na área do Maranhão a Minas.
Manoel Ambrósio dá a notícia, no Nordeste, de um caboclinho com um olho só no meio da testa, descrição que nos faz lembrar dos ciclopes gregos. Também aparece no Paraná como um homem peludo que percorre as matas montado num porco-espinho.
No Vale do Paraíba, estado de São Paulo, ele é descrito como um caçador façanhudo, bastante feio, de pêlos verdes e pés virados para trás.
Outro nome do Caipora, ou Caapora, é Curupira, protetor das árvores, chamado assim quando apresenta os pés normais.
Em algumas regiões, há fusão dos dois duendes, em outras elas coexistem. O mito emigrou do Sul para o Norte, conforme conclusão dos estudiosos.
Existe na Argentina o mesmo duende, como um gigante peludo e cabeçudo. Couto de Magalhães aceita a influência platina no nosso Caipora.
Nesse conto brasileiro, o duende vira ao avesso o caçador. Também é comum, principalmente em Minas e São Paulo, o castigo de matar de cócegas aquele que não tem fumo para contentá-lo.
O Caipora, ou Pai-do-Mato, é protetor da caça e reina sobre todos os animais.
É mau espírito. Infelicita os que encontra, quando não lhe dá tremendas surras. Deparar o Caipora traz conseqüências desagradáveis.
Por extensão, passou a lenda a considerar qualquer encontro com o Caipora como causa de infelicidade. Daí caiporismo = má sorte.
O Caipora, também chamado Curupira e, em algumas regiões, Caiçara, justificado pelas lendas ameríndias, é protetor da caça e guardião dos caminhos. Em maio de 1550, dizia o Padre Anchieta que o Caiçara maltratava os índios nas brenhas, com chicotadas.
Chegava até a matá-los, à força de maltratos. Os índios, para apaziguá-lo, deixavam para ele, nas clareiras, penas de pássaros, redes, esteiras. Segundo Gonçalves Dias, Curupira é o espírito mau que habita as florestas. Descreve-o assim: 'Veste as feições de um índio anão de estatura, com armas proporcionais ao seu tamanho'. Governa os porcos-do-mato e anda com varas deles, barulhando pela floresta. O mesmo mito é encontrado em toda a América Espanhola: no Paraguai, na Bolívia, na Venezuela.
Entre os Chipaias, tribo guarani moderna, há a crença no Curupira, como sendo um monstro antropófago, gigantesco, muito simplório, conforme relato de Artur Ramos, em Introdução à Antropologia Brasileira.
Apesar de serem conhecidos o nome e o mito Curupira, no Vale do Paraíba é mais encontradiço o nome Caipora, usado até para designar gente de cabeleira alvoroçada.
Lá, é um caboclinho feio pra danar, anão de pés virados para trás, cabeludo. Viaja montado em um porco-espinho, com a cara virada do lado do rabo da montaria.
Quem vai mato a dentro, tem que se prevenir com fumo de rolo, para lhe oferecer.
Uma variação fonética mais recente foi recolhida no estado de São Paulo, e consta do reforço do primeiro 'r' brando do nome, para Currupira. Assim se diz em alguns pontos da Serra Quebra-Cangalha, nas alturas de Silveiras e assim foi ouvido em Olímpia, cognominada a Capital Nacional do Folclore.
Ou Batatá, Baitatá, Biatatá, Bitatá, Batatal... O nome é indígena e quer dizer "cobra de fogo". E é justamente o que ela é. Contam que certa vez houve uma grande enchente e todos os bichos morreram, menos a cobra.
Quando a água baixou, era tanta comida que ela até ficou fresca: só queria comer os olhos dos bichos, porque eram mais molinhos (é meio nojento, mas a lenda é assim).
Foi comendo tanto olho, tanto olho, que sua pele ficou transparente e ela virou uma cobra de luz! Virou o Boitatá. Dizem que o Boitatá persegue quem faz queimadas nas matas, e se você correr — babau! Lá vai ela atrás.
Curiosidades:
- É comemorado com eventos e festas, no dia 22 de Agosto, aqui no Brasil, o Dia do Folclore.
- Em 2005, foi criado do Dia do Saci, que deve ser comemorado em 31 de outubro. Festas folclóricas ocorrem nesta data em homenagem a este personagem. A data, recém criada, concorre com a forte influência norte-americana em nossa cultura, representanda pela festa do Halloween - Dia das Bruxas.
- Muitas festas populares, que ocorrem no mês de Agosto, possuem temas folclóricos como destaque e também fazem parte da cultura popular.
O que é lenda? Porque o povo conta lendas?
Estas perguntas não são especiosas, ou gratuitas. Bem ao contrário:
lendas são parte importante do folclore de um povo, estudá-las é
fundamental para o aprofundamento da alma popular. Muitas vezes não conhecemos um grupo social em profundidade sem intimar o seu folclore.
Estudar as lendas, portanto, é fundamental.
As lendas são histórias do País contada pelo seu povo. A lenda é
local e se localiza no tempo obrigatoriamente.
O povo conta lendas para fazer a sua autobiografia, para relatar as
suas memória. Trata-se de uma profunda e urgente necessidade de explicar-se. As lendas são assim um depoimento que o povo faz sobre si mesmo e para si mesmo. É como se estivesse diante do espelho. Trata-se, a rigor, de uma confissão e a Igreja descobriu a importância do confessionário muito antes que a Psicanálise descobrisse o divã do analista.
Depor sobre nós mesmos é catártico e o folclore tem a vantagem
sobre a mera confissão de ser sempre coletivo. Dá explicações, diz dos
porquês, exorciza fantasmas. Um banco forrado de pelego numa roda de mate será sempre mais eficaz que um terapia de grupo, em matéria de resolver os escaninhos da mente popular, embora o Folclore esteja mais próximo de Jung do que de Freud.
Rodrigo da Rosa Walter - Gilse Morgental Falkembach
22 de agosto - Dia do Folclore
Por definição, folclore é o conjunto das tradições, lendas e crenças de um povo cuja expressão se dá através da cultura, linguagem, artesanato, religiosidade, alimentação e vestuário de uma determinada região ou nação. O Brasil é dono de um dos folclores mais ricos do mundo, construído pelos índios, negros e brancos.
O Dia do Folclore foi instituído em 1965, quando o presidente da República, Castello Branco, assinou o Decreto Federal n° 56.747, denominando o dia 22 de agosto como o Dia do Folclore Brasileiro. Dois anos depois, no Estado de São Paulo, em 27 de junho de 1967, o governador do estado, Abreu Sodré, assinou o decreto nº 48.310, instituindo agosto como o Mês do Folclore.
A criação das datas que comemoram o folclore tinha como objetivo resgatar os personagens da mitologia brasileira. Os resultados foram positivos e a prova disso é o Saci, que há pouco tempo ganhou seu próprio dia, comemorado em 31 de outubro.
Anselmo Vieira
LENDAS DO SUL
Negrinho do pastoreio
Salamanca do Jarau
Casa de MBororé
São Sepé
A moça do cemitério
A Lenda do minhocão
Boitatá
A origem do mate segundo os jesuítas
A origem da erva mate segundo os guaranis
Caverá
João de Barro
A panelinha
O lobisomem do cemitério de RG
Praga do padre morto na Tamandaré
Angoera
Lagoa Vermelha
Quero-quero
Umbú
Soledade
LENDAS GAÚCHAS
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• Negrinho do pastoreio
• Salamanca do Jarau
• Casa de MBororé
• São Sepé
• A moça do cemitério
• A Lenda do minhocão
• Boitatá
• A origem do mate segundo os jesuitas
• A origem da erva mate segundo os guaranis
• Caverá
• João de Barro
• A panelinha
• O lobisomem do cemitério de RG
• Praga do padre morto na Tamandaré
• Angoera
• Lagoa Vermelha
• Quero-quero
• Umbú
• Soledade
• Artigos
• Indumentária gaúcha
Anselmo Vieira
Parlendas
O que são
As parlendas são versinhos com temática infantil que são recitados em brincadeiras de crianças. Possuem uma rima fácil e, por isso, são populares entre as crianças. Muitas parlendas são usadas em jogos para melhorar o relacionamento entre os participantes ou apenas por diversão. Muitas parlendas são antigas e, algunas delas, foram criadas, há décadas. Elas fazem parte do folclore brasileiro, pois representam uma importante tradição cultural do nosso povo.
Alguns exemplos de parlendas:
Um, dois, feijão com arroz.
Três, quatro, feijão no prato.
Cinco, seis, chegou minha vez
Sete, oito, comer biscoito
Nove, dez, comer pastéis.
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Serra, serra, serrador! Serra o papo do vovô! Quantas tábuas já serrou?
Uma delas diz um número e as duas, sem soltarem as mãos, dão um giro completo com os braços, num movimento gracioso.
Repetem os giros até completar o número dito por uma das crianças.
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Um elefante amola muita gente...
Dois elefantes... amola, amola muita gente...
Três elefantes... amola, amola, amola muita gente...
Quatro elefantes amola, amola, amola, amola muito mais...
(continua...)
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– Cala a boca!
– Cala a boca já morrei
Quem manda em você sou eu!
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- Enganei um bobo...
Na casca do ovo!
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Dedo Mindinho
Seu vizinho,
Maior de todos
Fura-bolos
Cata-piolhos.
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Rei, capitão,
soldado, ladrão.
moça bonita
Do meu coração
Para saber mais:
Indicações de leitura (bibliografia):
- O Jogo da Parlenda
Autor: Prieto, Heloisa
Editora: Companhia das Letrinhas
- Salada, Saladinha - Parlendas - Série na Panela do Mingau
Autor: Pamplona, Rosane; Nóbrega, Maria José
Editora: Moderna
- Bão - Ba - La - Lão e Outras Parlendas
Autor: Romero, Silvio
Editora: Scipione
Adivinhas
Na Antiguidade, a decifração de enigmas era prova de inteligência. Com o passar do tempo, a prática perdeu o sentido filosófico. Hoje, tais enigmas são encontrados na voz anônima do povo e, particularmente, na boca das crianças. Pergunte quem tem adivinhas guardadas na memória e verá que sempre temos alguma lá no "fundo do baú".
Passe o mouse na palavra "Resposta" para conhecer o resultado, não aparecendo clique aqui para encontrar as respostas de todas as adivinhas
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O que é, o que é?
• 1 - Voa pelo ar feito balão, aos vivos dá alimento, aos mortos consolação?Resposta
• 2 -Tem barba, mas não é homem; tem dente mas não é gente? Resposta
• 3 - Para ser direito tem que ser torto?Resposta
• 4 - Por mais que é cortado fica do mesmo tamanho?Resposta
• 5 - Enche uma casa mas não enche uma mão?Resposta
• 6 - Nele, quanto mais se tira, ele maior fica?Resposta
• 7 - Tem mais de vinte cabeças, mas não sabe pensar?Resposta
• 8 - Tem pés redondos e rastro comprido?Resposta
• 9 - Entra na boca da gente todos os dias e a gente não come?Resposta
• 10 - O que tem a idade do mundo e todo mês nasce?Resposta
• 11 - Qual é a carta que nunca leva recado?Resposta
• 12 - Qual é a fruta que todo mundo carrega duas?Resposta
• 13 - Qual é o casal que nunca se encontrou?Resposta
• 14 - Qual é o olho que mais chora?Resposta
• 15 - Qual o pássaro que em gaiola não se prende, só se prende quando se solta, por mais alto que ele voe preso vai e preso volta?Resposta
• 16 - Qual o bicho que anda com patas?Resposta
• 17 - Farmácia começa com F e termina com que letra?Resposta
• 18 - Um pau de doze galhos
Cada galho tem seu ninho
Cada ninho tem seu ovo
Cada ovo um passarinho?Resposta
• 19 - Nasce no mato
No mato se cria
E só dá uma cria?Resposta
• 20 - O nome do dono é o mesmo da casa?Resposta
• 21 - Tenho casas sem ser bairro, No meu nome casa tenho, Sem ser cão protejo o dono, Que me usa se lhe convenho. Resposta
• 22 - O que é um pontinho branco no meio da grama? Resposta (Colaboração de Gisele Karina Gruber - SC/São Bento do Sul)
• 23 - Onde todos sentam, menos você? Resposta (Colaboração de Emanuelle Annie - RJ - Campos dos Goytacazes)
• 24 - Por que a água foi presa? Resposta (colaboração de katiele Lopes)
• 25 -Quem tem procura, quem não tem não quer? Resposta (colaboração de Rosane Pamplona)
• 26 - Qual é o mês mais curto?Resposta (Colaboração de Marisa)
• 27 - O rato roeu a roupa do rei de Roma, quantos erres tem nisso? Resposta (Colaboração de Marisa)
• 28 - Cinco macacos de imitação estavam sentados num muro. Um deles pulou. Quantos ficaram? Resposta (Colaboração de Marisa)
• 29 - Quanto mais tiramos,maior fica? Resposta (Colaboração de Olegario de Godoy)
• 30 - Qual é a coisa que quando chega em casa põe logo à janela? Resposta (colaboração de Andréia Gomes
• 31 - Quatro Romanos e um Inglês viajavam num automóvel. Qual era o nome da mulher que conduzia o automóvel? Resposta (Colaboração de Josefina Supinho)
Simpatia e Crendices
Atenção: Segundo o dicionário Aurélio simpatia que dizer: "Ritual posto em prática, ou objeto supersticiosamente usado, para prevenir ou curar uma enfermidade ou mal-estar." As simpatias e crendices abaixo foram colocadas para pesquisa sobre o nosso folclore, sem comprovação da veracidade ou não.
O site Arte-Educação não indica a utilização de nenhuma simpatia como forma de cura e aconselha a procura de um médico em caso de quaisquer enfermidades
• Saúde, beleza e cuidados pessoais
• Amor e casamento
• Dinheiro e negócios
• Sorte
• Véspera de São João
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Saúde, beleza e cuidados pessoais
• Para evitar dor-de-dente.Cortar as unhas na segunda-feira
• Para evitar futuras dores de dentes, ao escurecer, quando o sabiá piar, dar três cuspidas para o lado direito e três para o lado esquerdo.
• Quando os pés ficam adormecidos, traçar sobre eles uma cruz com saliva.
• Criança que sofre de ataques de lombriga deve usar um colar da alho ou de "olho de cabra".
• Colocar uma cruz feita de palha de milho na cabeça que deita sangue pelo nariz, faz a hemorragia estancar imediatamente.
• Quando uma criança está com coqueluche, é bom que uma vizinha, nascida em janeiro e em estado interessante, venha acudir o doente depois da meia-noite. Deve ela dizer todas as vezes que a criança perder o fôlego:
"Tosse violenta,
tosse sem fim,
vai-te arrebenta
lá nos confins".
• Para curar eczema é bom fazer o seguinte: Numa sexta-feira, antes do sol nascer, põe-se no meio do quintal uma bacia cheia d’água na qual, ao meio-dia em ponto, o doente lava o rosto ou outra parte afetada.
• Cura-se sapinho de boca de crianças, passando-se sobre a sua língua a chave do sacrário
• Idem, o óleo da lâmpada do sacrário.
• Evita-se câimbra, colocando-se um pedaço de aço sob o travesseiro.
• Para emagrecer, amarrar na cintura, por baixo das roupas, um cordão bem fininho.
• Para curar dor-de-ouvido, passar por dentro das orelhas o rabo de um gato preto. O doente deve estar em jejum e o tratamento precisa ser repetido três vezes.
• Quem quiser sarar de mau cheiro nas axilas, deve comprar um lencinho branco e virgem, amarrar numa das suas pontas um tostão, ir a uma encruzilhada, esfregar o lenço nos sovacos e atirá-lo no meio da estrada. Quem pegar o lenço, leva também o bodum.
