domingo, 14 de março de 2010

A mala de viagem

Conta-se uma fábula sobre um homem que caminhava vacilante pela estrada, levando uma pedra numa mão e um tijolo na outra. Nas costas carregava um saco de terra; em volta do peito trazia vinhas penduradas. Sobre a cabeça equilibrava uma abóbora pesada.
Pelo caminho encontrou um transeunte que lhe perguntou:
- Cansado viajante, por que carrega essa pedra tão grande?
- É estranho, respondeu o viajante, mas eu nunca
tinha realmente notado que a carregava.
Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor.
Em seguida veio outro transeunte que lhe perguntou:
- Diga-me, cansado viajante, por que carrega essa abóbora tão pesada?
- Estou contente que me tenha feito essa pergunta, disse o viajante, porque eu não tinha percebido o que estava fazendo comigo mesmo.
Então ele jogou a abóbora fora e continuou seu caminho com passos muito mais leves. Um por um, os transeuntes foram avisando-o a respeito de suas cargas desnecessárias. E ele foi abandonando uma a uma. Por fim, tornou-se um homem livre e caminhou como tal.
Qual era na verdade o problema dele? - A pedra e a abóbora? Não! Era a falta de consciência da existência delas. Uma vez que as viu como cargas desnecessárias, livrou-se delas bem depressa e já não se sentia mais tão cansado. Esse é o problema de muitas pessoas. Elas estão carregando cargas sem perceber. Não é de se estranhar que estejam tão cansadas!
O que são algumas dessas cargas que pesam na mente de um homem e que roubam as suas energias?
- Pensamentos negativos. - Culpar e acusar outras pessoas. - Permitir que impressões tenebrosas descansem na mente. - Carregar uma falsa carga de culpa por coisas que não poderiam ter evitado.
- Auto-piedade. - Acreditar que não existe saída.
Todo mundo tem o seu tipo de carga especial, que rouba energia. Quanto mais cedo começarmos a descarregá-la, mais cedo nos sentiremos melhor e caminharemos mais levemente.

As três peneiras


Olavo foi transferido de projeto. Logo no primeiro
dia, para fazer média com o novo chefe, saiu-se com
esta:

Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a
respeito do Silva. Disseram que ele...

Nem chegou a terminar a frase, Juliano, o chefe,
apartou:
Espere um pouco, Olavo. O que vai me contar já
passou pelo crivo das três peneiras?

Peneiras? Que peneiras, chefe?

A primeira, Olavo, é a da VERDADE. Você tem certeza
de que esse fato é absolutamente verdadeiro?

Não. Não tenho, não. Como posso saber? O que sei foi
o que me contaram. Mas eu acho que...
E, novamente, Olavo é interrompido pelo chefe:

Então sua historia já vazou a primeira peneira.
Vamos então para a segunda peneira que é a da BONDADE.
O que você vai me contar, gostaria que os outros
também dissessem a seu respeito?

Claro que não! Deus me livre, chefe! - diz Olavo,
assustado.

Então - continua o chefe - sua história vazou a
segunda peneira. Vamos ver a terceira peneira, que é a
da NECESSIDADE. Você acha mesmo necessário me contar
esse fato ou mesmo passá-lo adiante?

Não, chefe. Passando pelo crivo dessas peneiras, vi
que não sobrou nada do que eu iria contar - fala
Olavo, surpreso.

Pois é, Olavo, já pensou como as pessoas seriam mais
felizes se todos usassem essas peneiras? - diz o
chefe, prosseguindo - Da próxima vez em que surgir um
boato por aí, submeta-o ao crivo destas três peneiras:
VERDADE, BONDADE e NECESSIDADE, antes de obedecer ao
impulso de passá-lo adiante, porque pessoas
inteligentes falam sobre idéias, pessoas comuns falam
sobre coisas, pessoas medíocres falam sobre pessoas.

A fábula do rei e suas 4 esposas

Era uma vez... um rei que tinha 4 esposas.

