sábado, 17 de julho de 2010

O PAPEL DA MÚSICA: as diversas formas de musicalizar.



O PAPEL DA MÚSICA: as diversas formas de musicalizar.

A música é um forte meio de comunicação e de expressão de sentimentos, portanto, a educação musical pode e deve ser usada como meio de desenvolvimento para os diversos alunos, sejam estes alunos de espaços formais, não formal ou informal. Assim, por meio da música, as emoções são liberadas e o raciocínio e as capacidades, que todos nós possuímos, são desenvolvidos. Segundo os parâmetros curriculares em Arte:
A música sempre esteve associada as tradições e as culturas de cada época. Atualmente, o desenvolvimento tecnológico aplicado às comunicações vem modificando consideravelmente as referencias musicais das sociedades pela possibilidade de uma escuta simultânea de toda produção mundial por meio de discos, fitas, rádio, televisão, computador, jogos eletrônicos, cinema, publicidade, etc. Qualquer proposta de ensino que considere essa diversidade precisa abrir espaço para o aluno trazer música para a sala de aula, acolhendo-a, contextualizando-a e oferecendo acesso a obras que possam ser significativas para o seu desenvolvimento pessoal em atividades de apreciação e produção. A diversidade permite ao aluno a construção de hipóteses sobre o lugar de cada obra no patrimônio musical da humanidade, aprimorando sua condição de avaliar a qualidade das próprias produções e a dos outros. (ARTE, Parâmetros Curriculares Nacionais, 2001, p.75).
Foram estes conceitos que nos levaram a realizar esta pesquisa, onde a partir de jogos e brincadeiras, buscamos trazer a tona conhecimentos específicos da música, sabendo que a mesma pode vir a desempenhar um papel de suma importância no desenvolvimento de percepções e nas capacidades do ser humano como um todo. Isto mostra que a prática de atividades musicais, faz com que nós educadores possamos refletir acerca de sua utilização em sala de aula. Assim, as palavras de Amaral completam este pensamento quando diz:
O uso da música pode contribuir positivamente no comportamento, do ser humano na melhora do potencial de aprendizagem, incluir a comunicação entre os seres, assim como trabalhar as habilidades cognitivas, as motoras emocionais e sociais. A música pode usar de diferentes maneiras para enfocar o seu objetivo, ela pode ser usada como estrutura, como um transportador de informações como um motivador; portanto podemos usá-la como um meio de expressão, de comunicação, assim como de uma experiência social. (AMARAL, 2002, p. 02)
Seguindo esses pressupostos agora que a música está incluída na grade curricular das escolas, visamos promover aos futuros professores do magistério saberes e didáticas do seu ensino. Especificamente, as atividades nortearam a importância da música na educação infantil, a compreensão dos elementos básicos da música e da teoria musical, a construção de instrumentos musicais com materiais alternativos e a construção de um repertório infantil, a criação musical, prática instrumental, notação musical contemporânea, e o aprendizado sobre as propriedades do som. Algo que precisaria de mais tempo para o seu ensino, porém como nos comenta FONTERRADA, (2003) relatando que os professore de hoje não sabe mais cantar, tocar, perderam suas aptidões para a música, devido a mesma ter ficado fora das escolas, da mesma forma BRITO, ( 2005). Traz-nos a importância de trazer seu ensino de forma lúdica, para que mesmo em pouco tempo podemos adquirir resultados, que podem influenciar o ser humano a busca pelo o querer ir além, e aprender ainda mais, pois a música tem um papel de influenciar, como o de capacitar, interagir, socializar.


MÚSICA NO MAGISTÉRIO

Partindo que a música faz parte da grade curricular, considera-se que a mesma disciplina na escola hoje é vista como um mito, algo novo, ao mesmo tempo em que podemos achar o quanto, a música nos pode trazer alegrias. Atualmente percebeu-se a necessidade do ensino de música voltar às escolas, é através da lei nº11/7860que conquistamos este espaço tão importante dentro da sala de aula, considerando esta seriedade, sem dúvida é de suma importância a capacitação de profissionais do ensino, que já estão ou que futuramente estarão dentro da sala de aula, para que o ensino de música realmente seja algo que preencha esta necessidade de diversas escolas. Segundo Fonterrada,



O abandono da educação musical por parte das escolas e do governo foi acompanhado por profundas modificações na sociedade, que abriu para lazer, e outro meio de comunicação em massa, afastando-se a população escolar, cada vez mais, da prática da música como atividade pedagógica, em vez disso só é utilizado como modismo. (FONTERRADA, 2005, p. 13).



O mesmo autor considera que a música vem recuperando seu status de disciplina, educacional, tem voltado a estar presente nas escolas, no entanto esteve ausente por três décadas, Com isso podemos dizer que se perdeu a tradição da educação musical, Desta forma deve-se repensar propostas para agir em sala de aula, sendo que a ação da prática da educação musical depende da forma em que estará sendo abordada. SCHAFER (1991) fala sobre a naturalidade de se ensinar música trazendo para seu ensino, algo novo, contemporâneo, exemplos do qual trabalhamos em aula; sendo que para este educador, antes mesmo de ensinar música, deve-se ouvir, saber apreciar, entender, para ele a compreensão vem antes da execução, podemos usar de elementos do cotidiano para ensinar música, brincar com os sons, montar desmontar sonoridades, descobrir, criar, organizar, juntar. Em uma aula de música deve-se ouvir, executar, criar. Para Schafer estes são os três parâmetros essenciais em uma aula de música, baseado nestes fundamentos em nossas aulas utilizamos e demonstramos a importância do ouvir, criar e executar.

A música nas séries iniciais freqüentemente está relacionada a diversos objetivos que não são propriamente musicais. É bastante comum o uso da música como auxiliar para a aprendizagem de outros conteúdos ou ainda como atividade de relaxamento e divertimento na escola. Esta situação é decorrente de vários fatores. Um deles certamente está relacionado à falta de preparação musical dos professores das séries iniciais que, quando incluem a música em suas atividades, o fazem de maneira superficial em função de não terem vivenciado experiências significativas e consistentes nesta área do conhecimento ao longo de sua formação escolar. É por este motivo que buscamos a capacitação dos alunos do magistério, sendo que estes alunos são os futuros professores da educação infantil e das séries iniciais. Musicalização é um método pedagógico musical infantil, do qual visa além de trazer conhecimentos para a música, trabalhar na criança coordenação motora, o lado sócio afetivo. Para BRITO (2003), a criança recebe tudo que é ensinado de forma aberta, por isso deve-se estar preparado para ensinar, sua abordagem em sala de aula deve sempre estar fundamentada e se tratando de um mundo infantil, trazer o lúdico e o criativo para um ensino de qualidade.

O grande educador musical Shafer(1991), nos tráz varias maneiras de abordar o ensino de música em sala de aula, onde com elementos do dia dia do aluno, relacionando com tudo que ele esteja ouvindo ou vendo o professor pode estar abordando o ensino da música, desta forma o professor que esteja capacitado para o ensino da música em sala de aula, não precisaria de grandes coisas para uma boa aula, o mesmo basta ter além do preparo, criatividade e vontade para ensinar e já está pronto.





Procedimentos Metodológicos



A primeira foi a uma visita técnica seguida de uma aula diagnóstica, para verificação do espaço da escola Nilton Kucker, escolhido como nosso campo de estágio, o conhecimento musical das alunas, a disponibilidade de material didático, o interesse em relação a prática docente com a música onde comunicamos nosso plano de ação para 10 intervenções, do qual causou bastante entusiasmo.

O colégio que atende desde séries iniciais, segundo grau e magistério. Da mesma forma visitamos a turma a qual iríamos trabalhar que é o quarto ano do magistério e conhecemos nossas alunas 26 mulheres de idade variada.

Para as intervenções, os estagiários apresentaram recursos de audio, instrumentos musicais, material didático referente aos conteúdos, texto que se referem a lei que regulariza o ensino da música na escola contextualizando a educação musical e sua influência no desenvolvimento do indivíduo

Para tanto, nossas alunas ficaram ansiosas para aprenderem música, e suas metodologias de ensino e saber como agir em sala de aula, segundo Viviane Gilbert:



(....) Não somente os professores devem basear toda a sua atividade em objetivos precisos, como dá-los a conhecer ao seus alunos sem ambigüidade nem mistérios”. (GILBERT, 2005, p. 05).



Para que pudéssemos atingir nossos objetivos, nos propomos a realizar uma pesquisa de ordem qualitativa, investigando a prática do magistério, e sua ação dentro da escola, sabendo que o mesmo visa capacitar futuros docentes para a educação infantil, visando o ensino de diversas áreas. As principais características dos métodos qualitativos são a imersão do pesquisador no contexto e a perspectiva interpretativa de condução da pesquisa. A pesquisa qualitativa, segundo Andre “(...) não envolve manipulação de variáveis, nem tratamento experimental; é o estudo do fenômeno em seu acontecer natural (...)” (ANDRE, 1986, p.06).