• Idem, esfregar nos sovacos um limão vermelho cortado ao meio e, depois, enfiá-lo num buraco de um mourão de porteira.
• Cura-se íngua, colocando-se no bolso da calça do lado em que ela estiver, dentro de um saquinho de pano branco, três grãos de sal.
• Cura-se cobreiro, traçando-se à sua volta quatro cruzes de tinta azul, três dias seguidos.
• Para derrubar pelos do rosto esfregá-los, em três noites seguidas, com um morcego aberto no meio.
• Picada de abelha não dói se se passar sobre o lugar, por três vezes, uma faca de aço.
• Cura-se icterícia, fazendo-se o doente engolir sete piolhos catados da cabeça de uma criança de sete anos.
• Para o mesmo fim, deitar o doente, de madrugada, antes do sol nascer, na grama orvalhada, recortar a sua forma no chão e revirar a terra.
• Cura-se bronquite, medindo-se a altura do doente no batente de uma porta, fazendo-se ali um buraquinho onde se enfia mecha de cabelo de sua nuca. Tapa-se o buraco com cera ou sabão.
• Criança que tem ventre virado deve ser agarrada pelos pés, virada de ponta cabeça e seus pés devem ser batidos três vezes na folha de uma porta.
• Tira-se cisco dos olhos, cuspindo-se três vezes em três direções diferentes e depois coçá-los.
• Amarrar um fiapo de palha de milho no dedo mindinho do pé esquerdo, corta soluço.
• Para ter o nariz certo. Se você ainda é jovem e percebeu que seu nariz apresenta algum defeito, passe a usar, todas as noites, um pregador de roupas para corrigir o defeito. Não se preocupe com o incômodo que se origina da pressão do pregador. Respire pela boca e tenha uma nariz certinho.
• Para espinha não deixar marca no rosto. Pegue um pouco de pomada "Minâncora" e dê uma ligeira aquecida, jogando por sobre a espinha um pouco de sal refinado. Aplique a pomada sobre a espinha e só retire quando a pele afetada tiver lhe consumido uma boa parte. Depois de algumas aplicações, a espinha sumirá e não deixará marca.
• Para o cabelo ficar mais forte. Na noite de Lua cheia, corte as pontas do seu cabelo, coloque no tronco da bananeira ou em uma árvore em fase de crescimento.
• Para o cabelo parar de cair. Pegue uma porção de capim-gordura, um litro e meio de água, e deixe ferver bem. Depois, deixe esfriar. Em seguida, lave a cabeça com sabão de coco e , logo após, enxaguar os cabelos com a água do capim-gordura. Fazer esta simpatia três vezes por semana.
• Para acabar com espinha. Pegue três pêssegos já maduros e descasque-os de maneira que as tiras de casca sejam bem finas. Depois coloque as cascas para ferver em água filtrada, de forma que as cascas desmanchem. Coloque as cascas num prato e adicione uma colher bem cheia de mel puro. Deixe passar uns quinze minutos e lave o rosto com a água fria e sabão neutro.
• Para perder peso. Na lua minguante à noite, pegar uma linha amarela, sair no quintal, segurar a linha com as duas mãos olhando para as estrelas. Escolher as bem pequenas, dar um nó e dizer; "Estrela, estrelinha formosa e magrinha, me dê sua magreza que eu dou minha gordurinha". Depois colocar no pulso. Cada estrela corresponde a um quilo. Tem que ser feita 3 luas minguantes, cada lua uma linha com os mesmos nós. E colocado no pulso.
• Para ter um rosto bonito. Mantenha, em sua casa um ponte ou filtro de barro com água de chuva. Ao acordar e antes de dormir, lave o rosto com bastante dessa água, depois espalhe suco de limão e mel de abelha em partes iguais. Deixe por meia-hora, depois volte a lavar com água de chuva e um sabonete neutro ou de glicerina. Enxugue apertando a toalha contra pele, sem esfregar.
• Para corrigir defeito nas orelhas. Toda vez que passar diante de uma igreja, coloque a mão sobre o defeito e firme o pensamento, pedindo que seus santos protetores melhorem a aparência das orelhas. E ao chegar em casa, acenda uma vela branca para os santos.
• Para curar bronquite. Pegar coco, devendo furá-lo naquele olho, tirando a sua água e colocando dentro mel puro de abelha. Fechar o buraco com uma rolha de cortiça. Embrulhe o coco num plástico e enterre, deixando assim por sete dias. Marcar a hora que enterrou e no sétimo dia , no mesmo horário, desenterre, dando 3 colheres do mel para a criança, se for adulto 3 colheres grandes (manhã - tarde - noite)
• Para dor de ouvido. Primeiramente, limpe cuidadosamente o ouvido. Se usar cotonete, não o introduza profundamente pois pode causar danos mais sérios. Extraia o suco de três dentes de alho ou de um galho de arruda, aqueça ligeiramente, molhe um pedaço de algodão e coloque-o no ouvido dolorido. Repita uma hora depois, se a dor não passar totalmente.
• Fim da celulite. Para se ver livre da celulite, abra 2 caixas de fósforo e deixe que todos os palitos caiam no chão. Depois, recolha-os um a um, alternando as mãos, direita, esquerda, direita, esquerda, até terminar. Faça isso por 13 dias consecutivos. As caixas de fósforos devem ser as mesmas durante todos os dias da simpatia.
• Seios em alta. Para evitar o problema com os seios caídos, passe uma colher de pau virgem sobre os seios, 9 vezes, de cima para baixo, e mais 9 vezes de baixo para cima. Comece sempre pelo seio esquerdo e depois vá para o direito.
• Menos estrias. Para diminuir as estrias, misture um pouco de mel e óleo de amêndoas e passe com o auxílio de um lenço branco limpo, nas regiões afetadas, de cima para baixo. Feito isso, enterre o lenço num jardim com muitas roseiras floridas, de preferência com rosas brancas.
• Cinturinha. Uma cinturinha afinada se consegue numa sexta-feira, dia dedicado à deusa da beleza, Vênus. Basta pegar um barbante virgem e medir com ele sua cintura. Enquanto estiver fazendo isso, diga: "Porque este barbante é virgem, ele vai afinar a minha cintura". Amarre o barbante na cintura e não tire, deixe-o arrebentar sozinho.
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Amor e casamento
• Para a mulher conquistar homem de seus sonhos. Pegue um pedaço de papel branco e coloque-o sobre um prato. Desenhe um coração do tamanho do fundo do prato. Depois, recorte o desenho e escreva nas três primeiras linhas o nome do homem desejado. Em outras três linhas, escreva seu próprio nome. Coloque o desenho do coração no fundo do prato, derrame um pouco de mel sobre ele, juntamente com algumas pétalas de rosa branca. Depois, acenda uma vela branca bem no meio do prato, deixando-a queimar totalmente. Quando a vela acabar de queimar, firme o pensamento no homem desejado. Guarde o prato por sete dias. Depois, lave as pétalas e coloque-as dentro de um livro. O prato com o coração deve ser deixado num jardim onde existam espinhos.
• Para mulher feia arrumar namorado. A mulher feia sofre por causa disso. Porém, as forças ocultas poderão ajudar uma mulher feia a conseguir namorado bem apessoado, até causando inveja nas amigas. Deve, para isso, proceder assim: pegar uma palma de espada de São Jorge, cortá-la em três pedaços e colocá-la para ferver por três horas. Deixe a água esfriar e lave o rosto com essa água, sempre solicitando que São Jorge transforme-a de "dragão" em princesa bela e desejada.
• Para que a pessoa amada volte . Escreva o nome da pessoa num papel branco, à meia noite de uma sexta- feira, enterre o papel todo dobradinho debaixo de um pé de chorão, pense firme no seu retorno e urine em cima.
• Para que o namorado volte. Amarre 7 fitas coloridas numa estatua de Sto. Antônio, deixando guardada em seu guarda-roupa de cabeça para baixo. Prometa que quando tudo estiver bem, você liberta o Santo.
• Para mulher conquistar o amado. Escreva o nome completo dele num cigarro com filtro. Depois acenda o cigarro e deixe queimar até o fim. Não precisa Fumar. Pegue o filtro e jogue na frente da casa da pessoa que você gosta e não conte nada a ninguém.
• Para o rapaz arranjar namorada. Conseguir três penas de qualquer passarinho e três pétalas de rosas, de qualquer cor. Conservá-las embrulhadas no bolso e ir trocando de bolso de vez em quando.
• Para terminar com um amor. Escreva o nome da pessoa no chão ou na areia. Encha um litro de água de rio. Jogue em cima do nome formando uma cruz, até a água do litro acabar. Quebre o litro, bem quebradinho, e enterre bem fundo em lugar onde as pessoas não passem.
• Para voltar com o namorado. Escreva em cruz o seu nome e o da pessoa amada num pedaço de papel. Ponha dentro de uma vasilha virgem, cubra os nomes com uma substância doce. Coloque a vasilha debaixo de sua cama por vinte e um dias. Logo verá que a harmonia estará se fortalecendo entre os dois.
• Para amarrar marido. À meia noite de lua quarto crescente, quando seu marido estiver dormindo, pegue um pano virgem (sem uso), e uma agulha e uma linha vermelha, chegue perto dele e faça de conta que esta costurando, murmurando estas palavras com muita fé e convicção: "Estou costurando o coração de (diga o nome de seu marido) para que ele nunca se interesse por ninguém a não ser por mim". Repita esta frase por 7 vezes e enterre o pedaço do pano no jardim ou num vaso de barro com planta.
• Para que sua namorada não te esqueça. Faça que um pedaço de carvão pareça um coração, deixe em um lugar que bata o primeiro sol da madrugada. Dentro do carvão escrever o nome dela. Bater o pé, por cima, ao mesmo tempo pronuncie o nome dela. ela nunca o deixara.
• Para mulher casar rápido. Quando uma das sua amigas for casar, a mulher que quer casar rápido deve arrancar três fios do próprio cabelo e colocar debaixo do véu da amiga que for casar, sem que ela perceba, e seu casamento será breve.
• Para marido amar cada dia mais a esposa. Esta simpatia deve ser feita pela esposa num dia do mês que tenha número sete. Exemplo: 7, 17, 27(de qualquer mês). Pegue 30 cm. de fita branca(de qualquer largura), escreva em toda a extensão da fita o nome do marido, em seguida amarre essa fita num retrato do marido, colocando-o numa igreja, aos pés do santo que a esposa seja devota. E reze logo depois três Salve-Rainhas.
• Para haver harmonia conjugal. Coloque no quarto de dormir do casal um quadro com o retrato do casamento e todas as noites antes de dormir, olhe para a fotografia e repita: "Nós nos amamos".
• Para haver harmonia conjugal 2. Pegue uma peça íntima da mulher e amarre-a a uma do homem com uma fita azul e virgem. Deixe as peças sob a cama do casal e no dia seguinte jogá-las em água corrente. A simpatia deve ser feita preferencialmente num dia de sexta-feira.
• Para esposa amarrar marido. Comprar um moringa com tampa e colocar debaixo de uma goteira da casa, deixando encher com água da chuva. Quando quiser ter relação sexual com o marido, é só destampar a moringa. Quando ele sair de casa, tampe bem a moringa e guarde bem, dentro de casa.
• Para casar com namorado. Pegar uma maçã vermelha, cortar a tampa e retirar o miolo. Pegar um papel branco e virgem e escrever o nome próprio e do marido. Colocar papel dentro da maça e jogar em cima uma colher de mel. Feche e amarre com uma fita vermelha, fazendo um pedido a Sto. Antônio e guardando a maça até que ela apodreça.
• Para marido largar amante. Pegar 2 pedaços de carne e fazer um buraco pequeno em cada pedaço. escrever o nome da amante num pedaço e o nome do marido em outro pedaço de papel branco. Coloque os 2 papéis cada um em um pedaço de carne. Aquele que ficar com o nome dela jogar para um gato comer, e o que ficar com o nome dele, para um cachorro comer.
• Para viúva arranjar bom casamento. Acenda uma vela branca no último dia do mês, durante três meses, sempre firmando o pensamento naquilo que deseja. A seguir, faça uma novena termine no dia do Santo.
• Para mulher idosa conseguir marido. Ir a um lugar onde se possa fazer uma pequena fogueira e com ela já acesa, saudar São João, São Pedro e todos santos protetores das senhoras idosas.
• Para acabar com brigas entre o casal. Pegue duas facas virgens e cruze-as sobre a certidão de casamento. Depois de 3 horas retire as facas e guarde-as embrulhadas num lenço branco.
• Para ter um noivado feliz. No dia de Nossa Senhora da Conceição, entre na procissão em homenagem à santa, levando rosas brancas e uma vela branca. Enquanto estiver acompanhando a procissão, seja a pé ou em barco, volte seu pensamento para santa e peça que ela lhe permita ter um noivado feliz. Depois, jogue as rosas e a vela na água.
• Para o casamento trazer felicidade. Se você está para casar, aja desta forma, se quiser encontrar felicidade nas núpcias: um dia antes das bodas, faça uma oração fervorosa para Santo Antônio a Nossa Senhora da Conceição, pedindo que essas divindades lhe dêem muita felicidade na vida de casada(o).
• Para deixar o marido bonzinho. Embrulhar um jabuti com uma camisa do marido, tendo o cuidado de deixar uma abertura para não sufocá-lo. Após sete dias ao meio-dia de uma sexta-feira, retirar a camisa do jabuti e jogá-la nas águas de um rio. O jabuti deve ser alimentado normalmente.
• Para reconciliação do casal. Pegue um limão galego e leve a um padre para benzer. Em seguida faça um chá com limão e procure fazer com que o casal beba um pouco do chá.
• Para casar com um estrangeiro. Arrume moedas do país da pessoa com quem deseja casar, e com um pouco em uma das mãos, vá a um rio e jogue as moedas pedindo ao santo de sua proteção sorte no amor.
• Para a esposa ser amorosa. Compre uma corrente de ouro e dê de presente a sua esposa, colocando no pescoço dela, de preferência às 6 horas da manhã ou da tarde, mas sempre quando o sino de uma igreja estiver tocando.
• Para ganhar seu amor. Pegue uma vela branca, escreva o nome dela (e) com um objeto pontiagudo.Acenda a vela e diga 2 vezes o nome dele (a), em seguida diga vamos ficar juntos, pelo poder da terra, do céu e do mar, vamos ficar juntos.
Deixe a vela queimar.Publique a simpatia. (Colaboração de Ana Cristina)
• Para ficar com seu amor para sempre. Pegue 1/3 e em cada conta diga: Frei Silvério, conceda-me a graça que tanto desejo. Que eu e (diga o nome da pessoa amada) fiquemos juntos para sempre numa paixão eterna e no amor infinito. Faça esse ritual por 3 noites seguidas e depois divulgue como quiser (Colaboração de Paola)
• Para ele te ligar . Faça com muita fé, conte regressivamente de 10 a 1, agora diga ele vai voltar, ele vai me ligar hoje, as bruxas atenderão meu pedido e irão me ajudar, publique e confie que ele vai te procurar (Colaboração de Renata Franchi)
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Dinheiro e negócios
• Para nunca faltar dinheiro. Coloque 3 moedas no fundo de um saleiro. Nunca deixe faltar sal em cima das moedas. Dinheiro na mão o resto da vida.
• Para nunca perder o dinheiro. Pegue três moedinhas e três balas, ou três docinho. Jogue as balas e as moedinhas num jardim, oferecendo a Cosme e Damião, desejando que nunca mais perca dinheiro.
• Para que não tenha prejuízos. Antes de sair de casa, pela manhã, pegue um raminho de arruda e papasse-o no peito em cruz, por três vezes, na pele do peito.