Ele amava a 4ª esposa demais, e vivia dando-lhe lindos presentes, jóias e roupas caras. Ele dava-lhe de tudo e sempre do melhor.

Ele também amava muito sua 3ª esposa e gostava de exibi-la aos reinados vizinhos.

Contudo, ele tinha medo que um dia, ela o deixasse por outro rei.

Ele também amava sua 2ª esposa.

Ela era sua confidente e estava sempre pronta para ele, com amabilidade e paciência. Sempre que o rei tinha que enfrentar um problema, ele confiava nela para atravessar esses tempos de dificuldade.

A 1ª esposa era uma parceira muito leal e fazia tudo que estava ao seu alcance para manter o rei muito rico e poderoso, ele e o reino.

Mas, ele não amava a 1ª esposa, e apesar dela o amar profundamente, ele mal tomava conhecimento dela.

Um dia, o rei caiu doente e percebeu que seu fim estava próximo.

Ele pensou em toda a luxúria da sua vida e ponderou: É, agora eu tenho 4 esposas comigo, mas quando eu morrer, com quantas poderei contar?

Então, ele perguntou à 4ª esposa:

Eu te amei tanto, querida, te cobri das mais finas roupas e jóias. Mostrei o quanto eu te amava cuidando bem de você. Agora que eu estou morrendo, você é capaz de morrer comigo, para não me deixar sozinho?

De jeito nenhum! respondeu a 4ª esposa, e saiu do quarto sem sequer olhar para trás.

A resposta que ela deu cortou o coração do rei como se fosse uma faca afiada.

Tristemente, o rei então perguntou para a 3ª esposa:

Eu também te amei tanto a vida inteira. Agora que eu estou morrendo, você é capaz de morrer comigo, para não me deixar sozinho?

Não!!!, respondeu a 3ª esposa.

A vida é boa demais!!! Quando você morrer, eu vou é casar de novo.

O coração do rei sangrou e gelou de tanta dor.

Ele perguntou então à 2ª esposa:

Eu sempre recorri a você quando precisei de ajuda, e você sempre esteve ao meu lado. Quando eu morrer, você será capaz de morrer comigo, para me fazer companhia?

Sinto muito, mas desta vez eu não posso fazer o que você me pede! respondeu a 2ª esposa.

O máximo que eu posso fazer é enterrar você! Essa resposta veio como um trovão na cabeça do rei, e mais uma vez ele ficou arrasado.

Daí, então, uma voz se fez ouvir:

Eu partirei com você e o seguirei por onde você for... O rei levantou os olhos e lá estava a sua 1ª esposa, tão magrinha, tão mal nutrida, tão sofrida...

Com o coração partido, o rei falou:

Eu deveria ter cuidado muito melhor de você enquanto eu ainda podia...

Na verdade, nós todos temos 4 esposas nas nossas vidas...

Nossa 4ª esposa é o nosso corpo.

Apesar de todos os esforços que fazemos para mantê-lo saudável e bonito, ele nos deixará quando morrermos...

Nossa 3ª esposa são as nossas posses, as nossas propriedades, as nossas riquezas. Quando morremos, tudo isso vai para os outros.

Nossa 2ª esposa são nossa família e nossos amigos. Apesar de nos amarem muito e estarem sempre nos apoiando, o máximo que eles podem fazer é nos enterrar...

E nossa 1ª esposa é a nossa ALMA, muitas vezes deixada de lado por perseguirmos, durante a vida toda, a Riqueza, o Poder e os Prazeres do nosso Ego...

Apesar de tudo, nossa Alma é a única coisa que sempre irá conosco, não importa aonde formos...

Então...

Cultive...

Fortaleça...

Bendiga...

Enobreça...

sua Alma agora!!!

É o maior presente que você pode dar ao mundo...

e a si mesmo.

Deixe-a brilhar!!!


