sexta-feira, 2 de julho de 2010

Generosidade

À medida que se consegue dar, fica-se mais rico...
Em um mundo em que o ter supera, muitas vezes, o ser, o sentimento de generosidade aparece contaminado por enfoques de doações materiais e estas, embora certamente ajudem , não alimentam a alma humana.
A generosidade é filha do amor que, desligado de pré-conceitos e de interesses ocultos, abre as portas de nosso coração para que nos comuniquemos com o outro, de um modo mais solto, mais fácil e aberto.
A generosidade é irmã da amizade que une e solidariza os homens, possibilitando o ultrapassar de suspeitas e de distâncias sociais e raciais.
Seus maiores inimigos serão o egoísmo, que nos cega, e o sentimento de posse, que não admite perdas ou concessões.
Por outro lado, quando se consegue ser generoso com alguém, estados mentais positivos se instalam, estados que nos enriquecem por nos conduzirem a uma melhor saúde mental e à sensação de felicidade.
Refletindo sobre generosidade, lembrei-me do texto "O último discurso"de Charles Chaplin, em que ele diz:
"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio ... negros ... brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do homem ... levantou no mundo as muralhas do ódio ... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, emperdenidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."

ATALHOS


Tenho caminhos, atalhos, que aprendi desde os tempos que não lembro, apenas por não querer. Fuga voluntária para que minha alma migrasse . Hoje não pego atalhos e sim  caminhos planos. Espero...  tudo muda, talvez um dia a música, língua universal dos homens se torne verdadeira.

Imagens

Introspecção



Desde que experimentei o verdadeiro silêncio,

deixei de temer a morte.
Que mais pode ser a morte
que um silêncio prolongado...
Aquele silêncio
em que o relógio que o pode marcar
é o relógio solar
ponteiro dirigido ao céu,
sem tic-tac.
Desde que conheci o verdadeiro silêncio,
deixei de ter medo da vida,
da vida que come o silêncio...
Conto-me no relógio de areia,
uma a uma
se deixa tombar,
a contar os segundos,
sem ruído de ponteiros,
nem cucos a espreitar.
É nesse marcar de tempo
sem tic-tac de solidões
que me nascem orquestras de silêncios
em ondas a levarem-me ao céu
como que na derradeira viagem,
com o tempo contado
em relógios de lua...
Que mais será a morte
que um silêncio,
onde o compasso não vem da areia,
nem do sol,
mas tão só da lua,
donde mire o mundo com poesia,
donde continuarei a fazer-te poesia,
calma, serena,
a minha,
viva...
gravada pelo vento
nas dunas do meu silêncio...

Adelaide Monteiro















GENEROSIDADE



Esquecer as mágoas, perdoando aqueles que nos magoam e oferecer amor, é  aliviar a  dor que nos oprime a alma, nos faz  crescer, enquanto  pessoa humana. Generosidade é a nossa essência pura.
Soltar do coração toda a generosidade da qual somos capazes, faz-nos mais felizes porque nos inunda o coração com momentos de alegria!