• Para ganhar mais dinheiro. Pegue seu chaveiro que contenha todas as chaves da casa e friccione-o durante dez minutos. Em seguida coloque as chaves uma a uma sobre a mesa de refeições, em forma de cruz e reze um Pai-Nosso. A simpatia deve ser realizada às 12 horas.
• Para que seu dinheiro renda. Para que seu dinheiro renda, se multiplique, proceda desta forma: toda vez que receber o pagamento (se é um trabalhador assalariado) ou por qualquer outra espécie (se for um profissional independente), guarde uma moedinha dentro de um pote de barro. Quando completar o período de 13 meses, dê as moedas para casa da caridade, ou para a primeira pobre que encontrar pela rua com crianças.
• Para conseguir dinheiro rapidamente. Vá a um riacho que tenha boa correnteza e ponha na água uma nota de qualquer valor. Depois, corra para um ponto mais abaixo e entre na água, onde deverá ficar esperando a nota chegar, dizendo: "Que o dinheiro que eu preciso venha a mim o mais depressa que puder". Quando apanhar a nota trazida pela correnteza, leve-a até uma igreja e deposite-s aos pés de uma imagem de Santo Onofre.
• Para ganhar um aumento de salário. Se você acha que está ganhando pouco, e quer um aumento de salário, faça assim: pegue um pouco de fermento e ponha dentro de um prato de barro, firmando o pensamento e dizendo para si mesmo: "Assim como esse fermento faz crescer o pão, também fará crescer o meu salário".
• Para ganhar na loteria. Arrume uma estrela do mar pequena e num dia de sexta feira ao meio-dia, colocá-la no bolso direito e no mesmo horário faça o seu jogo ou compre o bilhete. À meia-noite do mesmo dia troque-a de bolso e reze o Pai-Nosso.
• Para atrair o dinheiro. Fazer um defumador com algumas folhas de louro e acrescentar um punhado de açúcar e um punhadinho de erva-doce e diga: "dinheiro e fartura" ao defumar a casa de trás para frente, ou seja, dos fundos da casa para a frente.
• Para se afastar da miséria. Uma vez por ano, na passagem do ano, à meia noite, escreva num pedaço de papel a palavra "miséria", coloque o papel sobre uma chapa de ferro ou qualquer outro recipiente de metal, despeje vinagre, álcool e coloque sete pedrinhas de sal grosso ao redor. Em seguida, ateie fogo ao álcool e fique de costas até queimar tudo. Como o álcool é altamente inflamável, tome todas as precauções com seu recipiente, principalmente se ele for de plástico. Não se esqueça de repetir esta simpatia por pelo menos 7 anos, que ficará longe da miséria.
• Para Ter dinheiro o ano todo. Coloque uma romã dentro de uma saquinho de pano de cor vermelha e ofereça aos 3 Reis Magos. A seguir, coloque atrás da porta da sala. Faça esta simpatia no dia dos Reis Magos, que é 6 de janeiro.
• Para Ter dinheiro o ano todo 2. Procure um formigueiro grande, pegue 21 moedas e vá jogando, de uma a uma, na direção onde as formigas trazem sua carga, até colocar a última na boca do formigueiro. Este é um ritual dos chamados pequenos animais.
• Para ganhar sempre. No primeiro dia de Lua Nova, pegue uma moeda de qualquer valor e coloque-a dentro de uma xícara grande nova com um pouco de açúcar. Deixe a xícara no sereno. No dia seguinte, passe a moeda e o açúcar para um xícara pequena também nova. Depois, coloque a pequena dentro da grande. No terceiro dia, ore com bastante fé e depois coloque amoeda dentro de sua carteira, deixando-a lá até conseguir o que deseja.
• Manter o emprego. No primeiro dia do mês, acenda uma vela de sete dias e coloque-a em um pires. Embaixo dele, coloque uma folha de papel de carta roxo e todas as noites, enquanto a vela arder, pegue o papel e escreva: "Meu anjo da guarda, ajude-me a manter meu emprego". Quando a vela acabar, use o papel para embrulhar um galhinho de arruda e 3 dentes de alho. Guarde tudo em uma gaveta, no local onde trabalha, e não conte a ninguém.
• Conseguir trabalho. Acenda todas as velas brancas do maço de uma vez aos pés da imagem de Santa Rita. Peça A santa que lhe consiga um emprego rápido. Apague as velas antes que acabem de queimar c embrulhe-as em um pedaço de papel azul Amarre com um metro do barbante c guarde o pacote com você. Quando conseguir emprego acenda as velas novamente desta vez em uma igreja, no altar e deixe-as queimar até o fim.
• Crescer na profissão. Assista a uma missa na primeira sexta-feira do mês. No final dela, coloque 3 galhos de arruda e 3 moedas antigas aos pés da imagem do santo de sua devoção. Peça ao mesmo tempo, ajuda para subir no emprego. Depois, reze um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e uma Glória ao Pai.
• Novo trabalho. Pegue uma foto sua recente 3x4 e escreva atrás dela o seu nome completo e a seguinte frase: "Com todas as forças do meu pensamento, daqui só saio empregado(a)". Coloque a foto em sua carteira ou bolsa e deixe lá por 7 dias. Depois, jogue-a em água corrente, rezando um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.
• Enriquecer. Na primeira semana do mês, durante todo o ano, procure fazer esta simpatia. Num guardanapo de papel, coloque 2 colheres de arroz feito no dia e 3 folhas de arruda. Embrulhe e guarde este pacotinho na geladeira, por 3 dias. Ao final deste prazo jogue o pacote num jardim.
• Dinheiro Extra. Num prato de louça branco, acenda uma vela e derrame um pouco de mel. Coloque o prato num canto da casa, onde ninguém consiga vê-lo. Esta simpatia deve ser feita numa segunda-feira de Lua crescente.
• Conseguir dinheiro rápido. Para ter dinheiro rapidamente, ao acordar, esquente num litro de água com um copo de arroz cru. Depois, coe reserve a água. Tome um banho demorado e se enxágüe com esta água, derramando-a do pescoço para baixo. a seguir, vista uma roupa branca e lavada. O dinheiro aparecerá em pouco tempo, por meio de um trabalho extra ou pagamento de dívida.
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Sorte
• Para ter sorte na moradia. Alguns dias antes de mudar, a pessoa tem que lavar a nova casa com água, vinho e mel e deixar secar naturalmente. Um dia antes da mudança, abrir uma lata de sardinha, uma garrafa de vinho e uma bisnaga. Colocar tudo isso no meio da sala e no dia da mudança, recolher tudo e jogar num jardim. Depois disso, não faltará, saúde e dinheiro e só reinará a felicidade no lar.
• Para retirar o azar de sua casa. Pegue 7 pombos brancos, em dias de domingo, e coloque dentro de sua casa. Abra todas as janelas, e abra a gaiola dos pombos deixando eles saírem por onde quiserem, assim levando todo o azar em suas asas.
• Para ter sorte em novos empreendimentos. Para ter sorte em novos empreendimentos, recorra aos poderes de uma simpatia. Antes de atirar-se a um novo empreendimento, tome um banho preparado com água morna, sal grosso, três folhas de hortelã, uma folha de arruda e meia colher de enxofre.
Simpatias
• Para ter sorte no comércio. Quando abrir seu comércio pegue a chave do estacionamento e deixe durante três dias dormir no sereno. Depois disso, antes de inaugurar o comércio mande rezar uma missa ao santo de sua devoção.
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Véspera de São joão
• Sabedoria de bananeira
Na noite de São João, de 23 para 24, deve-se enfiar uma faca virgem (nova) na bananeira. No dia seguinte, de manhã bem cedo, retire a faca que nela aparecerá o nome do(a) futuro(a) noivo(a). Outra variante dessa simpatia diz que o nome do(a) futuro(a) marido/mulher aparecerá escrito no caule da bananeira. Alguns preferem ver o nome escrito no tronco da bananeira. Ainda há outra variante, mais rápida: enfia-se a faca
na bananeira e, ao retirá-la, você ouvirá o nome do(a) futuro(a) companheiro(a).
• Papéis mágicos
Na noite de São João, escreva em pequenos papéis o nome de vários(as) pretendentes. Enrole-os e jogue-os em uma bacia ou copo d'água. O papel que se desenrolar primeiro indicará o nome do(a) futuro(a) companheiro(a).
• A idade do cônjuge
Passe um ramo de manjericão sobre a fogueira e jogue-o sobre o telhado de sua casa. Se na manhã seguinte ele ainda estiver verde, é sinal de casamento com pessoa jovem. Se estiver murcho, com pessoa mais velha.
• Oráculo de carvão
Pegue dois pedaços de carvão da fogueira de São João. À meia-noite, coloque os carvões em uma bacia com água. Se afundar o maior é porque o marido vai morrer primeiro. Afundando os dois, o casal vai morrer junto. Se os dois carvões boiarem, o casal terá vida longa.
• Sonho lotérico
Se você sonhar com um bicho na véspera de São João, deve jogar na loteria porque vai ganhar com certeza.
Energia do santo
Regue as plantas antes de o Sol nascer, no dia de São João. As plantas crescerão bem mais fortes.
• O poder do carvão
-O carvão que sobra depois que a fogueira apaga adquire poderes sobrenaturais. Com ele, pode-se cobrir os ovos das aves para que a ninhada seja forte e saudável.
-Andar com um pedaço de carvão da fogueira
no bolso traz felicidade e dinheiro o ano todo.
-Jogar na fogueira um galho de alecrim, arruda
ou uma trança de alho espanta o mau-olhado.
-Os carvões que restarem podem ser enviados a parentes e amigos, pois são considerados bentos.
-Quem possuir um carvão da fogueira viverá até
o próximo São João.
• O poder do mastro
-Para obter boa colheita, prenda junto à bandeira do mastro laranjas, pencas de banana e espigas de milho, pedindo a proteção dos santos.
-As espigas de milho que ficam no mastro são recolhidas e usadas para o plantio. Dizem que quem achar no dia da festa uma espiga com 15 fileiras ficará rico.
Brinquedos Populares
O que são
Além dos contos, danças, festas e lendas, o folclore brasileiro é marcado pelas tradicionais brincadeiras. As brincadeiras folclóricas são aquelas que passam de geração para geração. Muitas delas existem há décadas ou até séculos. Costumam sofrer modificações de acordo com a região e a época, porém, a essência das brincadeiras continua a mesma da origem.
Grande parte das brincadeiras folclóricas envolve disputas individuais ou em grupos. Possibilitam também a integração e o desenvolvimento social e motor das crianças.
A preservação destas brincadeiras é muito importante para a manutenção da cultura folclórica. Por isso, são muito praticadas, principalmente, durante o mês de agosto que é destinado ao folclore.
Jogos, brincadeiras e brinquedos do folclore:
- Soltar pipa: as pipas, também conhecidas como papagaios, são feitas de varetas de madeira e papel. Coloridas, são empinadas (soltadas) pelos meninos em dias de vento. Com uma linha, os garotos conseguem direcionar e fazer malabarismos no céu.
- Estilingue: também conhecidos como bodoques, são feitos de galhos de madeira e borracha. Os meninos usam pedras para acertar alvos (latas, garrafas e outros objetos).
- Pega-pega: esta brincadeira envolve muita atividade física. Uma criança deve correr e tocar outra. A criança tocada passa ter que fazer o mesmo.
- Esconde-esconde: o objetivo é se esconder e não ser encontrado pela criança que está procurando. A criança que deverá procurar deve ficar de olhos tapados e contar até certo número enquanto as outras se escondem. Para ganhar, a criança que está procurando deve encontrar todos os escondidos e correr para a base.
- Bola de gude: coloridas e feitas de vidro, são jogadas no chão de terra pelos meninos. O objetivo é bater na bolinha do adversário para ganhar pontos ou a própria bola do colega.
- Boneca de pano: feitas pelas mães e avós, são usadas em brincadeiras pelas meninas para simular crianças integrantes de uma família imaginária.
- Pião: a brincadeira de pião ainda faz muito sucesso, principalmente, nas regiões do interior do Brasil. Feitos de madeira, os piões são rodados no chão através de um barbante que é enrolado e puxado com força. Muitas crianças pintam seus piões. Para deixar mais emocionante a brincadeira, muitos meninos fazem malabarismo com os piões enquanto eles rodam. O mais conhecido é pegar o pião com a palma da mão enquanto ele está rodando.
• Anel (passar o anel)
• Barra manteiga
• Batatinha frita
• Berlinda
Trava - línguas
O que são
Podemos definir os trava línguas como frases folclóricas criadas pelo povo com objetivo lúdico (brincadeira). Apresentam-se como um desafio de pronúncia, ou seja, uma pessoa passa uma frase díficil para um outro indíviduo falar. Estas frases tornam-se difíceis, pois possuem muitas sílabas parecidas (exigem movimentos repetidos da língua) e devem ser faladas rapidamente. Estes trava línguas já fazem parte do folclore brasileiro, porém estão presentes mais nas regiões do interior brasileiro.
Exemplos de Trava Línguas (devem ser falados rapidamente sem pausas)
Pedro tem o peito preto, O peito de Pedro é preto; Quem disser que o peito de Pedro é preto, Tem o peito mais preto que o peito de Pedro.
A vaca malhada foi molhada por outra vaca molhada e malhada.
Um ninho de mafagafos, com cinco mafagafinhos, quem desmafagafizar os mafagafos, bom desmafagafizador será.
Há quatro quadros três e três quadros quatro. Sendo que quatro destes quadros são quadrados, um dos quadros quatro e três dos quadros três. Os três quadros que não são quadrados, são dois dos quadros quatro e um dos quadros três.
Chupa cana chupador de cana na cama chupa cana chuta cama cai no chão.
Pinga a pipa Dentro do prato Pia o pinto e mia o gato.
O rato roeu a roupa do rei de Roma.
Pinga a pia apara o prato, pia o pinto e mia o gato.
O princípio principal do príncipe principiava principalmente no princípio principesco da princesa.
Quico quer quaqui. Que quaqui que o Quico quer? O Quico quer qualquer quaqui.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Luzia lustrava o lustre listrado, o lustre listrado luzia.
Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não sabemos, ambos saberemos se somos sábios, sabidos ou simplesmente saberemos se somos sabedores.
Fala, arara loura. A arara loura falará.
Se o Arcebispo-Bispo de Constantinopla a quisesse desconstantinoplizar, não haveria desconstantinoplizador que a desconstantinopllizasse desconstantinoplizadoramente.
Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato. Pinga a pia, para o prato, pia o pinto e mia o gato.
A vida é uma sucessiva sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente, sem suceder o sucesso...
O Tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem, o Tempo respondeu pro tempo que o tempo tem o tempo que o tempo tem.
Provérbios
Introdução
Os provérbios são ditos populares (frases e expressões) que transmitem conhecimentos comuns sobre a vida. Muitos deles foram criados na antiguidade, porém estão relacionados a aspectos universais da vida, por isso são utilizados até os dias atuais. É muito comum ouvirmos provérbios em situações do cotidiano. Quem nunca ouviu, ao fazer algo rapidamente, que “a pressa é a inimiga da perfeição”. Os provérbios fazem sucesso, pois possuem um sentido lógico.
A maioria é de criação anônima. O provérbio é fácil de decorar e transmitir em função de seu formato simples, curto e direto. Falam sobre diversos assuntos e fazem parte da cultura popular da humanidade. Encontramos provérbios para praticamente todas as situações de vida.
