domingo, 14 de março de 2010

As três peneiras


Olavo foi transferido de projeto. Logo no primeiro
dia, para fazer média com o novo chefe, saiu-se com
esta:

Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a
respeito do Silva. Disseram que ele...

Nem chegou a terminar a frase, Juliano, o chefe,
apartou:
Espere um pouco, Olavo. O que vai me contar já
passou pelo crivo das três peneiras?

Peneiras? Que peneiras, chefe?

A primeira, Olavo, é a da VERDADE. Você tem certeza
de que esse fato é absolutamente verdadeiro?

Não. Não tenho, não. Como posso saber? O que sei foi
o que me contaram. Mas eu acho que...
E, novamente, Olavo é interrompido pelo chefe:

Então sua historia já vazou a primeira peneira.
Vamos então para a segunda peneira que é a da BONDADE.
O que você vai me contar, gostaria que os outros
também dissessem a seu respeito?

Claro que não! Deus me livre, chefe! - diz Olavo,
assustado.

Então - continua o chefe - sua história vazou a
segunda peneira. Vamos ver a terceira peneira, que é a
da NECESSIDADE. Você acha mesmo necessário me contar
esse fato ou mesmo passá-lo adiante?

Não, chefe. Passando pelo crivo dessas peneiras, vi
que não sobrou nada do que eu iria contar - fala
Olavo, surpreso.

Pois é, Olavo, já pensou como as pessoas seriam mais
felizes se todos usassem essas peneiras? - diz o
chefe, prosseguindo - Da próxima vez em que surgir um
boato por aí, submeta-o ao crivo destas três peneiras:
VERDADE, BONDADE e NECESSIDADE, antes de obedecer ao
impulso de passá-lo adiante, porque pessoas
inteligentes falam sobre idéias, pessoas comuns falam
sobre coisas, pessoas medíocres falam sobre pessoas.