Desta forma buscamos para coleta de dados e análise partindo da observação nas atividades das alunas, das avaliações e atividades escritas, de fotos, relatórios escritos nas orientações do estágio, das entrevistas realizadas com as alunas e coordenadora da escola em questão e das discussões em sala de aula acerca da importância do ensino da música na escola.





ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS



Experiência, Pesquisa e Aprendizado

Todas as atividades foram desenvolvidas através de nossas experiências docentes anteriores adquiridas em nossos estágios, bem como a partir dos métodos de Cecilia Cavalieri França (livro Para fazer música, 2008) e do compositor Schafer, (livro Ouvido Pensante, 1991). As aulas em geral foram de maneira expositivas, com a interação entre professor aluno e, pudemos perceber o interesse das alunas em participar das aulas que trouxeram conhecimentos específicos mais contemporâneos, a teoria musical tradicional de certa forma não foi tão bem aceita pelas mesmas. Comentamos um pouco sobre Schafer educador musical que por sinal causou bastante interesse nas alunas, juntas começamos uma atividade que o mesmo chama de ‘limpeza de ouvido’, explicamos a diferença de som e ruído que segundo Schafer som é tudo que o ouvido pode perceber e ruído e o que interfere no que se está ouvindo.

Em seguida, pedimos para todas fecharem os olhos por um minuto e desenhar todo o som que estivessem ouvindo, por três vezes repetimos esta atividade e percebemos que na última vez em que a atividade foi realizada já havia um critério de percepção. Partindo destes pressupostos pedimos para realizarem outra atividade, novamente de olhos fechados as alunas ouviram os sons ao nosso redor, grafando cada som que mais marcasse nessa audição a partir de desenhos, depois cada aluna apresentou sua chamada “paisagem sonora” por meio de representação sonora com a voz e corpo. Segundo Jeandot:

Durante séculos fomos condicionados a acreditar que a música é uma combinação de notas dentro de uma escala, e temos dificuldade em concebê-la em termos diferentes. Ruídos de sapateado, sons de castanholas, estalos de dedos ou de chicotes, golpes da palma da mão sobre um instrumento musical ou uma vestimenta, ou ainda gestos do cotidiano, são elementos atualmente considerados como legítimos participantes do universo musical. (JEANDOT, 2002 p.15).



Relacionamos essas atividades com uma aula de música e explicamos o conceito de propriedades do som. Todas representaram as paisagens sonoras de suas colegas e juntas trabalharam intensidade e duração. Mostramos também que com papeis e desenhos pode-se criar histórias e sonorizá-las, após isto explicamos nossos objetivos como educadoras musicais, construindo com as alunas exemplos de sons fracos, sons fortes, andamento, lento e rápido, grave ou agudo, enfim, elementos que fazem parte do nosso cotidiano e que quase ninguém tem trabalhado estes conceitos como metodologia do ensino da música. Trabalhamos ativamente com a criação musical, a forma das palavras, em geral, som e poesia. Segundo Jeandot:

A música é uma linguagem universal, mas com muitos dialetos, que variam de cultura para cultura, envolvendo a maneira de tocar, de cantar, de organizar os sons e de definir as notas básicas e seus intervalos. (JEANDOT, 2002 p.12).

Foram estes pressupostos que nos deram embasamento para este tipo de conteúdo, o importante para nos é que as alunas soubessem criar, improvisar musicalmente com seus alunos, ou futuros alunos. Em outro momento dialogamos sobre a importância da música e seus conceitos para a educação infantil. Após isto comentamos um pouco sobre Schafer educador musical que por sinal causou bastante interesse nas alunas, e junto começamos uma atividade que o educador chama de ‘limpeza de ouvido’.

Schafer é um educador Canadense, do qual escreveu o livro Ouvido pensante, em que relaciona a música com as artes, nos faz refletir conceitos sobre a mesma até então definidos, partindo neste conceito explicamos a diferença de som e ruído que segundo Schafer: é tudo que o ouvido pode perceber e ruído e o que interfere no que se está ouvindo. Em seguida, pedimos para todas fecharem os olhos por um minuto e desenhar todo o som que estivessem ouvindo, por três vezes repetimos esta atividade e percebemos que na última vez em que a atividade foi realizada já havia um critério de percepção.

Segundo SCHAFER,(2003) em uma aula de música deve conter, audição, execução, criação. Audição consiste em ouvir, apreciar, execução como ela própria nos relata em fazer musical, e criação, em criar, improvisar. Partindo destes pressupostos pedimos para realizarem outra atividade, novamente de olhos fechados as alunas ouviram os sons ao nosso redor, grafando cada som que mais marcasse nessa audição, depois cada aluna apresentou sua chamada “paisagem sonora”. Segundo Jeandot:



Durante séculos fomos condicionados a acreditar que a música é uma combinação de notas dentro de uma escala, e temos dificuldade em concebê-la em termos diferentes. Ruídos de sapateado, sons de castanholas, estalos de dedos ou de chicotes, golpes da palma da mão sobre um instrumento musical ou uma vestimenta, ou ainda gestos do cotidiano, são elementos atualmente considerados como legítimos participantes do universo musical. (JEANDOT, 2002, p.15).





Desta forma, relacionamos essas atividades com uma aula de música e explicamos o conceito de propriedades do som. Todas representaram as paisagens sonoras de suas colegas e juntas trabalharam intensidade e duração. Mostramos também que com papéis e desenho podem-se criar histórias e sonorizá-las. Após isto explicamos nossos objetivos como educadoras musicais, e comentamos brevemente sobre a lei nº.7/860 que tem como obrigatoriedade o ensino de música na escola. Em uma próxima aula iniciamos o trabalho com uma teoria musical mais tradicional, pois acreditamos que por mais que isso não seja fundamental em aulas de músicas pensamos ao mesmo tempo em que quem esta se preparando para ser professor e ministrar aulas de música deve conhecer sobre esta teoria. Para as alunas não foi de tanto interesse este conteúdo, o nome de notas e a escala musical já lhes chamou um pouco mais de interesse, trabalhamos a escala com a musica minha canção dos saltimbancos e as notas com exercícios da autora e professora Cecilia Cavalieri França após trabalharmos com esta teoria voltamos a usar uma teoria mais contemporânea comparando então o resultado e diferentes modos de grafar música. Passamos então a trabalhar ritmo, parlendas e criações de poesia foram um dos nossos principais meios de desenvolver conteúdos pertinentes a música, trabalhamos diferentes parlendas e em ritmos separados por grupo, ora cantando em uníssono e ora cantando em duas alturas de vozes diferentes. Segundo Becker:
O canto se faz companheiro inseparável da vida harmoniosa, desde o berço. Canta-se para ritmar o trabalho, para estimular o prazer, para expandir alegrias ou embalar tristezas. Canta-se, mesmo, sem razão, maquinalmente, ao longo das ocupações do dia-a-dia. O ato de cantar envolve uma série de movimentos ritmados. Cada vez que se canta, que se murmuram algumas notas ao acaso, seja de que forma for, sem da atenção ao que se está fazendo, põem-se em ação as inúmeras peças de um aparelho complicado, o aparelho vocal. (BECKER, 1989, p.35).

Sem dúvida para as alunas o cantar foi muito interessante, pudemos também aprender muito diferentes par lendas com as futuras professoras, pois para quem trabalha com crianças pode dizer e afirmar que tanto as par lendas como o canto faz parte do cotidiano de qualquer criança. Becker novamente fundamenta nosso pensar quando diz que:

É comum vermos crianças de três anos possuírem grande musicalidade, cantarem espontaneamente e criarem melodias simples com as quais acompanham seus movimentos, jogos e brincadeiras ou ainda seguirem com o corpo a pulsação da canção ou a música que escutam. Aos seis, sete e oito anos tornam-se inibidas, perdendo a alegria e a espontaneidade de cantar. Nesse sentido, o coro adquire um enorme valor psicossocial, uma vez que auxilia a criança insegura a expressar-se sem temor, ensina-a a esperar, a aguardar sua vez de participar, alem de desenvolver-lhe a consciência da própria responsabilidade, levando-a a cumprir sua tarefa, certa de que ela é tão importante quanto as demais. Para Gonzales, apud Becker, a maioria das crianças nasce com uma disposição natural para o canto e a música, e essa disposição pode aumentar decrescer ou desaparecer, conforme as oportunidades que lhes oferecem. (BECKER, 1989, p.36).