Lista de provérbios populares:
"É inútil preocupar-se com os cabelos, quando se estás prestes a perder a cabeça" Provérbio Russo
"Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca" Provérbio Popular
"Nunca se esquecem as lições aprendidas na dor" Provérbio Africano
"Não aponte as faltas alheias nem mesmo com o dedo limpo" Adágio Popular
"Não é mérito o fato de não termos caído, e, sim, o de termos levantado todas as vezes que caímos" Provérbio Árabe
"Uma das causas do fracasso na vida é deixar para amanhã o que se pode fazer hoje, e depois, fazer tudo apresadamente" Sabedoria Popular
"Cair sete vezes; levantar-se oito!" Provérbio Japonês
"Não se esquenta uma casa com a promessa de lenha" Provérbio Russo
"Um punhado de paciência vale mais do que um barril de talento" Provérbio Holandês
"Cura-se a ferida que uma espada faz; é incurável a que faz uma língua"
Provérbio Árabe
"Se Deus não perdoasse, o paraíso ficaria vazio" Provérbio Berbere
"Realiza mesmo chorando aquilo que prometeste sorrindo" Adágio Popular
"Deus mora onde o deixam entrar" Sabedoria Oriental
"Faça trabalhar a cabeça e dê férias à língua" Adágio Popular
"Amigo mesmo é aquele que sabe o pior a teu respeito e assim mesmo continua a gostar de ti" Ditado Americano
"Se alguém vive na riqueza sem nada fazer de belo ou de generoso não lhe chamem de rico, mas simplesmente um policial que guarda riqueza". Provérbio Oriental
"Quando uma pessoa perde dinheiro, perdeu muito; quando perde um amigo, perdeu mais; quando perde a coragem e a fé, perdeu tudo". Provérbio Popular
"Um precipício na tua frente, uma malta de lobos atrás de ti: tal é a vida" Provérbio Latino
"As águas calmas são profundas" Ditado Alsaciano
"Quanto menos matéria existir, mais substância haverá" Provérbio Chinês
"Saber demasiado é envelhecer precocemente" Provérbio Russo
"A mais alta das torres começa no solo" Provérbio Chinês
"Caia a faca no melão ou o melão na faca, o melão sofre..." Provérbio Chinês
"O diabo coloca a mulher sob o homem para ter o homem sob o seu jugo" Provérbio Corsa
"Só se pode juntar as mãos quando elas estão vazias" Provérbio Tibetano
"Não há pena que dure cem anos, nem corpo que a resista" Provérbio Argentino
"A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes a gente logo enxerga" Provérbio Japonês
"Tudo o que acontece uma vez pode nunca mais acontecer, mas tudo o que acontece duas vezes, acontecerá certamente uma terceira" Provérbio Árabe
"Quem estuda e não pratica o que aprendeu é como o homem que lavra e não semeia. Provérbio Árabe
"Ser pedra é fácil, o difícil é ser vidraça" Provérbio Chinês
"A gato pintado não se confia a guarda do assado" Provérbio Brasileiro
"Tudo o que acontece uma vez pode nunca mais acontecer, mas tudo o que acontece duas vezes, acontecerá certamente uma terceira" Provérbio Árabe
"Boas cercas fazem bons vizinhos" Provérbio Americano
"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos" Provérbio Chinês
"Viver bem é a melhor vingança" Provérbio Basco
"Alguns são tidos como corajosos só porque tiveram medo de sair correndo" Provérbio Inglês
"O sorriso custa menos que a eletricidade e dá muito mais luz" Provérbio Escocês
"Só se pode juntar as mãos quando elas estão vazias" Provérbio Tibetano
"Boas cercas fazem bons vizinhos" Provérbio Americano
• Dai a César o que de César e a Deus o que de Deus.
• Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
• Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
• A pressa é a inimiga da perfeição.
• Cavalo dado não se olha os dentes.
• A ocasião faz o ladrão.
• Quando um não quer, dois não brigam.
• Antes calar que mal falar.
• Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
• Cada cabeça, cada sentença.
• Caiu na rede é peixe.
• Casa de ferreiro, espeto de pau.
• O seguro morreu de velho.
• Cada macaco no seu galho.
• Quem tudo quer nada tem.
• Devagar se vai ao longe.
• De grão em grão a galinha enche o papo.
• Errar é humano.
• Falar é fácil, fazer é que é difícil.
• Filho de peixe, peixinho é.
• Leite de vaca não mata bezerro.
• Nada como um dia depois do outro.
• Não há rosas sem espinhos.
• Não se faz uma omelete sem quebrar os ovos.
• Nunca digas que desta água não bebereis.
• O barato sai caro.
• Onde há fumaça, há fogo.
• Pela boca morre o peixe.
• Quem ama o feio, bonito lhe parece.
• Quem espera sempre alcança.
Introdução
As cantigas de roda, também conhecidas como cirandas são brincadeiras que consistem na formação de uma roda, com a participação de crianças, que cantam músicas de caráter folclórico, seguindo coreografias. São muito executadas em escolas, parques e outros espaços frequentados por crianças. As músicas e coreografias são criadas por anônimos, que adaptam músicas e melodias. As letras das músicas são simples e trazem temas do universo infantil.
Alguns exemplos de cantigas de roda:
Capelinha de melão
Capelinha de melão
É de São João
É de cravo, é de rosa,
É de manjericão
São João está dormindo
Não acorda, não
Acordai, acordai,
Acordai, João!
Caranguejo
Caranguejo não é peixe
Caranguejo peixe é
Caranguejo não é peixe
Na vazante da maré.
Palma, palma, palma,
Pé, pé, pé
Caranguejo só é peixe, na vazante da maré!
Atirei o pau no gato
Atirei o pau no gato, tô
mas o gato, tô tô
não morreu, reu, reu
dona Chica, cá cá
admirou-se, se se
do berrô, do berrô, que o gato deu, Miau!
Ciranda cirandinha
Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia-volta, volta e meia vamos dar
O anel que tu me deste era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou
Por isso, D. Fulano entre dentro dessa roda
Diga um verso bem bonito, diga adeus e vá-se embora
A ciranda tem tres filhas
Todas tres por batizar
A mais velha delas todas
Ciranda se vai chamar
Escravos de Jó
Escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, bota, deixa o Zé Pereira ficar.
Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue zá
Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue zá.
Danças Folclóricas
Introdução
As danças sempre foram um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de uma determinada região. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras. As danças folclóricas brasileiras caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares) e figurinos e cenários representativos. Estas danças são realizadas, geralmente, em espaços públicos: praças, ruas e largos.
Principais danças folclóricas do Brasil
Samba de Roda
Estilo musical caracterizado por elementos da cultura afro-brasileira. Surgiu no estado da Bahia, no século XIX. É uma variante mais tradicional do samba. Os dançarinos dançam numa roda ao som de músicas acompanhadas por palmas e cantos. Chocalho, pandeiro, viola, atabaque e berimbau são os instrumentos musicais mais utilizados.
Maracatu
O maracatu é um ritmo musical com dança típico da região pernambucana. Reúne uma interessante mistura de elementos culturais afro-brasileiros, indígenas e europeus. Possui uma forte característica religiosa. Os dançarinos representam personagens históricos (duques, duquesas, embaixadores, rei e rainha). O cortejo é acompanhado por uma banda com instrumentos de percussão (tambores, caixas, taróis e ganzás).
Frevo
Este estilo pernambucano de carnaval é uma espécie de marchinha muito acelerada, que, ao contrário de outras músicas de carnaval, não possui letra, sendo simplesmente tocada por uma banda que segue os blocos carnavalescos enquanto os dançarinos se divertem dançando. Os dançarinos de frevo usam, geralmente, um pequeno guarda-chuva colorido como elemento coreográfico.
Baião
Ritmo musical, com dança, típico da região nordeste do Brasil. Os instrumentos usados nas músicas de baião são: triângulo, viola, acordeom e flauta doce. A dança ocorre em pares (homem e mulher) com movimentos parecidos com o do forró (dança com corpos colados). O grande representante do baião foi Luiz Gonzaga.
Catira
Também conhecida como cateretê, é uma dança caracterizada pelos passos, batidas de pés e palmas dos dançarinos. Ligada à cultura caipira, é típica da região interior dos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás e Mato Grosso. Os instrumento utilizado é a viola, tocada, geralmente, por um par de músicos.
Quadrilha
É uma dança típica da época de festa junina. Há um animador que vai anunciando frases e marcando os momentos da dança. Os dançarinos (casais), vestidos com roupas típicas da cultura caipira (camisas e vestidos xadrezes, chapéu de palha) vão fazendo uma coreografia especial. A dança é bem animada com muitos movimentos e coreografias. As músicas de festa junina mais conhecidas são: Capelinha de Melão, Pula Fogueira e Cai,Cai balão.
Lendas brasileiras
• Caipora
• Boi tatá
• Mula sem cabeça
• Iara
• Cobra grande
• Vitória Régia
• Saci Pererê
• Negrinho do pastoreio
• Papa figo
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Caipora
É um Mito do Brasil que os índios já conheciam desde a época do descobrimento. Índios e Jesuítas o chamavam de Caiçara, o protetor da caça e das matas.
É um anão de Cabelos Vermelhos com Pelo e Dentes verdes. Como protetor das Árvores e dos Animais, costuma punir o os agressores da Natureza e o caçador que mate por prazer. É muito poderoso e forte.
Seus pés voltados para trás serve para despistar os caçadores, deixando-os sempre a seguir rastros falsos. Quem o vê, perde totalmente o rumo, e não sabe mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, ele, às vezes chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também chamado de Pai ou Mãe-do-Mato, Curupira e Caapora. Para os Índios Guaranis ele é o Demônio da Floresta. Às vezes é visto montando um Porco do Mato.
Uma carta do Padre Anchieta datada de 1560, dizia: "Aqui há certos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante". Os índios, para lhe agradar, deixavam nas clareiras, penas, esteiras e cobertores.
De acordo com a crença, ao entrar na mata, a pessoa deve levar um Rolo de Fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com Ele.
Nomes comuns: Caipora, Curupira, Pai do Mato, Mãe do Mato, Caiçara, Caapora, Anhanga, etc.
Origem Provável: É oriundo da Mitologia Tupi, e os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando da época do descobrimento, depois tornou-se comum em todo País, sendo junto com o Saci, os campeões de popularidade. Entre o Tupis-Guaranis, existia uma outra variedade de Caipora, chamada Anhanga, um ser maligno que causava doenças ou matava os índios. Existem entidades semelhantes entre quase todos os indígenas das américas Latina e Central. Em El Salvador, El Cipitío, é um espiríto tanto da floresta quanto urbano, que também tem as mesmos atibutos do Caipora. Ou seja pés invertidos, capacidade de desorientar as pessoas, etc. Mas, este El Cipitío, gosta mesmo é de seduzir as mulheres.
Conforme a região, ele pode ser uma mulher de uma perna só que anda pulando, ou uma criança de um pé só, redondo, ou um homem gigante montado num porco do mato, e seguido por um cachorro chamado Papa-mel.
Também, dizem que ele tem o poder de ressuscitar animais mortos e que ele é o pai do moleque Saci Pererê.
Há uma versão que diz que o Caipora, como castigo, transforma os filhos e mulher do caçador mau, em caça, para que este os mate sem saber.
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Boi Tatá
É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quase cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram.
Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de "Cumadre Fulôzinha". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.
Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem que ele protege as matas contra incêndios.
A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe parecem grandes tochas em movimento.
Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata.
Origem Provável: É de origem Indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a presença desse mito. Dizia que entre os índios era a mais temível assombração. Já os negros africanos, também trouxeram o mito de um ser que habitava as águas profundas, e que saía a noite para caçar, seu nome era Biatatá.
É um mito que sofre grandes modificações conforme a região. Em algumas regiões por exemplo, ele é uma espécie de gênio protetor das florestas contra as queimadas. Já em outras, ele é causador dos incêndios na mata. A versão do dilúvio teve origem no Rio Grande o Sul.
Uma versão conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão da caverna onde ficou preso após o dilúvio, outra versão, conta que ele, procura restos de animais mortos e come apenas seus olhos, absorvendo a luz e o volume dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes.
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Mula sem cabeça
Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de quinta para sexta feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta.
Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula-Sem-Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro.
Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula,deve-se deitar de bruços no chão e esconder Unhas e Dentes para não ser atacado.
Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-Sem-Cabeça, voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre
Nomes comuns: Burrinha do Padre, Burrinha, Mula Preta, Cavalo-sem-cabeça, Padre-sem-cabeça, Malora (México),
Origem Provável: É um mito que já existia no Brasil colônia. Apesar de ser comum em todo Brasil, variando um pouco entre as regiões, é um mito muito forte entre Goiás e Mato Grosso. Mesmo assim não é exclusivo do Brasil, existindo versões muito semelhantes em alguns países Hispânicos.
Conforme a região, a forma de quebrar o encanto da Mula, pode variar. Há casos onde para evitar que sua amante pegue a maldição, o padre deve excomungá-la antes de celebrar a missa. Também, basta um leve ferimento feito com alfinete ou outro objeto, o importante é que saia sangue, para que o encanto se quebre. Assim, a Mula se transforma outra vez em mulher e aparece completamente nua. Em Santa Catarina, para saber se uma mulher é amante do Padre, lança-se ao fogo um ovo enrolado em fita com o nome dela, e se o ovo cozer e a fita não queimar, ela é.
É importante notar que também, algumas vezes, o próprio Padre é que é amaldiçoado. Nesse caso ele vira um Padre-sem-Cabeça, e sai assustando as pessoas, ora a pé, ora montado em um cavalo do outro mundo. Há uma lenda Norte americana, O Cavaleiro sem Cabeça, que lembra muito esta variação.
Algumas vezes a Mula, pode ser um animal negro com a marca de uma cruz branca gravada no pelo. Pode ou não ter cabeça, mas o que se sabe de concreto é que a Mula, é mesmo uma amante de Padre.
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A Iara
Os cronistas dos séculos XVI e XVII registraram essa história. No princípio, o personagem era masculino e chamava-se Ipupiara, homem peixe que devorava pescadores e os levava para o fundo do rio. No século XVIII, Ipupiara vira a sedutora sereia Uiara ou Iara. Todo pescador brasileiro, de água doce ou salgada, conta histórias de moços que cederam aos encantos da bela Uiara e terminaram afogados de paixão. Ela deixa sua casa no fundo das águas no fim da tarde. Surge magnífica à flor das águas: metade mulher, metade peixe, cabelos longos enfeitados de flores vermelhas. Por vezes, ela assume a forma humana e sai em busca de vítimas.
Quando a Mãe das águas canta, hipnotiza os pescadores. Um deles foi o índio Tapuia. Certa vez, pescando, Ele viu a deusa, linda, surgir das águas. Resistiu. Não saiu da canoa, remou rápido até a margem e foi se esconder na aldeia. Mas enfeitiçado pelos olhos e ouvidos não conseguia esquecer a voz de Uiara. Numa tarde, quase morto de saudade, fugiu da aldeia e remou na sua canoa rio abaixo.
Uiara já o esperava cantando a música das núpcias. Tapuia se jogou no rio e sumiu num mergulho, carregado pelas mãos da noiva. Uns dizem que naquela noite houve festa no chão das águas e que foram felizes para sempre. Outros dizem que na semana seguinte a insaciável Uiara voltou para levar outra vítima.
Origem: Européia com versões dos Indígenas, da Amazônia.
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Cobra grande
É uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico. Conta a lenda que em numa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiúna (Cobra-grande, Sucuri), deu à luz a duas crianças gêmeas que na verdade eram Cobras. Um menino, que recebeu o nome de Honorato ou Nonato, e uma menina, chamada de Maria. Para ficar livre dos filhos, a mãe jogou as duas crianças no rio. Lá no rio eles, como Cobras, se criaram. Honorato era Bom, mas sua irmã era muito perversa. Prejudicava os outros animais e também às pessoas.
Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas perversidades. Honorato, em algumas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana transformando-se em um belo rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra.
Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita coragem para derramar leite na boca da enorme cobra, e fazer um ferimento na cabeça até sair sangue. Ninguém tinha coragem de enfrentar o enorme monstro.
Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato da maldição. Ele deixou de ser cobra d'água para viver na terra com sua família.
Origem: Mito da região Norte do Brasil, Pará e Amazonas.
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Vitória Régia
Os pajés tupis-guaranis, contavam que, no começo do mundo, toda vez que a Lua se escondia no horizonte, parecendo descer por trás das serras, ia viver com suas virgens prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a transformava em estrela do Céu. Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse.
E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe. Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando que a lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.
A lua, quis recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente, daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.
Origem: Indígena. Para eles assim nasceu a vitória-régia.
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Saci Pererê
A Lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil é origem Tupi Guarani. Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno.
É uma criança, um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Existem 3 tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos vermelhos. Ele também se transforma numa ave chamada Matiaperê cujo assobio melancólico dificilmente se sabe de onde vem.
Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele não atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele, deve jogar cordas com nós em sem caminho que ele vai parar para desatar os nós, deixando que a pessoa fuja.
Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira, pode capturá-lo, e se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo.
Nomes comuns: Saci-Cererê, Saci-Trique, Saçurá, Matimpererê, Matintaperera, etc.
Origem Provável: Os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando do Século XIX, em Minas e São Paulo, mas em Portugal há relatos de uma entidade semelhante. Este mito não existia no Brasil Colonial.
Entre os Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a se chamar Saci-pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho preto de uma só perna, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas.
Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações:
Por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros dizem que ele faz isso com uma moeda.
Há uma versão que diz que o Caipora, é seu Pai.
Dizem também que ele, na verdade eles, um bando de Sacis, costumam se reunir à noite para planejarem as travessuras que vão fazer.
Ele tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave.
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O negrinho do pastoreio
O Negrinho do Pastoreio É uma lenda meio africana meio cristã. Muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É muito popular no sul do Brasil.
Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros recém-comprados. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. ‘‘Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece’’, disse o malvado patrão. Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.
Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou, nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha.
Origem: Fim do Século XIX, Rio Grande do Sul.
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Papa figo
O Papa Figo, ao contrário dos outros mitos, não tem aparência extraordinária. Parece mais com uma pessoa comum. Outras vezes, pode parecer como um velho esquisito que carrega um grande saco às costas.
Na verdade, ele mesmo pouco aparece. Prefere mandar seus ajudantes em busca de suas vítimas. Os ajudantes por sua vez, usam de todos os artifícios para atrair as vítimas, todas crianças claro, tais como; distribuir presentes, doces, dinheiro, brinquedos ou comida. Eles agem em qualquer lugar público ou em portas de escolas, parques, ou mesmo locais desertos.
Depois de atrair as vítimas, estas são levadas para o verdadeiro Papa-Figo, um sujeito estranho, que sofre de uma doença rara e sem cura. Um sintoma dessa doença seria o crescimento anormal de suas orelhas.
Diz a lenda, que para aliviar os sintomas dessa terrível doença ou maldição, o Papa-Figo, precisa se alimentar do Fígado de uma criança. Feito a extração do fígado, eles costumam deixar junto com a vítima, uma grande quantia em dinheiro, que é para o enterro e também para compensar a família.
Origem: Mito muito comum em todo meio rural. Acredita-se que a intenção do conto era para alertar as crianças para o contato com estranhos, como no conto de Chapeuzinho Vermelho.
• Origem da festa junina
• Assim surgiu a Festa de São João
• Santo Antônio
• São João
• São Pedro
• Quadrilha
A origem da Festa Junina no Brasil e suas influências
Junho é o mês de São João, Santo Antônio e São Pedro. Por isso, as festas que acontecem em todo o mês de junho são chamadas de "Festa Joanina", especialmente em homenagem a São João.
O nome joanina teve origem, segundo alguns historiadores, nos países europeus católicos no século IV. Quando chegou ao Brasil foi modificado para junina. Trazida pelos portugueses, logo foi incorporada aos costumes dos povos indígenas e negros.
A influência brasileira na tradição da festa pode ser percebida na alimentação, quando foram introduzidos o aipim (mandioca), milho, jenipapo, o leite de coco e também nos costumes, como o forró, o boi-bumbá, a quadrilha e o tambor-de-crioula. Mas não foi somente a influência brasileira que permaneceu nas comemorações juninas. Os franceses, por exemplo, acrescentaram à quadrilha, passos e marcações inspirados na dança da nobreza européia. Já os fogos de artifício, que tanto embelezam a festa, foram trazidos pelos chineses.
A dança-de-fitas, bastante comum no sul do Brasil, é originária de Portugal e da Espanha.
Para os católicos, a fogueira, que é maior símbolo das comemorações juninas, tem suas raízes em um trato feito pelas primas Isabel e Maria. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel acendeu uma fogueira sobre o monte.
No Nordeste do país, existe uma tradição que manda que os festeiros visitem em grupos todas as casas onde sejam bem-vindos levando alegria. Os donos das casas, em contrapartida, mantêm uma mesa farta de bebidas e comidas típicas para servir os grupos. Os festeiros acreditam que o costume é uma maneira de integrar as pessoas da cidade. Essa tradição tem sido substituída por uma grande festa que reúne toda a comunidade em volta dos palcos onde prevalecem os estilos tradicionais e mecânicos do forró.
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Assim surgiu a Festa de São João
Dizem que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se.
Uma tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que, dentro de algum tempo, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista.
Nossa Senhora, então, perguntou-lhe:
- Como poderei saber do nascimento do garoto?
- Acenderei uma fogueira bem grande; assim você de longe poderá vê-la e saberá que Joãozinho nasceu. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele.
Santa Isabel cumpriu a promessa.
Um dia, Nossa Senhora viu, ao longe, uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para a casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia vinte e quatro de junho.
Começou, assim, a ser festejado São João com mastro, e fogueira e outras coisas bonitas como: foguetes, balões, danças, etc…
E, por falar nisso, também gostaria de contar porque existem essas bombas para alegrar os festejos de São João.
Pois bem, antes de São João nascer, seu pai, São Zacarias, andava muito triste, porque não tinha um filhinho para brincar.
Certa vez, apareceu-lhe um anjo de asas coloridas, todo iluminado por uma luz misteriosa e anunciou que Zacarias ia ser pai.
A sua alegria foi tão grande que Zacarias perdeu a voz, emudeceu até o filho nascer.
No dia do nascimento, mostraram-lhe o menino e perguntaram como desejava que se chamasse.
Zacarias fez grande esforço e, por fim, conseguiu dizer:
- João!
Desse instante em diante, Zacarias voltou a falar.
Todos ficaram alegres e foi um barulhão enorme. Eram vivas para todos os lados.
Lá estava o velho Zacarias, olhando, orgulhoso, o filhinho lindo que tinha…
Foi então que inventaram as bombinhas de fazer barulho, tão apreciadas pelas crianças, durante os festejos juninos.
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Santo Antônio - 13 de junho
Entre os santos que mais são comemorados durante as festas juninas, Santo Antônio é com certeza o que mais possui devotos espalhados pelo Brasil e também por Portugal.
Esse santo, que normalmente é representado carregando o menino Jesus em seus braços, ficou realmente conhecido como "casamenteiro"e é sempre o mais invocado para auxiliar moças solteiras a encontrarem seus noivos.
Em vários lugares do Brasil, há moças que chegam a realizar verdadeiras maldades com a imagem de Santo Antônio a fim de agilizarem seus pedidos.
Não são raras as jovens que colocam a imagem do santo de cabeça para baixo e dizem que só o colocam novamente na posição correta se lhes arrumar um namorado. Também separam-no do menino Jesus e prometem devolvê-lo depois de alcançarem o pedido. Na madrugada do dia 13 são realizadas diversas simpatias com este intuito. Mas não é só o título de casamenteiro que Santo Antônio carrega. Ele também é conhecido por ajudar as pessoas a encontrarem objetos perdidos.
Padre Vieira, um jesuíta, definiu assim Santo Antônio em um sermão que realizou no Maranhão em 1663:
"Se vos adoece o filho, Santo Antônio; se requereis o despacho, Santo Antônio; se perdeis a menor miudez de vossa casa, Santo Antônio; e, talvez, se quereis os bens alheios, Santo Antônio", disse Padre Vieira.
Na tradição brasileira, o devoto de Santo Antônio gosta de ter sua imagem pequena para poder carregá-la. Por esse e tantos outros motivos que ele é considerado o "santo do milagres".
Ainda com a tradição que são realizadas duas espécies de reza e festa em homenagem a Santo Antônio. A primeira delas, chamada "os responsos, é realizada quando o santo é invocado para achar coisas perdidas e a segunda, designada "trezena", é a cerimônia dedicada ao santo do dia 1 ao dia 13 de junho, com cânticos, fogos, comes e bebes e uma fogueira com o formato de um quadrado.
Ainda há um outro costume que é muito praticado pela Igreja e pelos fiéis. Todo o dia 13 de junho, as igrejas distribuem aos pobres e afortunados os famosos pãezinhos de Santo Antônio. A tradição diz que o pãezinhos deve ser guardado dentro de uma lata de mantimento, para a garantia de que não faltará comida durante todo o ano.
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São João - 24 de junho
Outro santo muito comemorado no mês de junho é São João. Esse santo é o responsável pelo título de "santo festeiro", por isso, no dia 24 de junho, dia do seu nascimento, as festas são recheadas de muita dança, em especial o forró.
No Nordeste do País, existem muitas festas em homenagem a São João, que também é conhecido como protetor dos casados e enfermos, principalmente no que se refere a dores de cabeça e de garganta.
Alguns símbolos são conhecidos por remeterem ao nascimento de São João, como a fogueira, o mastro, os fogos, a capelinha, a palha e o manjericão.
Existe uma lenda que diz que os fogos de artifício soltados no dia 24 são "para acordar São João". A tradição acrescenta que ele adormece no seu dia, pois, se ficasse acordado vendo as fogueiras que são acesas em sua homenagem, não resistiria e desceria à terra.
As fogueiras dedicadas a esse santo têm forma de uma pirâmide com a base arredondada.
O levantamento do mastro de São João se dá no anoitecer da véspera do dia 24. O mastro, composto por uma madeira resistente, roliça, uniforme e lisa, carrega uma bandeira que pode ter dois formatos, em triângulo com a imagem dos três santos, São João, Santo Antônio e São Pedro; ou em forma de caixa, com apenas a figura de São João do carneirinho. A bandeira é colocada no topo do mastro.
O responsável pelo mastro, que é chamado de "capitão" deve, juntamente com o "alferes da bandeira", responsável pela mesma, sair da véspera do dia em direção ao local onde será levantado o mastro.
Contra a tradição que a bandeira deve ser colocada por uma criança que lembre as feições do santo.
O levantamento é acompanhado pelos devotos e por um padre que realiza as orações e benze o mastro.
Uma outra tradição muito comum é a lavagem do santo, que é feita por seu padrinho, pessoa que está pagando por alguma graça alcançada.
A lavagem geralmente é feita à meia-noite da véspera do dia 24 em um rio, riacho, lagoa ou córrego. O padrinho recebe da madrinha a imagem do santo e lava-o com uma cuia, caneca ou concha. Depois da lavagem , o padrinho entrega a imagem à madrinha que a seca com uma toalha de linho.
Durante a lavagem é comum lavar os pés, rosto e mãos dos santos com o intuito de proteção, porém, diz a tradição que se alguma pessoa olhar a imagem de São João refletida na água iluminada pelas velas da procissão, não estará vivo para a procissão do ano seguinte.
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São Pedro - 29 de junho
O guardião das portas do céu é também considerado o protetor das viúvas e dos pescadores. São Pedro foi um dos doze apóstolos e o dia 29 de junho foi dedicado a ele. Como o dia 29 também marca o encerramento das comemorações juninas, é nesse dia que há o roubo do mastro de São João, que só será devolvido no final de semana mais próximo. Mas como as comemorações juninas perduram alguns dias, as pessoas dizem que no dia de São Pedro já estão muito cansadas e não têm resistência para grandes folias, sendo os fogos e o pau-de-sebo as principais atrações da festa. A fogueira de São Pedro tem forma triangular.
Como São Pedro é cultuado como protetor das viúvas, são elas que organizam a festa desse dia, juntamente com os pescadores, que também fazem a sua homenagem a São Pedro realizando procissões marítimas.
No dia 29 de junho todo homem que tiver Pedro ligado ao seu nome desse acender fogueiras nas portas de suas casas e, se alguém amarrar uma fita em uma pessoa de nome Pedro, este se vê na obrigação de dar um presente ou pagar uma bebida à pessoa que o amarrou.
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Quadrilha
O pesquisador Mário de Andrade a define como "dança de salão, aos pares, de origem francesa, e que no Brasil passou a ser dançada também ao ar livre, nas festas do mês de junho, em louvor a São João, Santo Antônio e São Pedro. Os participantes obedecem às marcas ditadas por um organizador de dança. O acompanhante tradicional das quadrilhas é a sanfona" .
A DANÇA DA QUADRILHA: A quadrilha é dançada em homenagem aos santos juninos ( Santo Antônio, São João e São Pedro ) e para agradecer as boas colheitas na roça. Tal festejo é importante pois o homem do campo é muito religioso, devoto e respeitoso a Deus. Dançar, comemorar e agradecer.Em quase todo o Brasil, a quadrilha é dançada por um número par de casais e a quantidade de participantes da dança é determinada pelo tamanho do espaço que se tem para dançar. A quadrilha é comandada por um marcador, que orienta os casais, usando palavras afrancesadas e portuguesas. Existem diversas marcações para uma quadrilha e, a cada ano, vão surgindo novos comandos, baseados nos acontecimentos nacionais e na criatividade dos grupos e marcadores.
Os comandos mais utilizados são:
BALANCÊ (balancer) - Balançar o corpo no ritmo da música, marcando o passo, sem sair do lugar.
É usado como um grito de incentivo e é repetido quase todas as vezes que termina um passo. Quando um comando é dado só para os cavalheiros, as damas permanecem no BALANCÊ. E vice-versa,
ANAVAN (en avant) - Avante, caminhar balançando os braços.
RETURNÊ (returner) - Voltar aos seus lugares.
TUR (tour) - Dar uma volta: Com a mão direita, o cavalheiro abraça a cintura da dama. Ela coloca o braço esquerdo no ombro dele e dão um giro completo para a direita.
Para acontecer a Dança é preciso seguir os seguintes Passos:
01. Forma-se uma fileira de damas e outra de cavalheiros. Uma, diante da outra, separadas por uma distância de 2,5m. Cada cavalheiro fica exatamente em frente à sua dama. Começa a música. BALANCÊ é o primeiro comando.
02. CUMPRIMENTO ÀS DAMAS OU "CAVALHEIROS CUMPRIMENTAR DAMAS"
Os cavalheiros, balançando o corpo, caminham até as damas e cada um cumprimenta a sua parceira, com mesura, quase se ajoelhando em frente a ela.
03. CUMPRIMENTO AOS CAVALHEIROS OU "DAMAS CUMPRIMENTAR CAVALHEIROS"
As damas, balançando o corpo, caminham até aos cavalheiros e cada uma cumprimenta o seu parceiro, com mesura, levantando levemente a barra da saia.
04. DAMAS E CAVALHEIROS TROCAR DE LADO
Os cavalheiros dirigem-se para o centro. As damas fazem o mesmo.