O sonho dos ratos


Era uma vez um bando de ratos que vivia no buraco do soalho de uma velha casa. Havia ratos de todos os tipos, grandes e pequenos, pretos e brancos, velhos e jovens, fortes e fracos, do campo e da cidade. Mas ninguém ligava às diferenças, porque todos estavam irmanados em torno de um sonho comum: Um Queijo Enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes. Comer o queijo, era a suprema felicidade. Bem pertinho é modo de dizer. Na verdade, o queijo estava muito longe, porque entre ele e os ratos estava um gato. O gato era malvado, tinha os dentes afiados e não dormia nunca. Por vezes, fingia dormir, mas bastava que um ratinho, mais corajoso, se aventurasse para fora do buraco, para que o gato desse um pulo e… era uma vez um ratinho!
Os ratos odiavam o gato. Quanto mais o odiavam mais irmãos se sentiam. O ódio a um inimigo comum tornava-os cúmplices de um mesmo desejo: A Morte do Gato!

Como nada podiam fazer, reuniam-se para conversar. Faziam discursos, denunciavam o comportamento do gato (não se sabe bem para quem…), e chegaram mesmo a escrever livros com crítica filosófica sobre gatos.
Diziam que, um dia chegaria, em que os gatos seriam abolidos e todos seriam iguais.”Quando se estabelecer a ditadura dos ratos”, diziam, “então todos seriam felizes”…
- O queijo é grande o bastante para todos, diziam uns.
- Socializaremos o queijo, diziam outros.
Todos batiam palmas e cantavam as mesmas canções. Era comovente ver tanta fraternidade. Como seria bom quando o gato morresse, sonhavam eles. Nos seus sonhos, comiam o queijo e quanto mais o comiam, mais ele crescia. porque essa era a principal característica dos queijos imaginados… Não diminuem…crescem sempre! E marchavam juntos, rabos entrelaçados, gritando: ” Ao queijo, já!”…
Sem que ninguém pudesse explicar como, o facto é que, ao acordarem, numa bela manhã, o gato tinha desaparecido. O queijo continuava lá, mais belo do que nunca. Bastaria dar apenas uns passos para fora do buraco. Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato. Mas não era! O gato tinha desaparecido mesmo.
Chegara o dia glorioso! E dos ratos surgira um brado retumbante de alegria. Todos se lançaram ao queijo, irmanados numa fome comum. E foi então que a transformação aconteceu!
Bastou a primeira mordidela. Compreenderam, repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes dos queijos sonhados. Quando comidos, em vez de crescer, diminuem. Assim, quanto maior for o número de ratos a comer o queijo, menor o naco para cada um. Os ratos começaram a olhar uns para os outros, como se de inimigos se tratassem. Olharam, cada um para a boca dos outros, para ver quanto queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram…Arreganharam os dentes…Esqueceram-se do gato. Passaram a ser os seus próprios inimigos.
A luta começou! Os mais fortes expulsaram os mais fracos, à dentada. E, acto contínuo, começaram a lutar entre si. Alguns ameaçaram chamar o gato, alegando que só assim se restabeleceria a Ordem. O Projecto de Socialização do queijo foi aprovado nos seguintes termos:
“Qualquer pedaço de queijo poderá ser tomado dos seus proprietários, para ser dado aos ratos magros, desde que este pedaço tenha sido abandonado pelo dono”. Mas, como jamais rato algum abandonou um queijo, os ratos magros foram condenados a ficar à espera…Os ratinhos magros, de dentro do buraco escuro, não podiam compreender o que tinha acontecido. O mais inexplicável era a transformação que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo. Tinham todo o estilo do gato, o olhar malvado, os dentes à mostra…
Os ratos magros não conseguiam perceber a diferença entre o gato de antes e os ratos de agora. E compreenderam, então, que não havia diferença alguma. Pois todo o Rato que fica Dono de Queijo torna-se Gato! Não é por acaso que os nomes são tão parecidos.