Trabalhamos intensamente, ritmos e parlendas infantil, o famoso brinquedo cantado e com isto fomos trabalhando vários conteúdos musicais possíveis dentro de um mesmo exercício, dentre estes a coordenação motora, a interação do grupo, ritmos diversos, jogos de mão, etc. Após isto como método de avaliação de todo o nosso estágio pedimos para que cada aluna criasse um plano de aula de música trazendo à tona os diversos conteúdos musicais aprendidos pelas mesmas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste relato de experiência podemos perceber o quanto é de vital importância, essa prática de estágio. Sendo o que o mesmo nos prepara e capacita, para nossa atuação na área docente, Desta forma sabemos que como educador musical, devemos estar embasados para estar atuando nesta área.: Jeandot, (2002, p.12), nos trás a importância da compreensão, em relação a música pois a trata como uma linguagem universal.
Apesar de pouco tempo, conseguimos trazer conhecimentos dos quais estávamos propostas a ensinar, sabendo que a música agora faz parte da grade curricular, colocamos além de seu aprendizado a sua importância: Brito, (2003) nos fala sobre seu uso de forma lúdica e criativa.
Foram estes pressupostos que nos deram embasamento para este tipo de conteúdo, o importante para nos é que as alunas soubessem criar, improvisar musicalmente com seus alunos, ou futuros alunos. O resultado foi gratificante, pois pudemos perceber que as alunas realmente aprenderam os conteúdos trabalhados durante todo o estagio, sem duvida muitas delas saberão como trabalhar música dentro de sua sala de aula. Concluímos nosso estágio, satisfeitas por ter alcançado nossos objetivos.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/33161/1/Pedagogia-da-Musica-uma-experiencia-com-alunos-do-magisterio-da-escola-Nilton-Kucker-/pagina1.html#ixzz0tzyvhlSt


Reflexões Sobre o Currículo Oculto nas Séries Iniciais

Reflexões Sobre o Currículo Oculto nas Séries Iniciais

Cibelle Maciel



Desde 1902, com a publicação do livro The child and the curriculum de John Dewey, que ressaltava a importância da valorização das experiências dos alunos, independente da relação da formação para o trabalho, temos o início da discussão da necessidade de avaliação do currículo e da postura do professor frente a política pedagógica adotada pela escola. Apesar de tantos anos terem se passado e de estarmos no século XXI, vemos a reprodução do modelo criticado por Dewey e por outros teóricos, de forma irrefletida.
No Brasil temos a imensa maioria de estudantes frequentando a escola pública, grande parte dos alunos são da camada pobre da população. Esse fator econômico influencia na prática educativa do professor na medida que o currículo é estabelecido para crianças da cultura dominante, ou seja, o conhecimento dos alunos pobres não são aproveitados muitas vezes, porque alguns professores não consideram esses conhecimentos válidos para o ensino aprendizagem. Sendo que essa cultura passa a ser desvalorizada, como algo não correto, pois não corresponde às determinações da cultura dominante.
Para a ideologia dominante é importante que o sistema social continue igual, pois assim seus representantes manteriam a condição de dominante, detendo o poder econômico e estabelecendo a cultura que seria seguida pelas demais classes sociais. Isso se realiza através da educação autoritária, onde o aluno não participa ativamente do processo educativo e onde não desenvolve a consciência crítica da sociedade. Através da transmissão do conteúdo curricular e de um modelo de economia, aprendido pelos alunos na escola, se estrutura a sociedade capitalista, que é a qual vivemos.
Na sociedade capitalista, o trabalhador precisa respeitar o patrão e não questionar se quiser se manter no emprego. Esse modelo de relação trabalhista, é ensinado pela escola, principalmente a escola pública, porque os alunos pobres aprendem tanto na relação com os agentes educativos e com o professor, como com o currículo oculto, a serem pacíficos, a não criticarem.
O currículo oculto aparece desde a determinação dos objetivos pedagógicos do projeto escolar, até na prática pedagógica do professor.
O professor quando não atribui valor aos conhecimentos prévios dos alunos, por considerações pessoais ou filosóficas, auxilia nesse processo da reprodução cultural.
Muitas vezes o educador não reflete sobre a sua importância para as modificações sociais, e isso ocorre quando este não desenvolveu a capacidade de reflexão crítica.
As séries iniciais são o ponto de partida na vida acadêmica e na tomada do desenvolvimento da autonomia reflexiva da criança, por isso, a construção da criticidade tem seu início nos primeiros anos do ensino fundamental.
Além de refletir sobre essas considerações, o educador precisa agir frente as necessidades apresentadas, não que ele solucionará todos os problemas dos alunos e da escola, mas se tomar a iniciativa de trabalhar com os alunos, com os outros professores e com a comunidade para modificar ou melhorar alguma situação pela qual a escola e o aluno passa, com certeza estará realizando o segundo passo da reflexão crítica, que é a ação.
O ato pedagógico necessita de reavaliação constantemente, pois as modificações cotidianas da sociedade solicitam essa revisão.
A escola demonstra ser o refúgio de muitas crianças pobres, assim como das crianças que tem a família desestruturada, ou sofrem privações econômicas que interferem no seu desenvolvimento escolar, portanto o educador precisa preparar-se para estes problemas, não só emocionalmente, como também avaliar que o ato pedagógico é uma das poucas profissões que permite intervir diretamente na estrutura social.
Se não há preparo filosófico e político, o educador, ao deparar-se com os problemas mencionados, tende a culpar o próprio aluno e alienar-se da situação.
Os conteúdos curriculares devem contemplar sempre a heterogeneidade de uma comunidade, assim como os educadores precisam envolver essa população, nas situações problemas.
A valorização dos alunos e da sua cultura permite a ação pedagógica em consonância com aquilo que eles podem realizar.
Desse modo, a sociedade democrática se constrói com a valorização do indíviduo e da diversidade cultural, social e econômica. Isso propicia o desenvolvimento das ações transformadoras.
Agir sozinho também não acarretará grandes mudanças na educação, é necessário incutir nos alunos e nos demais professores a necessidade dessas reflexões constantemente, para que estes influenciem outras pessoas, realizando o movimento da reprodução crítica e não mais da reprodução cultural.




A alfabetização científica nas séries iniciais do ensino fundamental- Resenha



A alfabetização científica nas séries iniciais do ensino fundamental- Resenha
No começo do artigo o autor mostra as definições e a importância da alfabetização e do letramento. Baseado na obra de Soares(1985) ele expõe que a alfabetização é um processo permanente com fontes inesgotáveis de conhecimento, diz também que a alfabetização é muito mais que ler e escrever.
Fala que esse conceito de alfabetização que se sobrepõe ao apenas ler e escrever é que vai pontuar o ensino de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental.
Baseado em outros autores diz que a alfabetização cientifica é o mesmo que letramento, uma vez que letramento é o fato das pessoas utilizarem a leitura de forma prática no seu contexto social e que o letramento transcende a alfabetização.
A partir dessa compreensão ele propõe uma abordagem sistemática de um amplo leque de atividades, articulado com o sistema escolar.
Sugere que a ciência seja inserida em todo contexto escolar, na literatura, na música, no teatro e nos vídeos educativos, etc.
A organização dessas atividades deve ser feita através de um planejamento que contemple a abordagem de conteúdos científicos a partir de conceitos primitivos e alguns conceitos unificadores.
Embora considere que ciências é um campo muito vasto, admite que muito pode ser feito dentro da sala de aula.
Considera que o uso de livros de literatura com mensagens científicas seja gratificante e válido.
Considera também que alunos que já iniciaram a dominar a escrita leiam sobre ciências, porque a leitura ajuda no desenvolvimento cognitivo dos alunos.
Fala sobre a revista Ciência Hoje das Crianças como uma proposta de iniciação cientifica para os educandos. Destaca a importância de leituras de jornais textos e artigos que falem sobre ciências.
Discorre sobre o teatro na escola como forma de desenvolver a memorização a oralidade e ampliação da cultura.
Deixa também dicas de ambientes que aguçam a curiosidade dos educandos como museus de ciência e tecnologia, saídas de campo, locais onde os alunos interagem e aprendem com a realidade.
Deixa como lembrete maior que as aulas práticas consideradas como experimentais podem se constituir em atividades significativas, à medida que promovem compreensão e ampliação do conhecimento em estudo.
A obra traz uma visão de sobre como ensinar ciências no ensino fundamental. O autor fornece dados e formas práticas de como fazê-lo. Mostra que ensinar ciências pode se tornar algo muito prazeirosos para educadores e educandos. Não apresenta fórmulas mágicas, mas mostra como o professor pode se aproveitar da realidade de cada lugar.





A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NAS SÉRIES INICIAIS



A elaboração deste trabalho consiste em adquirir novos conhecimentos em como trabalhar os jogos didáticos nas series iniciais.O objetivo principal é apresentar aos professores, e a quem possa se interessar os principais conceitos, teorias e práticas do desenvolvimento humano através dos jogos.
A elaboração deste trabalho consiste em adquirir novos conhecimentos em como trabalhar os jogos didáticos nas series iniciais.
O objetivo principal é apresentar aos professores, e a quem possa se interessar os principais conceitos, teorias e práticas do desenvolvimento humano através dos jogos.
No primeiro capitulo buscamos a história dos jogos olímpicos, suas mudanças, objetivos e competições onde “Pierre Coubertin” insiste que o esporte e o exercício físico tem papel essencial na formação do caráter do ser humano.
No segundo capitulo falaremos sobre quanto os jogos didáticos poderão contribuir para uma atividade inerente ao ser humano e abordamos o jogo como uma fonte de melhoramento nas participações dos alunos nas salas de aula.
Mostraremos ainda a importância do conviver em grupo onde o aluno estará partilhando seus conhecimentos prévios e os adquiridos com os demais colegas de classe.
O terceiro capítulo mostrará o quanto o brincar é importante para a criança e o quanto é mais rentável para nos educadores o ensinar brincando, pois é essencial para nós o trabalho de resgatar as brincadeiras e os jogos tradicionais; também poderemos observar as reações do aluno ao experimentar uma brincadeira nova ou representar seu papel de construtor ao construir um brinquedo ou uma brincadeira nova.
Ainda neste capítulo falaremos sobre o papel do professor em relação ao desenvolvimento do aluno.
No quarto capítulo comentaremos sobre a influência dos jogos e a importância de se ter incluído a disciplina, “jogos e recreações” nos currículos escolares.
Também comentaremos sobre o quanto o jogo é importante para a aquisição das habilidades motoras e na socialização do indivíduo ao grupo social em que ele vive.
Também apresentaremos alguns modelos de jogos que trabalhados em sala de aula renderão ótimos resultados no ensino-aprendizagem de nossos alunos. Vide anexo.
Esperamos assim estar contribuindo para uma prática em que o entendimento, e o respeito sobreponham aos padrões convencionais e que a graduação do conhecimento seja um processo contínuo e ativo na vida do ser humano.