Com os braços levantados, giram pela direita e dirigem-se ao lado oposto. Os cavalheiros vão para o lugar antes ocupado pelas damas. E vice-versa,
05. PRIMEIRAS MARCAS AO CENTRO
Antes do início da quadrilha, os pares são marcados pelo no. 1 ou 2. Ao comando "Primeiras marcas ao centro , apenas os
pares de vão ao centro, cumprimentam-se, voltam, os outros fazem o "passo no lugar . Estando no centro, ao ouvir o marcador
pedir balanceio ou giro, executar com o par da fileira oposta. Ouvindo "aos seus lugares , os pares de no. 1 voltam à posição anterior. Ao comando de "Segundas marcas ao centro , os pares de no. 2 fazem o mesmo.
06. GRANDE PASSEIO
As filas giram pela direita, se emendam em um grande círculo. Cada cavalheiro dá a mão direita à sua parceira. Os casais passeiam em um grande círculo, balançando os braços soltos para baixo, no ritmo da música.
07. TROCAR DE DAMA
Cavalheiros à frente, ao lado da dama seguinte. O comando é repetido até que cada cavalheiro tenha passado por todas as damas e retornado para a sua parceira.
08. TROCAR DE CAVALHEIRO
O mesmo procedimento. Cada dama vai passar portadas os cavalheiros até ficar ao lado do seu parceiro.
09. O TÚNEL
Os casais, de mãos dados, vão andando em fila. Pára o casal da frente, levanta os braços, voltados para dentro, formando um arco. O segundo casal passa por baixo e levanta os braços em arco. O terceiro casal passa pelos dois e faz o mesmo. O procedimento se repete até que todos tenham passado pela ponte.
10. ANAVAN TUR
A doma e o cavalheiro dançam como no TUR. Após uma volta, a dama passa a dançar com o cavalheiro da frente. O comando é repetido até que cada dama tenha dançado com todos os cavalheiros e alcançado o seu parceiro.
11. CAMINHO DA ROÇA
Damas e cavalheiros formam uma só fila. Cada dama à frente do seu parceiro. Seguem na caminhada, braços livres,balançando. Fazem o BALANCË, andando sempre para a direita.
12. OLHA A COBRA
Damas e cavalheiros, que estavam andando para a direita, voltam-se e caminham em sentido contrário, evitando o perigo.
Vários comandos são usados para este passo: "Olha a chuva , "Olha a inflação , Olha o assalto , "Olha o (cita-se o nome de um político impopular na região). A fileira deve ir deslizando como uma cobra pelo chão.
13. É MENTIRA
Damas e cavalheiros voltam a caminhar para a direita. Já passou o perigo. Era alarme falso.
14. CARACOL
Damas e cavalheiros estão em uma única fileira. Ao ouvir o comando, o primeiro da fila começa a enrolar a fileira, como um caracol.
15. DESVIAR
É o palavra-chave para que o guia procure executar o caracol, ao contrário, até todos estarem em linha reta.
16. A GRANDE RODA
A fila é único agora, saindo do caracol. Forma-se uma roda que se movimenta, sempre de mãos dados, à direita e à esquerdo como for pedido. Neste passo, temos evoluções. Ouvindo "Duas rodas, damas para o centro ; as mulheres vão ao centro, dão as mãos.
Na marcação "Duas rodas, cavalheiros para dentro , acontece o inverso, As rodas obedecem ao comando,movimentando para a direita ou para esquerda. Se o pedido for "Damas à esquerda e "Cavalheiros à direita ou vice-versa, uma roda se desloca em sentido contrário à outra, seguindo o comando.
17. COROAR DAMAS
Volta-se à formação inicial das duas rodas, ficando as damos ao centro. Os cavalheiros, de mãos dados, erguem os braços sobre as cabeças das damas. Abaixam os braços, então, de mãos dados, enlaçando as damas pela cintura. Nesta posição, se deslocam para o lado que o marcador pedir.
18. COROAR CAVALHEIROS
Os cavalheiros erguem os braços e, ao abaixar, soltam as mãos. Passam a manter os braços balançando, junto ao corpo. São as damas agora, que erguem os braços, de mãos dados, sobre a cabeça dos cavalheiros. Abaixam os braços, com as mãos dados, enlaçando os cavalheiros pela cintura. Se deslocam para o lado que o marcador pedir.
19. DUAS RODAS
As damas levantam os braços, abaixando em seguida. Continuam de mãos dados, sem enlaçar os cavalheiros, mantendo a roda. A roda dos cavalheiros é também mantida. São novamente duas rodas, movimentando, os duos, no mesmo sentido ou não, segundo o comando. Até a contra-ordem!
20. REFORMAR A GRANDE RODA
Os cavalheiros caminham de costas, se colocando entre os damas. Todos se dão as mãos. A roda gira para a direita ou para a esquerda, segundo o comando.
21. DESPEDIDA
De um ponto escolhido da roda os pares se formam novamente, Em fila, saem no GALOPE, acenando para o público. A quadrilha está terminada. Nas Festas Juninas Mineiras, após o encerramento da quadrilha, os músicos continuam tocando e o espaço é liberado para os casais que queiram dançar.
Carnaval
• Origem do Carnaval
• Frevo
• Alcides Vespasiano
Compositor de Frevos de rua, bloco e canção
• O carnaval na pintura
Série carnaval do artista brasileiro Aldo Luiz
•
Origem do Carnaval
"Ao contrário do que se imagina, a origem do carnaval brasileiro é totalmente européia. A comemoração carnavalesca data do início da colonização, sendo uma herança do entrudo português e das mascaradas italianas. Somente muitos anos mais tarde, no início do século XX, foram acrescentados os elementos africanos, que contribuíram de forma definitiva para o seu desenvolvimento e originalidade.
Foi, portanto, graças a Portugal que o entrudo desembarcou na cidade do Rio de Janeiro, em 1641. O termo, derivado do latim "introitus" significava "entrada", "começo", nome com o qual a Igreja denominava o começo das solenidades da Quaresma. No entanto, as festividades do entrudo já existiam bem antes do Cristianismo, eram comemoradas na mesma época do ano e serviam para celebrar o início da primavera. Com o advento da Era Cristã e a supremacia da Igreja Católica, passou a fazer parte do calendário religioso, indo do Sábado Gordo à Quarta-feira de Cinzas.
Tanto em Portugal, como no Brasil, o Carnaval não se assemelhava de forma alguma aos festejos da Itália Renascentista; era uma brincadeira de rua muitas vezes violenta, onde se cometia todo tipo de abusos e atrocidades. Era comum os escravos molharem-se uns aos outros, usando ovos, farinha de trigo, polvilho, cal, goma , laranja podre, restos de comida, enquanto as famílias brancas divertiam-se em suas casas derramando baldes de água suja em passantes desavisados, "num clima de quebra consentida de extrema rigidez da família patriarcal".
Foi esse Carnaval mais ou menos selvagem que desembarcou no Brasil com as primeiras caravelas portuguesas e os primeiros foliões.
Com o passar do tempo e devido a insistentes protestos, o entrudo civilizou-se, adquiriu maior graça e leveza, substituindo as substâncias nitidamente grosseiras por outras menos comprometedoras, como os limões de cheiro (pequenas esferas de cera cheias de água perfumada) ou como os frascos de borracha ou bisnagas cheias de vinho, vinagre ou groselha. Estas últimas foram as precursoras dos lança-perfumes introduzidos em 1885.
No tocante à música, tudo ainda era muito precário; o entrudo não possuía um ritmo ou melodia que o simbolizasse. Apenas a partir da primeira metade do século XIX, com a chegada dos bailes de máscaras nos moldes europeus, foi que se pôde notar um desenvolvimento musical mais sofisticado..."
"Antologia Musical Popular Brasileira – As Marchinhas de Carnaval" Roberto Lapiccirella
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O carnaval na pintura
Conheça a série carnaval do artista brasileiro Aldo Luiz de Paula Fonseca
Fonte de informação para todos os textos sobre o carnaval:
GUERRA-PEIXE, César. Nova história da Música Popular Brasileira – Capiba, Nelson Ferreira. Rio: Ed. Abril, 1978.
CAPIBA (Lourenço da Fonseca Barbosa). In : contracapa do disco Frevo Alegria da Gente. Recife: Rozenblit LP 60.060 (disco).
AMARAL, Francisco Pacífico do. Escavações (Recife 1884).
CASCUDO, Luiz da Câmara. Locuções tradicionais no Brasil ( Recife, 1977).
COSTA, F. A. Pereira. Vocabulário Pernambucano. Recife:SEC/Dep. Cultura, 1976.
RODRIGUES, Edson Carlos. Abafo, ventania e coqueiro. In: SILVA, Leonardo Dantas e SOUTO- MAIOR, Mário. Antologia do Carnaval do Recife. Recife: Fundaj - Editora Massangana, 1991 p. 67-72
SILVA, Leonardo Dantas e SOUTO MAIOR, Mário. Antologia do Carnaval do Recife. Recife: FUNDAJ /Editora Massangana, 1991.
http://www.lunaeamigos.com.br/musica/carnaval.html
Literatura De Cordel
...A Cultura Popular é um magnífico tesouro que enobrece a alma do nosso país, encantando e dando lenitivo aos nossos corações. Ela abrange um elenco de manifestações que fazem parte do cotidiano do povo; um relicário de valores expressivos que vão se perpetuando através das gerações, e alimentando a memória viva da nação. Aqui, daremos enfoque especial a uma das principais expressões culturais da nossa população, a Literatura Popular..."
Parte da obra constante do Livro “O Reino Encantado do Cordel – A Cultura Popular na Educação”, de Rubenio Marcelo
Conheça mais sobre a Literatura de cordel
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Cordel e Cordelista
• A doença do rico é a saúde do pobre, por Jota Rodrigues
• Encontro de Lampião com Kung Fu em Juazeiro do Norte, por Abraão Batista
• Ele viveu há três mil anos atrás, por José Severino Cristovão
• Dois glosadores: Azulão e Borborema, por João Ferreira de Lima
• Discussão de João Formiga com Francisco Parafuso, por Severino Borges da Silva
• Arrebenta Mundo, por João José da Silva
• Apolinário e Helena entre os laços do amor, por Apolônio Alves dos Santos
• ABC da saudade, por Luiz da Costa Pinheiro
• A vida de um grande folclorista brasileiro, por Rodolfo Coelho Cavalcante
• A peleja de Leandro Gomes com uma velha de Sergipe, por Leandro Gomes de Barros
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Mais sobre literatura de cordel na web
• Academia Brasileira de Literatura de Cordel
• Jornal de Poesia: Cordel e cordelistas
• Câmara Brasileira de Jovens Escritores: Literatura de cordel
• Cordel: Jóias da cultura popular
• Cordel: O jornal do sertão
• Casa de Rui Barbosa
• Teatro em cordel
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Métricas do cordel
• O início
• Parcela ou Verso de quatro sílabas
• Verso de cinco sílabas
• Estrofes de quatro versos de sete sílabas
• Sextilhas
• Setilhas
• Oito pés de quadrão ou Oitavas
• Décimas
• Martelo Agalopado
• Galope à Beira Mar
• Meia Quadra
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O início
A evolução da literatura de cordel no Brasil não ocorreu de maneira harmoniosa. A oral, precursora da escrita, engatinhou penosamente em busca de forma estrutural. Os primeiros repentistas não tinham qualquer compromisso com a métrica e muito menos com o número de versos para compor as estrofes. Alguns versos alongavam-se inaceitavelmente, outros, demasiado breves. Todavia, o interlocutor respondia rimando a última palavra do seu verso com a última do parceiro, mais ou menos assim:
Repentista A - O cantor que pegá-lo de revés
Com o talento que tenho no meu braço...
Repentista B - Dou-lhe tanto que deixo num bagaço
Só de murro, de soco e ponta-pés.
Parcela ou Verso de quatro sílabas
A parcela ou verso de quatro sílabas é o mais curto conhecido na literatura de cordel. A própria palavra não pode ser longa do contrário ela sozinha ultrapassaria os limites da métrica e o verso sairia de pé quebrado. A literatura de cordel por ser lida e ou cantada é muito exigente com questão da métrica. Vejamos uma estrofe de versos de quatro sílabas, ou parcela.
Eu sou judeu
para o duelo
cantar martelo
queria eu
o pau bateu
subiu poeira
aqui na feira
não fica gente
queimo a semente
da bananeira.
Quando os repentistas cantavam parcela (sim, cantavam, porque esta modalidade caiu em desuso), os versos brotavam numa seqüência alucinante, cada um querendo confundir mais rapida mente o oponente. Esta modalidade é pre-galdiniana, não se conhecendo seu autor.
Verso de cinco sílabas
Já a parcela de cinco sílabas é mais recente, e não há registro de sua presença antes de Firmino Teixeira do Amaral, cunhado de Aderaldo Ferreira de Araújo, o Cego Aderaldo. A parcela de cinco sílabas era cantada também em ritmo acelerado, exigindo do repentista, grande rapidez de raciocínio. Na peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, da autoria de Firmino Teixeira do Amaral, encontramos estas estrofes:
Pretinho:
no sertão eu peguei
um cego malcriado
danei-lhe o machado
caiu, eu sangrei
o couro tirei
em regra de escala
espichei numa sala
puxei para um beco
depois dele seco
fiz dele uma mala
Cego:
Negro, és monturo
Molambo rasgado
Cachimbo apagado
Recanto de muro
Negro sem futuro
Perna de tição
Boca de porão
Beiço de gamela
Venta de moela
Moleque ladrão
Estas modalidades, entretanto, não foram as primeiras na literatura de cordel. Ao contrário, ela vieram quase um século depois das primeiras manifestações mais rudimentares que permitiram, inicialmente, as estrofes de quatro versos de sete sílabas.
Estrofes de quatro versos de sete sílabas
O Mergulhão quando canta
Incha a veia do pescoço
Parece um cachorro velho
Quando está roendo osso.
Não tenho medo do homem
Nem do ronco que ele tem
Um besouro também ronca
Vou olhar não é ninguém
A evolução desta modalidade se deu naturalmente. Vejamos a última estrofe de quatro versos acrescida de mais dois, formando a nossa atual e definitiva sextilha:
Meu avô tinha um ditado
meu pai dizia também:
não tenho medo do homem
nem do ronco que ele tem
um besouro também ronca
vou olhar não é ninguém.
Sextilhas
Agora, de posse da técnica de fazer sextilhas, e uma vez consagradas pelos autores, esta modalidade passou a ser a mais indicada para os longos poemas romanceados, principalmente a do exemplo acima, com o segundo, o quarto e o sexto versos rimando entre si, deixando órfãos o primeiro, terceiro e quinto versos. É a modalidade mais rica, obrigatória no início de qualquer combate poético, nas longas narrativas e nos folhetos de época. Também muito usadas nas sátiras políticas e sociais. É uma modalidade que apresenta nada menos de cinco estilos: aberto, fechado, solto, corrido e desencontrado. Vamos, pois, aos cinco exemplos:
Aberto:
Felicidade, és um sol
dourando a manhã da vida,
és como um pingo de orvalho
molhando a flor ressequida
és a esperança fagueira
da mocidade florida.
Fechado:
Da inspiração mais pura,
no mais luminoso dia,
porque cordel é cultura
nasceu nossa Academia
o céu da literatura,
a casa da poesia.
Solto:
Não sou rico nem sou pobre
não sou velho nem sou moço
não sou ouro nem sou cobre
sou feito de carne e osso
sou ligeiro como o gato
corro mais do que o vento.
Corrido:
Sou poeta repentista
Foi Deus quem me fez artista
Ninguém toma o meu fadário
O meu valor é antigo
Morrendo eu levo comigo
E ninguém faz inventário
Desencontrado:
Meu pai foi homem de bem
Honesto e trabalhador
Nunca negou um favor
Ao semelhante, também
Nunca falou de ninguém
Era um homem de valor.