1. A ORIGEM DOS JOGOS.



Os jogos olímpicos celebrados de 04 em 04 anos, em Olímpia, na Elida, foram inaugurados na primavera de 1896, eram disputados em honra a Júpiter e era incontestável o grau de adiantamento e esplendor que a Educação Física atingia na Grécia Antiga, isto fazia com que cada grego procurasse ser um atleta e, portanto, um herói, um semideus, visando o seu aperfeiçoamento físico. Estes jogos surgiram em grande parte pelos esforços do esportista e educador francês, barão Pierre de Coubertin pedagogo e historiador deu inicio também aos jogos da modernidade.

Os planos para a realização dos jogos modernos começaram em 1894 com a fundação do Comitê Olímpico Internacional (COI), com sede central na cidade Suíça de Lauseane, e recebeu ajuda de organizações desportivas e de indivíduos de vários paises europeus. Atualmente tem reconhecido 186 comitês olímpicos nacionais.

O comitê registrou os princípios competitivos e escolheu Atenas (Grécia) como sede dos primeiros jogos olímpicos da era moderna, sede esta que é escolhida pela COI normalmente com seis anos de antecedência.



1.1 MUDANÇAS NAS COMPETIÇÕES.



Desde a primeira olimpíada do ciclo moderno, o número de mulheres participantes e o número de esportes e provas abertas à competição incrementaram-se excluindo os esportes de competição dos jogos olímpicos, os números de esportes incluídos nas últimas olimpíadas foi de 25, além disso, foram acrescentados outros esportes de exibição, como o hóquei sobre o gelo, o taekwondo, a pelota basca, o vôlei de praia e o softball feminino.

Dos jogos olímpicos na antiguidade os mais famosos eram os celebrados no verão a cada quatro anos. (Período denominado olimpíada) em Olímpia é em honra a Zeus.

Nessa época apenas podiam competir homens honrados de descendência grega. Convertiam-se em uma celebração com diferentes provas: corridas a pé, luta, pugilismo, pancratiun corridas de cavalos e pentatlo.

O ganhador recebia guirlandas de oliva e outorgavam fama a suas cidades de origens. Alcançaram sua popularidade máxima nos séculos V e IV a. c. em 394 d.c., Teodósio I, o grande suspendeu-os.



1.2 OS JOGOS NA GRÉCIA E ROMA.



As competições e outros espetáculos públicos eram uma característica da vida religiosa e social.

Na Grécia os quatro ciclos principais foram os jogos olímpicos, os petecos e os nemeus.

Nos jogos gregos, o povo participava com freqüência e o espetáculo principal era a competição entre os atletas.

Nos jogos romanos, por outro lado o povo era mero espectador, normalmente só participavam atletas profissionais, escravos e prisioneiros, havia lutas de morte entre gladiadores e utilizavam-se feras.



1.3 A ANTIGUIDADE CLÁSSICA.



Olímpia, santuário religioso da Grécia pré-helênica, situada na zona oeste do pelopneso, onde eram realizados os jogos olímpicos.

Era constituído de um bosque sagrado, o Altil, onde se encontravam os principais monumentos religiosos, como os templos de Zeus e de Heros.

Fora do Altil ficavam o estádio, o hipódromo, a palestra e o ginásio.

Coubertin Pierre, pedagogo francês, reformador do sistema educativo, deve sua fama ao fato de ter reorganizado os jogos olímpicos.

Segundo as idéias de Tocquville defendeu uma educação seletiva como único meio de criar lideres para a democracia liberal.

Insistiu que os esportes e o exercício físico tinham papel essencial na formação do caráter.

Em 1894, convocou a Sorbone representantes de 14 países, com o objetivo de ressuscitar os jogos olímpicos, dois anos depois Atenas era escolhida como sede dos primeiros jogos olímpicos da era moderna.



2. A ORIGEM DA EDUCAÇÃO LÚDICA.



“O jogo é para a criança um fim em si mesmo,ele deve ser para nós um meio de educar, de onde seu nome jogo educativo que toma cada vez mais lugar na linguagem da pedagogia maternal”

(Girard, 1908, p 199).



Sabemos que jogos e competições sempre despertaram interesse ao ser humano seja por esporte ou diversão.Um exemplo é que entre os primitivos as atividades como: dança, caça , pesca e as lutas eram tidas como motivo de sobrevivência e muitas vezes era restrito ao divertimento e ao prazer.

As crianças nos jogos participavam de empreendimentos técnicos e mágicos. O corpo e o meio, a infância e a cultura adulta faziam parte de um só mundo. Os jogos caracterizam a própria cultura, a cultura era a educação e a educação representava a sobrevivência.

Platão (427-348) um dos maiores pensadores afirma que os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos praticados em comum pelos dois sexos, sob vigilância e em jardins de crianças e que a educação propriamente dita deveria iniciar-se aos sete anos.

Platão dava ao esporte tão difundido na época, valor educativo, moral, colocando em pé de igualdade com a cultura intelectual e em estreita colaboração com ela na formação do caráter e da personalidade.

Por isso se investia contra o espírito competitivo dos jogos que muitas vezes, usados de forma institucional pelo estado, causavam danos à formação das crianças e dos jovens.

Platão também introduziu de modo bastante diferente uma prática matemática lúdica, enfatizada hoje em dia. Ele aplicava exercícios de cálculos ligados a problemas concretos, extraídos da vida e dos negócios e afirmava: “todas as crianças devem estudar a matemática, pelo menos o grau elementar, introduzindo desde o início, atrativos em forma de jogo.”

“Platão, não queria que problemas elementares de cálculos tivessem apenas aplicações práticas; queria que atingissem um nível superior de abstração”.

Mesmo entre os egípcios, romanos e maias, os jogos serviam de meio para a geração mais jovem aprender com os mais velhos os valores e conhecimentos bem como normas dos padrões de vida social. Com a ascensão do cristianismo, os jogos foram perdendo seu valor, pois eram considerados profanos e imorais sem nenhuma significação.

A partir do século XVI, os humanistas começaram a perceber os valores educativos dos jogos, e os colégios jesuítas foram os primeiros a recolocá-los em prática. Aos poucos, as pessoas de bem e os amantes da ordem formaram uma opinião menos radical com relação aos jogos.

Philippe Áries, pesquisador da vida social da criança e da família, afirma em relação aos jogos: “os padres compreenderam desde o início que não era possível nem desejável suprimi-los ou mesmo fazê-los depender de permissões precárias e vergonhosas, ao contrario, propuseram-se assimilá-los e a introduzi-los oficialmente em seus programas e regulamentados e controlá-los, assim disciplinados os jogos, reconhecidos como bons, foram admitidos, recomendados e considerados a partir de então como meio de educação tão estimáveis quanto os estudos. Um sentimento novo surgiu à educação adotou os jogos que então havia proscrito e tolerado como um mal menor. Os jesuítas editaram em latim tratado de ginástica que forneciam regras dos jogos de ginástica que forneciam regras dos jogos recomendados e passaram a aplicar nos colégios a dança, a comédia, os jogos de azar, transformados em práticas educativas para aprendizagem da ortografia e da gramática”.

Outras teorias, percussores dos novos métodos ativos da educação deram a importância ao lúdico na educação da criança proclama Rabelais, ainda no século XVI, “Ensina-lhes a afeição à leitura e aos desenhos, e até os jogos de cartas e fichas servem para o ensino da geometria e da aritmética”.

Montaigne (1533-1592) já partia para o campo da observação, que a criança adquire curiosidade por todas as coisas como: um edifício, uma ponte, um homem, um lugar ou uma paisagem de Carlo Magno ou César.

Comênio (1592-1671) resumia seu método em três idéias fundamentais que foram bases da nova didática naturalidade, instituição e ato atividade, esse método natural, que obedeceu às leis desenvolvimento da criança, traz consigo rapidez, facilidade e consciência no aprendizado.

Pestalozzi (1746-1827) graças ao espírito da observação sobre o progresso do desenvolvimento psicológico dos alunos e sobre o exílio ou fracasso das técnicas pedagógicas empregadas, abriu um novo rumo para a educação moderna. Segundo ele, a escola é uma verdadeira sociedade, o jogo é um fator decisivo que enriquece o senso de responsabilidade e fortifica as normas de cooperação.

Froebel (1782-1852) discípulo de Pestalozzi, estabelece que a pedagogia deve considerar a criança como atividade criadora, o despertar, mediante estímulos, suas faculdades próprias para a criação produtiva, na verdade como Frobel se fortalecem os métodos lúdicos na educação o grande educador faz o jogo uma arte, um admirável instrumento para promover a educação para as crianças.

A melhor forma de conduzir a criança à atividade, auto-expressão e à socialização seria por meio dos jogos. Essa teoria realmente determinou os jogos como fatores decisivos na educação para as crianças.

Froebel considerava a Educação infantil indispensável para a formação da criança e essa idéia foi aceita por grande parte dos teóricos da educação que vieram depois dele, o objetivo das atividades nos jardins de infância era possibilitar brincadeira criativa as atividades e o materiais escolares eram determinados de antemão para oferecer o máximo e tirar proveito educativo da atividade lúdica Froebel desenhou o círculo, esferas, cubos e outros objetos que tinham por objetivo estimular o aprendizado. Eles eram feitos de material macio e manipulável geralmente com parte desmontável. As brincadeiras eram acompanhadas de músicas ,versos e danças; os objetos criados por froelbel eram chamados de dons, ou presentes e havia regras para usá-los que precisariam ser dominadas para garantir ao ar livre para que a turma interagisse com o ambiente todo o jogo que envolvia os dons começavam com as pessoas formando círculos movendo-se cantando pois assim conseguiam atingir a perfeita unidade .

Para froebel, era importante acostumar as crianças aos trabalhos manuais, a atividade dos sentidos e do corpo despertariam o germe do trabalho que segundo o educador alemão seriam uma imitação da criação do universo por Deus



Para Piaget, os jogos tornaram-se mais significativos à medida que a criança desenvolve, pois a partir da livre manipulação de matérias variadas, ela passa a reconstruir objetos, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação, que lhe deve ser realizada pela infância, consiste numa síntese progressiva da assimilação com acomodação. É por isso que, pela própria evolução interna, os jogos das crianças se transformam pouco a pouco em construções adaptadas, exigindo sempre mais do trabalho afetivo, a ponto de nas classes elementares de uma escola ativa, todas as transições espontâneas ocorrem entre o jogo e o trabalho. Conclui: “que em educação das crianças exigem que se forneça a criança um material conveniente, a fim de que, jogando cheguem a assimilar as realidades intelectuais que sem isso permanecem exteriores a inteligência infantil”.

Para ele, sendo o homem o sujeito de sua própria história, toda ação educativa deverá promover o indivíduo sua relação com o mundo por meio da consciência crítica, da libertação e de sua ação concreta com o objetivo de transformá-lo. Assim ninguém se atirara a uma atividade eminentemente séria, penosa, transformadora (visão de uma realidade futura feliz) se não tiver, no presente, a alegria real, ou seja, o mínimo de prazer, satisfação e predisposição para isso.

A ação de buscar e de apropriar-se dos conhecimentos para transformar exige dos estudantes esforço, participação, indagação, criação, reflexão, socialização com prazer, relações essas que constituem a essência psicológica da educação lúdica, que se opõe a concepção política ingênua, a passividade, ao espontaneísmo, à jocosidade, à alienação, a submissão, condicionantes da pedagogia dominadora e neutralizantes.

A educação lúdica esteve presente em todas as épocas, povos, contextos de inúmeros pesquisadores, formando hoje, uma vasta rede de conhecimentos não só no campo da educação, da psicologia, fisiologia, como nas demais áreas do conhecimento.

A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a libertação das relações pessoais, passivas técnicas para as relações reflexivas criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço sem perder o caráter de prazer e de satisfação individual e modificador da sociedade.

Segundo Makarenko, “o jogo é tão importante na vida da criança como é o trabalho para o adulto” daí o fato de a educação do futuro cidadão se desenvolver antes de tudo no jogo, não se pode fazer uma obra educativa sem se propor um fim,um fim claro ,bem definido, um conhecimento do tipo de homem que se deseja formar.E neste sentido que o modelo pedagógico mantém uma relação direta com o presente vivido. A coletividade infantil recusa absolutamente viver uma vida preparatória.

Ela quer um fenômeno da vida real, hoje para a criança é uma alegria real presente e não o prometido para mais tarde, recompensa a curto prazo sem contrariedade próximo.

È preciso afirmar a alegria das satisfações pessoais, partindo da alegria individual,até atingir a alegria de toda coletividade num prazo bem mais longo o futuro da nação como um objeto sério e feliz. A ação de buscar, de apropriar-se dos conhecimentos, de transformar exigem dos estudantes esforços, participação, indagação, criação e reflexão, socialização com prazer relações que constituem a essência psicológica da educação lúdica, seu objetivo, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural e psicológico.

Enfatizam a libertação das relações pessoais passivas, técnicas para as relações reflexivas, criadoras, inteligentes, socializadoras fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional de esforço, sem perder o caráter do prazer, de satisfação individual e modificadora da sociedade.



2.1 O LÚDICO NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR .



Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na humanidade .



‘Os jogos e brinquedos,embora sendo um elemento sempre

presente na humanidade desde seu início,também não tinham a conotação que tem hoje eram vistos como fúteis e tinham como objeto a distração,o recreio’

Santa Marli Pires dos org.p.19.2004



Sabemos que a palavra lúdica vem do latim ludus e significa brincar e é neste brincar que estão incluídos os jogos,brinquedos e brincadeiras e divertimentos que se usados de maneira correta e indutiva pelo educador poderá exercer a função de educar e oportunizar a aprendizagem do educando, seu saber,seu conhecimento desenvolve a sua compreensão de mundo,independente de época, cultura e classe social.

O educador que esta sempre buscando aperfeiçoar seus conhecimentos sabe que os jogos e brincados fazem parte da vida da criança pois elas vivem num mundo de fantasia,de encantamento,de alegria e de sonhos onde a realidade e o faz de conta se confundem que o jogo está no gênese do pensamento,da descoberta de si mesmo,da possibilidade de experimentar,de criar e de transformar o mundo pois existem hoje vastos e amplos meios e fontes de informações que podem atualizar e orientar o educando,para que a mesma possa estar entrando com a criança neste mundo do real imaginário.

Não podemos deixar de lembrar que a criança está sempre perguntando:

‘’Professor, vamos brincar?

E nós nos perguntamos: ‘‘Por que não ensinar brincando?’’

Questões como essas se faz presente no dia-a-dia do educador e por inúmeras vezes nos preocupa e faz com que nos lancemos nesta aventura de experimentar o que para nós ainda é novo. Mesmo que para tanto temos o mínimo de espaço possível no currículo pedagógico, por esse motivo cabe então a todos os educadores lançarem mãos de um tema importantíssimo interdisciplinaridade onde podemos estar trabalhando temas

Como: sexualidade, meio ambiente, cidadania etc.

Pois nos referimos à educação descobrimos que são inúmeros os desafios a serem enfrentados para que essa área possa mostrar resultados mesmo que a longo prazo, porém positivos .

Queremos deixar claro que é de fundamental importância que todos nós educadores entendamos que educar não se limita apenas a repassar informações, que jogos não são só para serem jogados, brincadeiras para serem brincados, porem sim descobrir,acreditar e aceitar que cada jogo, brinquedo ou brincadeira tem valores e objetivos que deverão ser discutidos, analisados e colocados em prática oferecendo variadas ferramentas para que o educando possa escolher entre muitos caminhos,aquele que for compatível com seu potencial de anseio,e visão de mundo,pois o lúdico é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista de maneira nenhuma como apenas diversão, mas sim como desenvolvimento pessoal, social e cultural,onde colabora em parte fundamental para uma melhor preparação da saúde mental e social,facilitando os processos de comunicação,expressão e construção do conhecimento.

A questão conhecimento é sempre recolocada e, apesar das reflexões teóricas a respeito do processo educacional há muito a se rever e se fizermos um paralelo entre a educação tradicional e aquela que faz uso do lúdico tanto na formação do educador como a do aluno sempre faltará na tradicional a última peça do quebra-cabeça, pois a formação do educador envolvendo o lúdico se assenta em pressuposto que valorizem a criatividade,cultivo da sensibilidade,busca da afetividade,a nutrição da alma,proporcionando aos futuros educandos vivências lúdicas,experiências corporais que se utilizam da ação,do pensamento e da linguagem,tanto no jogo sua fonte dinamizadora.

Se vir por esse sentido,a formação do educador,a nosso ver passaria em qualidade se em sua sustentação estivessem presentes os três pilares da educação:a formação teórica.

A formação pedagógica e como inovação a formação lúdica esta que virá lhe possibilitar em futuro muito próximo,conhecer-se como pessoa,saber de suas possibilidades e limitações, desbloquear suas resistências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo,brinquedo ou brincadeira para suas vidas, as vidas das crianças,dos jogos, dos jovens e dos adultos .