Setilhas
Uma prova de que as setilhas são uma modalidade relativamente recente está na ausência quase completa delas na grande produção de Leandro Gomes de Barros. Sim, porque pela beleza rítmica que essas estrofes oferecem ao declamador, os grandes poetas não conseguiram fugir à tentação de produzi-las. Para alguns, as setilhas, estrofes de sete versos de sete sílabas, foram criadas por José Galdino da Silva Duda, 1866 - 1931. A verdade é que o autor mais rico nessas composições, talvez por se tratar do maior humorista da literatura, de cordel, foi José Pacheco da Rocha, 1890 - 1954. No poema A CHEGADA DE LAMPIÃO NO INFERNO, do inventivo poeta pernambucano, encontram estas estrofes:
Vamos tratar da chegada
quando Lampião bateu
um moleque ainda moço
no portão apareceu.
- Quem é você, Cavalheiro -
- Moleque, sou cangaceiro -
Lampião lhe respondeu.
- Não senhor - Satanás, disse
vá dizer que vá embora
só me chega gente ruim
eu ando muito caipora
e já estou com vontade
de mandar mais da metade
dos que tem aqui pra fora.
Moleque não, sou vigia
e não sou o seu parceiro
e você aqui não entra
sem dizer quem é primeiro
- Moleque, abra o portão
saiba que sou Lampião
assombro do mundo inteiro.
Excelente para ser cantada nas reuniões festivas ou nas feiras, esta modalidade é, ainda hoje, muito usada pelos cordelistas. Esta modalidade é, também, usada em vários estilos de mourão, que pode ser cantado em seis, sete, oito e dez versos de sete sílabas. Exemplos:
Cantador A
- Eu sou maior do que Deus
maior do que Deus eu sou
Cantador B
-Você diz que não se engana
mas agora se enganou
Cantador A
- Eu não estou enganado
eu sou maior no pecado
porque Deus nunca pecou.
Ou com todos os versos rimados, a exemplo das sextilhas explicadas antes:
Cantador A -
Este verso não é seu
você tomou emprestado
Cantador B -
Não reclame o verso meu
que é certo e metrificado
Cantador A -
Esse verso é de Noberto
Se fosse seu estava certo
como não é está errado.
Oito pés de quadrão ou Oitavas
Os oito pés de quadrão, ou simplesmente oitavas, são estrofes de oito versos de sete sílabas. A diferença dessas estrofes de cunho popular para as de linha clássica é apenas a disposição das rimas. Vejam como o primeiro e o quinto versos desta oitava de Casimiro de Abreu (1837 - 1860) são órfãos:
Como são belos os dias
Do despontar da existência
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar - é lago sereno,
O Céu - Um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida um hino de amor.
Na estrofe popular aparecem os primeiros três versos rimados entre si; também o quinto, o sexto e o sétimo, e finalmente o quarto com o último, não havendo, portanto um único verso órfão. Assim:
Diga Deus Onipotente
Se é você, realmente
Que autoriza, que consente
No meu sertão tanta dor
Se o povo imerso no lodo
apregoa com denodo
que seu coração é todo
De luz, de paz e de amor.
Décimas
As décimas, dez versos de sete sílabas, são, desde sua criação no limiar do nosso século, as mais usadas pelos poetas de bancada e pelos repentistas. Excelentes para glosar motes, esta modalidade só perde para as sextilhas, especialmente escolhidas para narrativas de longo fôlego. Ainda assim, entre muitos exemplos, as décimas foram escolhidas por Leandro Gomes de Barros para compor o longo poema épico de cavalaria A BATALHA DE OLIVEIROS COM FERRABRAZ, baseado na obra do imperador francês Carlos Magno:
Eram doze cavalheiros
Homens muito valorosos
Destemidos, corajosos
Entre todos os Guerreiros
Como bem fosse Oliveiros
um dos pares de fiança
Que sua perseverança
Venceu todos os infiéis
Eram uns leões cruéis
Os doze pares de França.
Martelo Agalopado
O Martelo agalopado, estrofe dez versos de dez sílabas, é uma das modalidades mais antigas na literatura de cordel. Criada pelo professor Jaime Pedro Martelo (1665 - 1727), as martelianas não tinham, como o nosso martelo agalopado, compromisso com o número de versos para a composição das estrofes. Alongava-se com rimas pares, até completar o sentido desejado. Como exem plo, vejamos estes alexandrinos
"Visitando Deus a Adão no Paraíso
achou-o triste por viver no abandono,
fê-lo dormir logo um pesado sono
e lhe arrancou uma costela, de improviso
estando fresca ficou Deus indeciso
e a pôs ao Sol para secar um momento
mas por causa, talvez dum esquecimento
chegou um cachorro e a carregou,
nessa hora furioso Deus ficou
com a grande ousadia do animal
que lhe furtara o bom material
feito para a construção da mulher,
estou certo, acredite quem quiser
eu não sou mentiroso nem vilão,
nessa hora correu Deus atrás do cão
e não podendo alcançar-lhe e dá-lhe cabo
cortou-lhe simplesmente o meio rabo
e enquanto Adão estava na trevas
Deus pegou o rabo do cão e fez a Eva."
Com tamanha irresponsabilidade, totalmente inaceitável na literatura de cordel, o estilo mergulhou, desde o desaparecimento do professor Jaime Pedro Martelo em 1727, em completo esquecimento, até que em 1898, José Galdino da Silva Duda dava à luz feição definitiva ao nosso atual martelo agalopado, tão querido quanto lindo. Pedro Bandeira não nos deixa mentir:
Admiro demais o ser humano
que é gerado num ventre feminino
envolvido nas dobras do destino
e calibrado nas leis do Soberano
quando faltam três meses para um ano
a mãe pega a sentir uma moleza
entre gritos lamúrias e esperteza
nasce o homem e aos poucos vai crescendo
e quando aprende a falar já é dizendo:
quanto é grande o poder da Natureza.
Há, também, o martelo de seis versos, como sempre, refinado, conforme veremos nesta estrofe:
Tenho agora um martelo de dez quinas
fabricado por mãos misteriosas
enfeitado de pedras cristalinas
das mais raras, bastante preciosas,
foi achado nas águas saturninas
pelas musas do céu, filhas ditosas.
Galope à Beira Mar
Com versos de onze sílabas, portanto mais longos do que os de martelo agalopado, são os de galope à beira mar, como estes da autoria de Joaquim Filho:
Falei do sopapo das águas barrentas
de uma cigana de corpo bem feito
da Lua, bonita brilhando no leito
da escuridão das nuvens cinzentas
do eco do grande furor das tormentas
da água da chuva que vem pra molhar
do baile das ondas, que lindo bailar
da areia branca, da cor de cambraia
da bela paisagem na beira da praia
assim é galope na beira do mar.
Logicamente que há o galope alagoano, à feição de martelo agalopado, com dez versos de dez sílabas cuja diferença única é a obrigatoriedade do mote: "Nos dez pés de galope alagoano".
Meia Quadra
Outra interessante modalidade é a Meia Quadra ou versos de quinze sílabas. Não sabemos porque se convencionou chamar de meia quadra, quando poderia, muito bem, se chamar de quadra e meia ou até de quadra dupla. As rimas são emparelhadas e os versos, assim compostos:
Quando eu disser dado é dedo você diga dedo é dado
Quando eu disser gado é boi você diga boi é gado
Quando eu disser lado é banda você diga banda é lado
Quando eu disser pão é massa você diga massa é pão
Quando eu disser não é sim você diga sim é não
Quando eu disser veia é sangue você diga sangue é veia
Quando eu disser meia quadra você diga quadra e meia
Quando eu disser quadra e meia você diga meio quadrão.
A classificação da literatura de cordel há sido objeto da preocupação dos chamados iniciados, pesquisadores e estudiosos. As classificações mais conhecidas são a francesa de Robert Mandrou, a espanhola de Julio Caro Baroja, as brasileiras de Ariano Suassuna, Cavalcanti Proença, Orígenes Lessa, Roberto Câmara Benjamin e Carlos Alberto Azevedo. Mas a classificação autenticamente popular nasceu da boca dos próprios poetas.
No limiar do presente século, quando já brilhava intensamente à luz de Leandro Gomes de Barros, fluía abundante o estro de Silvino Pirauá e jorrava preciosa a veia poética de José Galdino da Silva Duda. Esses enviados especiais passaram a dominar com facilidade a rima escorregadia, amoldando, também, no corpo da estrofe o verso rebelde. Era o início de uma literatura tipicamente nordestina e por extensão, brasileira, não havendo mais, nos nossos dias, qualquer vestígio da herança peninsular.
Atualmente a literatura de cordel é escrita em composições que vão desde os versos de quatro ou cinco sílabas ao grande alexandrino. Até mes mo os princípios conservadores defendidos pelos nossos autores ortodoxos referem-se a uma tradição brasileira e não portuguesa ou espanhola. Os textos dos autores contemporâneos, apresentam um cuidado especial com a uniformização ortográfica, com o primor das rimas, com a beleza rítmica e com a preciosidade sonora.
Estas e outras informações sobre as métricas do cordel podem ser encontradas no livro Vertentes e Evolução da Literatura de Cordel.
Músicas do Folclore Brasileiro
O que são
As músicas do folclore brasileiro são canções populares, muitas de autores desconhecidos do interior do Brasil, que são transmitidas de geração para geração através dos tempos. Parte importante da cultura popular, são usadas como o objetivo lúdico (envolvendo jogos e brincadeiras) ou para pura diversão. Possuem letras simples e com muita repetição, características que facilitam a memorização. Estas músicas são mais populares nas regiões do interior do Brasil e costumam apresentar como temas principais situações do cotidiano (amor, namoro, casamento, relacionamentos, etc.). Algumas letras também envolvem personagens do folclore brasileiro. As músicas folclóricas brasileiras são quase sempre acompanhadas pelo som de uma viola caipira ou de violão.
Exemplos de músicas do folclore brasileiro:
A COR MORENA
A cor morena / É cor de ouro
A cor morena / É o meu tesouro
É de meu gosto / É de minha opinião
Hei de amar a cor morena Quer papai queira, quer não
(Bis)
A cor morena / É cor de prata
A cor morena / É quem me mata
É de meu gosto / É de minha opinião
Hei de amar a cor morena / Com prazer no meu coração
(Bis)
A cor morena / É cor de canela
A cor morena / É uma cor tão bela
É de meu gosto / É de minha opinião
Hei de amar a cor morena / Quer papai queira ou não
(Bis)
BALEIA
A baleia é um peixe com tamanha barbatana
Quem quiser moça bonita vá no Campo de Santa
(Bis)
O A, o B, o C, vamos todas aprender
Soletrando o bê-a-bá na cartilha do ABC
(Bis)
O A é uma letra que se escreve no ABC
Ó, Altina, você não sabe quanto eu gosto de você
(Bis)
O B é uma letra que se escreve no ABC
Ó, Belmira, você não sabe quanto eu gosto de você
(Bis)
O C é uma letra que se escreve no ABC
Ó, Cecília, você não sabe quanto eu gosto de você...
(Bis)
POMBINHA BRANCA
Pombinha branca, que está fazendo?
Lavando a louça pro casamento
A louça é muita, sou vagarosa
Minha natureza é de preguiçosa
Pombinha branca, que está fazendo?
Lavando a louça pro casamento
Passou um homem
De terno branco
Chapéu de lado
Meu namorado
Mandei entrar
Mandei sentar
Cuspiu no chão!
Limpa aí seu porcalhão!
PRENDA MINHA
Vou-me embora, vou-me embora prenda minha
Tenho muito que fazer
Tenho de parar rodeio prenda minha
(Bis)
No campo do bem querer
Noite escura, noite escura prenda minha
Toda noite me atentou
Quando foi de madrugada prenda minha
(Bis)
Foi-se embora e me deixou
Troncos secos deram frutos prenda minha
Coração reverdeceu
Riu-se a própria natureza prenda minha
(Bis)
No dia em que o amor nasceu.
NEGRINHO DO PASTOREIO
Negrinho do pastoreio acendo essa vela pra ti
E peço que me devolvas a querência que eu perdi
Negrinho do pastoreio traz a mim o meu rincão
Que a velinha está queimando, nela está meu coração
Quero rever o meu pago colorado de pitangas
Quero ver a gauchinha brincando na água da sanga
Quero trotear nas coxilhas respirando a liberdade
Que eu perdi naquele dia que me embretei na cidade
Negrinho do pastoreio traz a mim o meu rincão
A velinha está queimando aquecendo a tradição
MAÇANICO
Maçanico, maçanico
Maçanico do banhado
Quem não dança o maçanico
Não arruma namorado
Maçanico, maçanico
Mas que bicho impertinente
Maçanico vai te embora
Na tua casa chego gente
Maçanico, maçanico
Se põe na sala a dançar
Maçanico pula e corre
Bate as asas pra voar
Abaixo, estão relacionado alguns nomes estranhos de pessoas, registrados em cartórios de todo o Brasil. O objetivo não é de ridicularizar ninguém, mas sim de
trazer uma pequena amostra da criatividade do povo brasileiro. Os nomes foram coletados a partir de listas públicas, como uma relação de segurados com nomes estranhos divulgada pelo extinto INPS na década de 80, e pesquisas em cartórios realizadas por autores de livros especializados.