Este subtítulo propõe uma alternativa para os cursos de formação de educadores que se preocupa com um ensino aprendizado mais participativo e com uma expectativa futura de um trabalho pedagógico mais envolvente junto com a criança e para criança.

Os jogos que apresentaremos neste trabalho não são de todos diferente dos jogos esportivos, pois eles também trazem regras que por si se fazem serem respeitados quando postos em prática.

E ao resgatarmos as funções do lúdico na formação do educador e do educando estamos retomando a história e a evolução do homem na sociedade, pois cada época e cada cultura tem uma visão diferente de mundo, pois a criança não tinha a existência de hoje ela era considerada miniatura do adulto ou quase adulto,os jogos e brinquedos,embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início também não tinha a conotação que tem hoje,eram vistos como fúteis e tinha como objetivo a distração e o recreio sendo assim dentre as contribuições mais importantes deste estudo podemos destacar que:

• As atividades lúdicas possibilitam exercitar as resistências ’’pois permitem a formação do auto conceito positivo;

• As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente.

• O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade;

• O brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição,a saúde,a habitação e a educação ;

• O jogo é essencial para a saúde física e mental.

• O jogo simbólico permite à criança vivências do mundo adulto e isto possibilita a meditação entre o real e o imaginário.

Em prol desta sugestão será preciso, portanto, que currículos sejam repensados,dando aos jogos ,brinquedos e brincadeiras um novo desenvolvimento de ensino aprendizado desenvolvendo a alegria de entender a escola como um espaço,acima de tudo prazerosa.

Pois o jogo é para a criança o exercício,e a preparação para a vida adulta,assim a criança aprende brincando o que a faz desenvolver suas potencialidades, porém é importante que o educador ao utilizar um jogo, tenha definidos,objetivos a alcançar e saiba escolher o jogo adequado ao momento educativo. Enquanto a criança está simplesmente brincado incorpora valores, conceitos e conteúdos que o educador poderá estar anotando para serem analisados e colocados em prática num futuro bem próximo. Para formar professores com pleno conhecimento lúdico é uma tarefa árdua e difícil, pois o educador tem que ter um conhecimento profundo e acreditar que ele é capaz de conscientizar o ensino lúdico como uma forma de aprendizagem, mas no entanto no mundo em que vive a criança hoje, com a modernização, (jogos eletrônicos, a tv, se não houver um conhecimento profundo e das condições para utilizá-los não adianta criticar os pais por não brincarem mais com os filhos; se não oferecemos conscientização para fazê-los melhorar; da mesma forma, não adianta falar, criticar, os problemas das escolas como evasão, repetência, desinteresses e falta de relacionamento, denominação se não apresentamos propostas reais e convincentes.



2.2 O LÚDICO E AS ATIVIDADES FÍSICAS COMO MEDIADORES NO PROCESSO DE LETRAMENTO.



O lúdico é uma atividade física mediadora na aquisição da linguagem oral escrita. Leva a oportunizar a reflexão sobre a prática pedagógica que é utilizada pelo educador na escola. Pode levar a constituírem uma concepção de linguagem que resulte em uma prática dinâmica, onde o lúdico, a imagem e a atividade física tornaram - se mediadores do processo de letramento das séries iniciais, na habilidade de ouvir, falar, ler e escrever.

Buscou – se identificar a importância de caracterização do lúdico e de atividades físicas como meio facilitador da aprendizagem na escola, como forma de proporcionar a educação física, como componente curricular, podendo se integrar às demais disciplinas.

A educação física torna – se tão importante para o trabalho interdisciplinar, favorecendo o desenvolvimento geral da criança facilitando a interação e socialização na escola.

O lúdico, a imagem, os jogos e as brincadeiras dentro do universo escolar não possuem apenas o objetivo de proporcionar aos educandos nas aulas de educação física, alguns momentos de recreação, mas sim uma prática pedagógica interdisciplinar considerando o aluno como sujeito de suas ações, criando e vivenciando momentos.



“O mestre não pode simplesmente depositar um certo número de conhecimentos já adquiridos mas deve transmitir o já adquirido a partir da situação existencial do discípulo e de maneira tal que sua revelação criadora chegue a confundir com a própria invenção problematizadora do educando”

(Grifos meus) (Dussel, 1977 à 133)



Quando o educando vê um professor que suas aulas sejam trabalho e jogo sabem manter um relacionamento mais profundo e sincero e aproveita cada, momento cada situação para debater, discutir e proporcionar a aprendizagem, sabemos que quando o aluno gosta do professor gosta daquilo que ele ensina e se esforça cada vez mais para aprender e não decepcionar. Quando uma criança sente que é amada e respeitada pelo professor e pela escola, sua permanência na escola se fortalece, é só uma causa muito forte o faz abandoná-la.

Temos consciência de que quando um professor despertar no educando amor, pelos estudos ela mesma se compromete de se aprofundar, buscar novos conhecimentos, ir atrás do difícil, gostar do desafio, de buscar solução, isso não acontece só nos níveis do pré-escolar, primeiro e segundo graus, mas também no nível superior. Quando ele descobre que a melhor escola está dentro de si mesmo, isso porque ele está conscientizada, confiante e sentiu-se um despertar que a escola por meio de seus educadores possa ser o ponto de partida, mas a escola de hoje, ainda não aprendeu a confiar em seus alunos. Daí o conhecimento impõe o saber e o cobra em provas e vestibulares, com medo de que os alunos não o dominem.

De um modo geral é preciso resgatar o verdadeiro sentido da palavra “escola”; lugar de alegria, prazer intelectual, satisfação; é preciso pensar também na formação do professor, para só refletir cada vez mais sobre sua função.

Para Makarenko o professor não deve opor-se a liberdade do aluno deve sim reforçar a confiança, incentivo a autonomia do aluno, abrir, alargar e universalizar com disciplina, no âmbito da consciência do grupo. “o professor deve ajudar o movimento de vai-vem entre o indivíduo e a coletividade, isto é promover a autogestão da coletividade pelo próprio aluno”.



2.3 O JOGO INSTRUMENTO DE FORMAÇÃO OU ALINEAÇÃO?



“A liberdade de ação do jogador a separação do jogo em limites de espaço e tempo, a incerteza que predomina, o caráter improdutivo de não criar nem bens nem riquezas em suas regras”

(4 Uizinga Caillois 1967, pp 42 – 43 Apt. Pg. 4 T.P.R. e jogos)



Sabe – se que existe hoje uma certa confusão com relação à natureza do jogo, seja ele fruto de uma prática social, fenômeno psicológico ou cultural.

Às vezes o jogo surge na vida cotidiana como um fato positivo ou mesmo de caráter formador ou mesmo como expressão máxima de lazer determinante, da folga, da alienação e do próprio consumismo.

Nos dias de hoje é difícil uma criança de qualquer classe social, encontrar no convívio familiar uma vivência de alegria, de participação e de comunicação de afetividade.

Muitas vezes os pais sobrecarregados pelos encargos do dia a dia e pelas preocupações, não têm forças ou coragem de estar ao redor de seus filhos para brincar com eles ou proporcionar-lhes divertimento sadio. Um muro de indiferença quando não um clima de hostilidade, parece levantar-se entre eles, e os filhos acabam perdendo a confiança afetuosa e as incompreensões são constantes.

Konrad Lorenz, em oito pecados mortais da civilização, afirma que a excessiva competição ou a corrida da humanidade cegaram o homem e todos os valores reais, tirando-lhe o tempo e a possibilidade de refletir sobre si e sobre sua verdadeira condição, afrouxando os sentimentos e os afetos mais profundos.

Como fruto dessa corrida desenfreada surge uma massa cansada descomprometida, sem nenhuma iniciativa para relacionar-se, recebendo passivamente tudo que lhe é imposto e comportando-se como se as razões exteriores fossem seus motivos internos da ação.

De modo geral, na estratificação, especialização exploração do homem pelo sistema de produção, torna-se quase impossível ao ser humano incluir na síntese de seu ego alguns segmentos da sociedade em que vive.

O sistema de produção, em vez de permanecer como utensílio à extensão de funções fisiológicas do homem, leva-o ser a extensão de si mesmo. Torna-o um segmento de vida, separado de sua própria vida.

Dessa forma a criança, o jovem e mesmo o adulto, neutralizados e sua consciência de ser no mundo, são bombardeados por uns falsos jogos que lhes prometem alegrias, poder, riquezas e prazer, descasos, associados à idéia de consumo, cujo conceito chave se define no esbanjamento, redundância e alienação.

Muitas vezes esse falso jogo, travestido de brinquedos, modismo pedagógico, programas de TV e rádio, computadores, pornografia, esporte de massa, carnaval impostos de cima para baixo e usados para desviar o ser humano dos problemas que ocupam e o subjugam.

O falso jogo não visa à formação, à educação, mas à doutrina consumista, cuja média é a imposição do produto a qualquer preço e a neutralização das pessoas nos aspectos mais essenciais.

Quem mais se ressente e torna-se vitima desse processo é a criança, que sem saber o porquê das coisas, ainda é capaz de sorrir, brincar e acreditar num mundo diferente e verdadeiro. Mal sabe do destino que lhe foi designado e daquilo que será cobrado mais tarde. De modo geral, a situação que se encontra é a seguinte:

 Na família, os pais passam a vender para os filhos uma idéia falsa de mundo, onde o prazer não se efetiva no brincar, no participar, no crescer sadiamente, no aprender, no pensar, no socializar, mas no comprar, no gostar, no individualizar-se.

Na escola, os professores devoram as crianças pelo rigor, pela boa base, pelo preparo para o vestibular, pela exigência absurda de nota, prova, recuperação, lição de casa excessiva, palavras de ventríloquo, e é com esse tipo de programa que as escolas vendem o “produto” aos pais e cobram mais caro.

Por sua vez a criança de classe de baixa renda na escola pública é devorada pela desorganização, pelos descritérios, pelo desgaste dos professores, pelas exigências burocráticas, pela evasão e pela reprovação em massa. “Na realidade, torturam-na, agora, em benefício daquilo que ela poderá ser um dia, se cair na armadilha que os grandes armam para ela”.

A revista Escola publica uma reportagem assustadora, afirma que mais de 7 milhões de crianças trabalham em carvoarias, lavouras de café, cana, muitas como escravos sem direito à escola, brinquedos, descansos e alimentação adequada. A CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura no Brasil) tem denunciado esses abusos, segundo a Instituição, os “bóias-frias” mirins constituem um grupo vulnerável submetido a uma forma de exploração brutal que lhe causa danos físicos psicológicos e morais.

A UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) adverte as autoridades quanto ao abuso cometido, contra a infância. Demonstra que 7,5 milhões de crianças de 10 a 17 anos precisam trabalhar para sobreviver; 53,5% das crianças de 10 a 17 anos passam fome, pois suas famílias recebem menos de um salário mínimo por mês, milhares de crianças morrem antes de um ano (97 por mil) e milhões de crianças se evadem das escolas são expulsas ou reprovadas.

Como se não bastassem os desgastes na família e o desrespeito na escola é vitima da televisão. A criança representa uma grande indústria de venda associada ao capital monopolista. Por meio de filmes, comerciais, novelas, programas infantis, incutem-lhe, desde cedo, valores de consumo, submissão, sonhos, ilusões, preparando-a para ser “cidadã” do amanhã.

Freinet, em seus estudos, enfatizou a supremacia do trabalho – jogo, recusando setores inteiros da vida e dos passatempos característicos das crianças de sua época, o cinema e outras ocupações semelhantes na época eram classificados como “haxixe”. Denunciou os perigos de uma vida vã e evasão imaginária por meio das imagens. Esse tipo de passatempo não deve fazer parte do mundo da criança.

Se Freinet vivesse nesta época observando o contexto sociocultural, moral dos dias de hoje a que são tão submetidas às crianças, os jovens, ficaria escandalizado, sobretudo com a televisão, que oferece um fascínio domesticador consumismo, falso jogo, além de passar o lixo cultural, o ócio, a alienação muito própria do sistema de reprodução e dominação de classes.

Ao analisar os meios de comunicação social, principalmente a televisão, não se questiona a televisão em si, mas o modo como é constituído, o conteúdo de sua programação, os domínios de suas concessões, a falsa alegria que passa para a criança, para os adolescentes, para jovens e adultos e a interiorização de valores, culturalmente aceitos.

E é muito importante acrescentar a relação entre a criança, a educação e o brinquedo que influência ele exerce sobre ela.



2.4 A CRIANÇA A EDUCAÇÃO E O BRINQUEDO.



Considerando o brinquedo e a realidade da criança relativa a intenção dos adultos, devemos lembrar que o brinquedo tornou-se, hoje um objeto de consumo, numa sociedade que propõe qualquer objeto para ser consumido como brinquedo.

Esse objeto se transforma em “falso jogo” e traz a superfície à oposição entre o jogo e o trabalho, o objetivo lúdico (brinquedo) comprado tem como destino satisfazer a necessidade imediata (tão logo preenchidas essas necessidades, vai-se em busca de outra nova necessidade).

Por isso, supervaloriza a produção e acrescenta – se a publicidade, a qual tirando proveito da confusão entre o real e o imaginário, exibe sedutoramente o absoluto da satisfação, futura, para que aí se introduza o germe da decepção.

Satisfeita com o brinquedo, a criança não joga mais, não explora, não cria nem representa concretamente seu pensamento.

E de fato compreender que o conteúdo do brinquedo não determina a brincadeira da criança, ao contrário o ato de brincar (jogar, participar) é que revela o conteúdo do brinquedo.

A criança ao puxar qualquer coisa torna-se cavalo; ao brincar com areia torna se pedreiro; ao se esconder torna-se guarda, nada é mais interessante para a criança que associar os materiais heterogênicos: pedras, bolinhas, papéis, madeiras, todos eles têm significado para ela. Um simples pedacinho de madeira, uma pilha ou uma pedrinha um papelzinho em sua solidez, no monolitismo de sua matéria, reúnem uma exuberância das mais diversas figuras.

O brinquedo faz parte da criança, simboliza a relação, pensamento ação, e, sob esse ponto constitui provavelmente, a matriz de toda a atividade lingüística, a tornar possível o uso da fala, do pensamento e a imaginação.

O primeiro brinquedo utilizado pela criança é seu próprio corpo, que começa a ser explorado nos primeiros meses de vida; em seguida ela passa objetos do meio que produzem estimulações auditivas ou cinestésicas. A partir daí o brinquedo estará sempre na vida da criança, do adolescente e mesmo do adulto.

O mundo do brinquedo é um mundo composto, que representa o apego, à imitação, a representação e não aparece simplesmente como uma exigência indevida, mas faz parte da vontade de crescer e se desenvolver, ao brincar com bonecas ou utensílios domésticos em miniatura, uma criança exercita a manipulação dos objetos, compondo-os e recompondo-os, designando-lhes um espaço e uma função, dramatizando suas próprias relações o eventualmente seus conflitos, gritos com as bonecas, usando as mesmas palavras da mãe, para descarregar sentimentos de culpa; acaricia e afaga-as para exprimir suas necessidades de afeto, pode escolher uma delas para amar ou odiar de modo especial, caso a boneca lembre o irmãozinho amado, ou do qual tem ciúme.

Os brinquedos terão sentido profundo se vierem representados pelo brincar. Por isso a criança não cansa de pedir aos adultos que brinquem com elas, estes, quando brincam com as crianças, tem a vantagem de dispor de uma experiência mais vasta mais rica, podendo ir mais longe com a imaginação, aumentando com isso seu coeficiente, não só de informações intelectuais, mais de nível lingüístico, por exemplo, quando brinca de construção o adulto sabe calcular melhor as proporções e equilíbrio.

Possui um repertório mais rico do ponto de vista lingüístico, e por isso ganha em organização, direção e abre novos horizontes.



2.5 A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DO JOGO.



É muito comum ouvirmos dizer que “os jogos não servem para nada e não têm significação alguma dentro das escolas, a não ser na cadeira de educação física”. Tal opinião está muito ligada a pressupostos da pedagogia tradicional, que exclui o lúdico de qualquer atividade séria ou formal.

Sabemos que a criança fica reconhecida pelo fato de ter se esforçado e não apenas ter repetido: mais tarde compreenderemos que tudo o que fizemos com ela e por ela não trará retorno no exato momento porém a longo prazo, compreenderemos que valeu muito a pena ter lutado sem medir esforços e que o esforço difícil e a tensão, vai culminar na alegria de compreender, pois a criança não é apenas um ser de capricho e dispersão, mas quer entrar vivamente no jogo, mesmo se não puder lá chegar se não com o auxilio externo. Ela gosta do difícil, das vitórias penosas, ainda quando se deixa arrastar pelo fácil, pelo divertido, pelo engraçado. Podemos acreditar na seriedade da criança que aspira a grandeza, num anseio que o adulto tem a certeza de poder manter ainda.

O estado de homem é belo para aquele que o atinge com todas as forças da infância.

Ao referir-se a intervenção do professor na prática da pedagogia tradicional, não queremos dizer que deve haver rigidez absoluta, insistência no pavor, no medo, no sacrifício, muito menos no livresco, no gratuito desprovido de qualquer significação, mas no equilíbrio entre o esforço, a busca, a disciplina como prazer e a satisfação.

Conduzir a criança à busca, ao domínio de um conhecimento mais abstrato misturando habilmente uma parcela de esforço com uma leve dose de brincadeiras transformaria o trabalho, o aprendizado num jogo, bem sucedido momento em que a criança mergulha profundamente sem se dar conta disso.

É preciso não esquecer que o objetivo da escola é transmitir o conhecimento historicamente acumulado e é por isso que fazemos constantemente uso da reflexão ,inteligência , adaptações e a capacidade de solucionar problemas, não medindo para tanto o esforço ,prazer, instrução e diversão para uma educação que será sinônimo de vida, educação para a vida.