Abrilina Décima Nona Caçapavana Piratininga de Almeida
Acheropita Papazone
Adalgamir Marge
Adegesto Pataca
Adoração Arabites (masculino)
Aeronauta Barata
Agrícola Beterraba Areia Leão
Agrícola da Terra Fonseca
Alce Barbuda
Aldegunda Carames More (masculino)
Aleluia Sarango
Alfredo Prazeirozo Texugueiro
Alma de Vera
Amado Amoroso
Amável Pinto
Amazonas Rio do Brasil Pimpão
América do Sul Brasil de Santana
Amin Amou Amado
Amor de Deus Rosales Brasil (feminino)
Anatalino Reguete
Antônio Americano do Brasil Mineiro
Antonio Buceta Agudim
Antonio Camisão
Antonio Dodói
Antonio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado
Antonio Melhorança
Antônio Morrendo das Dores
Antonio Noites e Dias
Antônio P. Testa
Antonio Pechincha
Antônio Querido Fracasso
Antonio Treze de Junho de Mil Novecentos e Dezessete
Antônio Veado Prematuro
Apurinã da Floresta Brasileira
Araci do Precioso Sangue
Argentino Argenta
Aricléia Café Chá
Armando Nascimento de Jesus
Arquiteclínio Petrocoquínio de Andrade
Asteróide Silverio
Ava Gina (em homenagem a Ava Gardner e Gina Lolobrigida)
Bananéia Oliveira de Deus
Bandeirante do Brasil Paulistano
Barrigudinha Seleida
Bende Sande Branquinho Maracajá
Benedito Autor da Purificação
Benedito Camurça Aveludado
Benedito Frôscolo Jovino de Almeida Aimbaré Militão de Souza
Baruel de Itaparica Boré Fomi de Tucunduvá
Benigna Jarra
Benvindo Viola
Bispo de Paris
Bizarro Assada
Boaventura Torrada
Bom Filho Persegonha
Brandamente Brasil
Brasil Washington C. A. Júnior
Brígida de Samora Mora
Belderagas Piruégas de Alfim Cerqueira
Borges Cabral
Bucetildes (chamada, pelos familiares, de dona Tide)
Cafiaspirina Cruz
Capote Valente e Marimbondo da Trindade
Caius Marcius Africanus
Carabino Tiro Certo
Carlos Alberto Santíssimo Sacramento
Cantinho da Vila Alencar da Corte Real Sampaio
Carneiro de Souza e Faro
Caso Raro Yamada
Céu Azul do Sol Poente
Chananeco Vargas da Silva
Chevrolet da Silva Ford
Cincero do Nascimento
Cinconegue Washington Matos
Clarisbadeu Braz da Silva
Colapso Cardíaco da Silva
Comigo é Nove na Garrucha Trouxada
Confessoura Dornelles
Crisoprasso Compasso
Danúbio Tarada Duarte
Darcília Abraços de Carvalho Santinho
Deus Magda Silva
Deus É Infinitamente Misericordioso
Deusarina Venus de Milo
Dezêncio Feverêncio de Oitenta e Cinco
Dignatario da Ordem Imperial do Cruzeiro
Dilke de La Roque Pinho
Disney Chaplin Milhomem de Souza
Dolores Fuertes de Barriga
Dosolina Piroca Tazinasso
Drágica Broko
Ernesto Segundo da Família Lima
Esdras Esdron Eustaquio Obirapitanga
Esparadrapo Clemente de Sá
Espere em Deus Mateus
Estácio Ponta Fina Amolador
Éter Sulfúrico Amazonino Rios
Excelsa Teresinha do Menino Jesus da Costa e Silva
Faraó do Egito Sousa
Fedir Lenho
Felicidade do Lar Brasileiro
Finólila Piaubilina
Flávio Cavalcante Rei da Televisão
Francisco Notório Milhão
Francisco Zebedeu Sanguessuga
Francisoreia Doroteia Dorida
Fridundino Eulâmpio
Gigle Catabriga
Graciosa Rodela D'alho
Heubler Janota
Hidráulico Oliveira
Himineu Casamenticio das Dores Conjugais
Holofontina Fufucas
Homem Bom da Cunha Souto Maior
Horinando Pedroso Ramos
Hugo Madeira de Lei Aroeiro
Hypotenusa Pereira
Ilegível Inilegível
Inocêncio Coitadinho
Isabel Defensora de Jesus
Izabel Rainha de Portugal
Janeiro Fevereiro de Março Abril
João Bispo de Roma
João Cara de José
João Cólica
João da Mesma Data
João de Deus Fundador do Colto
João Meias de Golveias
João Pensa Bem
João Sem Sobrenome
Joaquim Pinto Molhadinho
José Amâncio e Seus Trinta e Nove
José Casou de Calças Curtas
José Catarrinho
José Machuca
José Maria Guardanapo
José Padre Nosso
José Teodoro Pinto Tapado
José Xixi
Frases engraçadas e de caminhão
PÁRA-CHOQUE (01)
Sou livre, só vou onde me mandam
O amor é um som que reclama um eco
Alguns amigos são como aves de arribação. Quando faz bom tempo eles vêm, quando faz mau tempo eles vão
A felicidade dos outros faz o tormento dos invejosos
Tartaruga ninja
Movido a chimarrão
O maior homem do mundo morreu de braços abertos
Muitos me seguem, mas só um me acompanha
Antes eu sonhava, hoje não durmo mais
Amigo disfarçado, inimigo dobrado
Se ferradura desse sorte, burro não puxava carroça
Segredo entre três, só matando dois
Filho é igual a peido, você só agüenta o seu
Se andar fosse bom, o carteiro seria imortal
Cada ovo comido é um pinto perdido
Quem muito escolhe, pouco come
Não tenho tudo que amo, mas… dane-se!
Os últimos serão desclassificados
Visitas sempre dão prazer. Se não na chegada, na saída
Se casamento fosse bom, não existiria divórcio
Dirijo devagar, tenho pressa de chegar
Dê férias para a língua, trabalhe com a cabeça
80ção, 20 buscar
Pobre só enche a barriga quando morre afogado
Evite a vida sedentária, beba água
Não sou detetive, mas vivo na pista
Caminhão é como circo, tem sempre um palhaço dentro
Falta de dinheiro é dor que só o dinheiro cura
Jurei te esquecer, mas de tão esquecido esqueci de te esquecer
Urubu e mulher feia, comigo é na pedrada
Os últimos serão os primeiros e os do meio, sempre serão os do meio
Se barba fosse respeito, bode não tinha chifre
A mulher foi feita da costela... Imagine se fosse do filé
Dinheiro não traz felicidade. Manda buscar...
Segredo entre três, só matando dois
Antes eu sonhava, agora nem durmo mais
Todo broto sempre dá galho
Pobre só toma laranjada quando tem briga na feira
70 me ultrapassar, passe 100 atrapalhar
Mulher feia e frete barato, não carrego mesmo!
Todos os cogumelos são comestíveis. Alguns só uma vez
Se chiar resolvesse, sal de frutas não morria afogado
Quem tem olho gordo, usa colírio diet
Existem três tipos de pessoas: as que sabem contar e as que não sabem
Aonde vamos parar? Até papai Noel anda saindo com veados
Ditados Populares
Livros sobre o Folclore
O Mais Misterioso do Folclore
Autor: Garcia, Luciana
Editora: Caramelo
O Mais Legal do Folclore
Autor: Garcia, Luciana
Editora: Caramelo
Meu Livro de Folclore
Autor: Azevedo, Ricardo
Editora: Ática
O Mais Assustador do Folclore - Monstros da Mitologia Brasileira
Autor: Garcia, Luciana
Editora: Caramelo
Folclore Brasileiro - Coleção Almanaque Sítio
Autor: Gianella Junior, Fúlvio
Editora: Globo Editora
Armazém do Folclore
Autor: Azevedo, Ricardo
Editora: Ática
Lendas e Fábulas do Folclore Brasileiro - volumes 1, 2 e 3
Autor: Carrasco, Walcyr
Editora: Manole
Antologia do Folclore Brasileiro - volumes 1 e 2
Autor: Cascudo, Luis da Câmara
Editora: Global
Cultura Popular e Folclore na Educação - Brincadeiras , Artesanato , Superstições e Músicas
Autor: Pereira, Natividade
Editora: Paulinas
Dicionário do Folclore Brasileiro
Autor: Cascudo, Luis da Câmara
Editora: Ediouro
7 Lendas e Outras 70 Sabedorias do Folclore Brasileiro
Autor: Prado, Zuleika de Almeida
Editora: Mundo Mirim
O que e Folclore - Coleção Primeiros Passos
Autor: Brandao, Carlos Rodrigues
Editora: Brasiliense
Coisas do Folclore
Autor: Albissu, Nelson
Editora: Cortez
Dinâmica do Folclore
Autor: Carneiro, Edison
Editora: Wmf Martins Fontes
Folclore e Mudança Social na Cidade de São Paulo
Autor: Fernandes, Florestan
Editora: Wmf Martins Fontes
BIBLIOGRAFIA
Internet= WWW.Folclore.com.br
WWW.sitio do pica pau amarelo.com.br.
WWW.globo .com.br
As Lendas, as festas, enfeites e danças, as músicas e ritmos, os trajes típicos, as brincadeiras, as manifestações populares de forma geral: parlendas, adivinhas, trava línguas, artesanatos, tudo isso é folclore.
Adivinha ou charada – brincadeira para decifrar enigmas, por meio de descrição de objetos, de animais, de pessoas e histórias – O que é o que é?
Quadrinha – é uma estrofe que possui 4 versos e palavras que rimam entre si.
Exemplo: - Sou pequenino
Do tamanho de um botão
Carrego papai no bolso
E mamãe no coração
- Já a chuva foi embora
Que azul ficou o céu!
E quantas gotinhas ficaram
Na aba do meu chapéu
- Minha enxadinha
Trabalha bem
Corta os matinhos
Num vai e vem
Parlendas – brincadeiras em versos com rimas e acompanhadas por dramatizações, movimentos e mímicas. É uma brincadeira com a palavra.
Trava-línguas – pequenos versos em que se brinca com a fonética, a pronúncia das palavras, através de repetições e rimas similares ou contrárias.
Danças- movimentos e ritmos que acompanham a música, compondo uma coreografia.
Alguns exemplos:
- Frevo (Pernambuco) – coreografias individuais, improvisadas e rápidas, acompanhada de uma sombrinha
- Baião e Forró – dançado em salões ou terreiros, ao som da sanfona e o triângulo
- Carimbó (Ilha de Marajó) –é uma dança em que os participantes ficam frente a frente, dançando e estalando os dedos
- Catira (GO, MG, MS) – dançado apenas por homens dispostos em 2 colunas
- Caiapó (Parati – RJ) – ritmo da dança marcado por espadas e arco e flechas, com violas
- Capoeira – jogo de ataque e defesa praticado em roda, acompanhado de ritmo, movimentos e instrumentos.
Festas populares – comemorações do povo que incluem tradições culturais e rituais religiosos, com vestimenta e culinária típica.
Alguns exemplos:
- Festa junina – dedicado a São João, Santo Antônio e São Pedro. Decorada com bandeirinhas, barracas e fogueiras. Tem quadrilhas, brincadeiras e comidas típicas.
- Folia de Reis – festa de caráter religioso, entre o Natal e o dia de Reis. Cantadores e músicos percorrem as ruas da cidade com cânticos bíblicos.
- Festa do Divino – composta de missas, novenas, procissões em homenagem a Pentecostes. Recolhem-se donativos para a festa.
- Devoção – Círio de Nazaré (Pará) – procissão em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré.
- Romeiros – pessoas que pagam promessas em agradecimento as graças alcançadas.
- Carnaval – festa popular trazida pelos portugueses .É festa de rua, com blocos, música, dança e fantasias.
Lendas e mitos – histórias e personagens que têm origem anônima, ou seja, que ninguém sabe ao certo quem as criou e que vão passando de geração em geração.
Culinária– alimentos e pratos típicos de determinada região, preparados com tradições transmitidas por gerações.
Alguns exemplos:
Pratos:
- feijoada ( + comum no RJ)
- feijão tropeiro (MG)
- baião-de-dois (CE)
- pato-no-tucupi (norte)
- buchada de bode
- sopa de jirimum com leite
- churrasco- comum no Sul do Brasil
-- macaxeira
- carne de sol
- arroz carreteiro (sul)
Artesanato – expressão através da arte com as mãos, da habilidade manual e criatividade, originando peças de barro, palha, tecido, couro, papel, fibras, areia e materiais diversos. É considerado artesanato folclórico todo objeto produzido por métodos caseiros.
- trabalhos manuais – escultura, desenhos com areia colorida em garrafa, objetos em madeira, palha, madeira
- rendas – roupas, lençois, toalhas, renda
- croché
- cerâmica
- couro
- retalhos
- -fuxico
Brinquedos – simples e fáceis, individuais ou coletivos, alguns podem ser fabricados em casa. São usados para compor o imaginário infantil, são parte da expressão da infância e transmitidos, também, por gerações.
- pião, finca, carrapeta ou pinhão
- pipa (ou papagaio)
- ioiô
- bolinhas de gude
- amarelinha
- passa anel
- Bola queimada
- brincadeira de roda
Superstição – sentimento de veneração que se funda no temor ou na ignorância, e que leva ao cumprimento de falsos deveres. A confiança em coisas fantásticas e ineficazes (crendice). Os supersticiosos se utilizam de várias opções para conseguir sorte ou realizar desejos.
Exemplos:
Crendices
- Viu uma vassoura caída? É indício de má sorte.
- Sua mão esquerda coçou? É dinheiro que vai entrar.
- Quer se livrar de pessoas indesejáveis? Coloque uma vassoura atrás da porta.
- Viu uma estrela cadente? Faça um pedido.
Proteção
- amuletos (metal ou madeira em formato de mão)
- patuás (saquinhos com rezas e símbolos)
- alho (evita mau olhado)
- arruda (planta – protege ambientes)
Sorte
- talismã (trevo de 4 folhas)
- pé de coelho
- ferradura
- duendes
Recebemos influências estrangeiras, por causa da nossa colonização (italianos, japoneses,portugueses e outros povos) e incorporamos alguns diversos hábitos.
Curiosidades
Curiosidades/Sugestões para professores:
Atividades
1 – Pesquisar gravuras que representem o folclore brasileiro para montar um mural.Separá-las e agrupá-las por “tópicos”: lendas e histórias, músicas, parlendas, brincadeiras, festas, etc.
2 – Pesquisar brincadeiras e brinquedos do folclore brasileiro (solicitar ajuda dos pais e avós) / ensinar ao grupo a brincadeira (pais e avós poderão ensinar).
3 – Pesquisar, com pais e avós, uma adivinha / reunir várias adivinhas, registrá-las em papel (educador) / dobrar os papéis e sorteá-los / turma dividida em 2 grupos, responderá a adivinha do outro / adivinhas podem ser feitas em cartões, para serem respondidas graficamente e/ou lidas.
4 – Em grupo, elaborar oralmente, novas adivinhas / escrevê-las em cartões ou papel.
5 – Pesquisar quadrinhas e trazê-las para serem lidas em sala / conversar com a educadora o significado do vocabulário e idéia principal de cada quadrinha.
6 – Educador cita 1 palavra e solicita palavras que rimam (oralmente) / caixa com cartões escritos – 1 palavra em cada cartão / criança sorteia 1 cartão, lê e escreve palavras que rimem com aquela.
7 – Criar oralmente ou graficamente quadrinhas / fazer um livrinho de quadrinhas para o grupo.
8 – Educador recita 1 quadrinha e suprime a última rima, para ser completada pelas crianças (oralmente ou graficamente).
9 – Cada criança escolhe 1 quadrinha e ilustra graficamente.
10 – Cada criança traz 1 cantiga de roda / educadora registra a letra em cartões. Educador lê e a criança dramatiza. Crianças cantam e brincam de roda.
11 – Pesquisar parlendas / cada criança traz uma / Educadora registra em cartões / cada parlenda é acompanhada de uma brincadeira – brincar e dramatizar / cada criança escolhe uma parlenda e registra graficamente (desenho).
12 – Pesquisar lendas / cada criança traz uma lenda / educador registra em cartões / após leitura de uma lenda , crianças dramatizam e representam graficamente (desenho) / destacar a mensagem ou idéia principal de cada lenda / interpretação oral (ou gráfica) de texto.
13 – Mural com os personagens de várias lendas confeccionadas com sucata, pintura , desenho.
14 – Pesquisar danças folclóricas / cada criança traz a dança de sua preferencia / educadora contextualiza lugar, característica, religião, música e instrumentos utilizados / assistir em vídeo, danças e músicas folclóricas – reproduzir cantando e dançando.
15 – Destacar a dança típica da região em que vivemos / registrar com fotos e gravuras.
16 – Pesquisar e ouvir músicas folclóricas (destacar religião e autor).
17 – Pesquisar e trazer objetos (reais) do artesanato brasileiro / caracterizar e identificar a região procedente / montar uma exposição.
18 – Confeccionar com argila e sucata peças de artesanato.
19 – Pesquisar pratos da culinária identificando e caracterizando a região procedente / registrar com gravuras, fotos e graficamente como ele é feito.
20 – Montar com o grupo um livro de receitas de culinária brasileira.
21– Escolher com o grupo uma ou mais receitas e confeccioná-la para uma refeição na sala. 22 – Pesquisar os trajes típicos regionais / expor peças reais, gravuras e/ou fotos.
23 – Pesquisar a vida e a obra de Monteiro Lobato / registrar graficamente , com gravuras e fotos montando um cartaz.
24 – Contar histórias de Monteiro Lobato , trabalhar a história do Sítio do Picapau Amarelo e seus personagens.
25 – Confeccionar com sucata personagens do sítio e montar bonecos para teatro.
26 – Criar novas histórias com os personagens do Sítio do Picapau Amarelo.
27 – Criar poemas orais e/ou escrever para os diversos personagens.
28 – Brincadeiras e brinquedos – pesquisar e trazer de casa brinquedo.
29 – Pesquisar as festas populares, através de gravuras e fotos / confeccionar um painel.
30 – Pesquisar com os pais as superstições e crendices / registrar graficamente ou explicar oralmente para o grupo.