É comum observarmos entre o trabalho, um jogo que numa sociedade marcada pela reprodução e pelo domínio de classes enquanto para uma classe privilegiada o conhecimento fornecido pela escola se caracteriza muito mais pelo jogo (condições normais e naturais de aprender) a classe menos favorecida o trabalho jogo torna-se tão distante a realidade do aluno, que leva-o ao desprazer, ao penoso, conseqüentemente ao fracasso, ao abandono e à reprovação em massa. Ainda podemos observar que o sistema de educação, a escola e os métodos estão afastados do cotidiano do educando, principalmente dos mais pobres que no desespero buscam a escola como um ponto de lazer, alegria e prazer para se viver bons momentos de suas vidas e, no entanto são massacradas, discriminadas e muitas vezes assassinadas.

Tudo isso em nome de um sistema de poder e dominação. É preciso tentar buscar novos horizontes, buscar a coragem destes educandos para dentro da sala de aula e que ela possa se sentir querida e privilegiada e o lúdico pode ser uma alternativa.



2.6 TÉCNICAS E JOGOS PEDAGÓGICOS.



Professor é importante que além destes jogos você crie outros, desde de que investigue e analise os resultados de sua aplicação e esteja muito bem preparado para aplicá-los.

O professor, antes de colocar em prática qualquer atividade, deverá organizar-se traçar plano como: conhecer os alunos e o ambiente; adequação dos objetivos: preparo dos alunos; condução das atividades ver se os alunos entenderam as regras e as metas do jogo.

Na aplicação dos jogos o professor deve:

1. Ser um guia.

2. Ser um desafiador, estimulador da inteligência.

3. Ser um problematizador.

4. Analisar e discutir o porquê , para quê , para quem e os efeitos do jogo.

5. Colocar-se como irmão mais velho, junto ao qual os menores buscam segurança e novos conhecimentos.

6. Ter consciência do que faz e saber porque faz.

7. Ser um libertador (estar seguro).

8. Motivar sempre os alunos.

9. Ter variedades de jogos e técnicas.

10. Adaptar-se a realidade e ter flexibilidade.

11. Preparar e conscientizar os alunos para os jogos em grupos.

12. Relatar e publicar experiências para que outros possam conhecê-las.



3. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR.



Toda criança tem o direito de brincar, pois brincar é fundamental para o seu próprio desenvolvimento físico, psíquico e social.

Muitas crianças em tenra idade são solicitadas ao trabalho e perdem, por isso, a oportunidade de se relacionarem com outras crianças e de se socializarem em grupos.

Os pais, por estarem sempre concentrados em suas ocupações e tarefas que às vezes se deixam levar por seus atributos e esquecem da importância da brincadeira com que um dia também foram crianças.

Cabe então a nós professores desempenhar este papel, procurando recursos com criatividade para então dar início ao processo de socialização e convivência da criança com outros colegas ou grupos, o professor então deverá saber orientá-los e integrá-los através da comunicação e brincadeiras e sobretudo desenvolver e aplicar a integração e o respeito com os colegas, trazendo melhor qualidade de vida, saúde e bem estar.



3.1 OS JOGOS E BRINCADEIRAS TRADICIONAIS.



Os jogos tradicionais são aqueles que por suas características de fácil assimilação, desenvolvimento de forma prazerosa, aspectos lúdicos e função em seu contexto, foram aceitos coletivamente e preservados através dos tempos, transmitidos oralmente de uma geração a outra. Pois foi vendo, ouvindo e participando que crianças de várias gerações aprenderam e ensinaram, usufruíram e nos legaram estas atividades que nós, educadores chamamos de jogos tradicionais.

Os jogos tradicionais geralmente são criados pela criança e para a criança que no mundo lúdico encontrará equilíbrio entre o real e o imaginário, alimenta sua vida interior, descobre o mundo, torna-se operativa, pois quando brinca, a criança está tomando uma certa distância da vida cotidiana, e entrando no mundo do imaginário.

As brincadeiras de faz de conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, jogos tradicionais, didáticos e corporais proporcionam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica, por meio de jogos e brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que as crianças dispõem, pois brincar leva a criança a tornar-se mais flexível e buscar alternativas de ação.

“O jogo é para a criança um fim em si mesmo ele deve ser para nós um meio de educar, de onde seu nome jogo educativo que toma cada vez mais lugar na linguagem da pedagogia maternal (Girard, 1908, pg.199)”

Assim sendo o jogo propicia a diversão, o prazer e o equilíbrio emocional quando o jogo é adotado de natureza livre parece incompatibilizar-se com a busca de resultados, típicos de processo educativos, basta, no entanto o professor encontrar em cada jogo um objetivo para se trabalhar em sala de aula.



3.2 ENSINAR BRINCANDO.



Entre as várias idéias a respeito desse assunto, sobressaem inicialmente os de Kar Groos, que em 1896, explicou o brinquedo como sendo um exercício preparatório para as atividades adultas, pois o brinquedo corresponde a uma necessidade natural e podemos observar claramente este comportamento ao observar a emoção de uma criança quando ela ganha o brinquedo desejado.

O brincar então tem a função de descarregar as tendências anti - sociais que mostram incompatíveis com estágio atual de nossa civilização. O brinquedo tem, portanto uma função purificadora e como função catártica, o brinquedo tende a canalizar no sentido útil as tendências consideradas nocivas à vida coletiva, os impulsos agressivos e sexuais, que se manifestam tão precocemente na criança, adquirem, por meio do brinquedo, as mais variadas formas de expressão, como os combates simulados, os ataques de mentira, o brinquedo de boneca, os brinquedos de família etc. Para os psicólogos o jogo nada mais é do que a livre expansão de tendências adultas mais ou menos represadas.



3.3 BRINQUEDO FUNCIONAL OU EXPERIMENTAL.



No primeiro ano de vida a criança brinca no início, com seus próprios membros; Piaget atribui muitos desses “jogos de exercício” a auto imitação: o bebê imita a si mesmo, muitas vezes repetindo um movimento casual ou um reflexo que acaba de efetuar, como: olhar a luz e as cores, escutar os sons e as canções de ninar, apalpar os objetos, sentir a textura das roupas parecem constituir brinquedos sensoriais para a criança que passa horas envolvendo em brincar consigo mesma.

Brinquedo de ficção, de ilusão, ou simbólicas, é comum vermos crianças conversando com seus brinquedos como se eles lhes respondessem, isso acontece na metade do segundo ano de vida e continuam até os anos pré-escolares entre as diversas modalidades de brinquedo de ficção, é comum a criança fazer de conta que está dirigindo um carro ou uma motocicleta, ou atribuir vidas a objetos inanimados. Essa característica do pensamento infantil é chamada animismo (do latim anima=alma).

Para uma criança de um ano e meio até a idade pré-escolar sua boneca, seu ursinho e outros brinquedos sentem e pensam como as pessoas.



3.4 BRINQUEDO DE REPRESENTAÇÃO DE PAPÉIS E DE CONSTRUÇÃO.



Após o terceiro ano de vida, a criança brinca imitando atividades que vivencia ou das quais toma conhecimento através de livros, cinema ou televisão. Assim ela brinca de motorista de ônibus, de carteiro, médico, professor ou cozinheiro. E neste período que há um particular interesse pelo brinquedo de construção: a caixa de bloquinhos de madeira, pedras, areia, plantas e terra, são elementos imprescindíveis para esse tipo de brinquedo, pois muitas vezes, as mesmas matérias servem aos dois tipos de brinquedo: o menino, misturando água a areia para levantar um castelo, está empenhado em um brinquedo de construção. A menina fazendo bolinho de areia e oferecendo-os a seus amigos para “provarem” está representando o papel de mãe; os brinquedos de construção são muitas vezes de entusiasmada competição: o meu é “mais alto” “mais bonito” “maior” etc.

Quando a criança chega a idade escolar de primeiro grau, ela já é capaz de brincar em grupo, com outros, pois já está apta a obedecer às regras e a esperar sua vez pois antes dessa idade, ela já brincou paralelamente com outras crianças ou em grupo de no máximo três, só que ela ainda não participou de jogos sujeitos à regras, pois, embora possa percebê-las, mostra-se incapaz de submeter-se a elas. De fato nessa idade a criança está ainda no estágio egocêntrico, em que ela joga livremente, a seu modo.

Já na fase escolar, formam-se grupos de idade aproximado que se selecionam por sexo, pois meninos e meninas já não se interessam mais pelos mesmos brinquedos: os meninos agrupam –se para jogos movimentados; as meninas para brinquedos mais sedentários por exemplo: de escolinha ou de casinha. Tal escolha é resultado da influência de nossos padrões culturais.

É nesse ponto que entra a importância das escolas trabalhar o jogo didático pedagógicos com regras.

Certos brinquedos, como os de rodas acompanhados de canto, assemelham-se a rituais onde a criança aprenderá a sua vez de entrar e sair, aprendendo assim a respeitar seus limites.

Permitir que as próprias crianças criem suas regras também dão ótimos resultados.

A outros brinquedos em que a criança deve ser capaz de inibir-se: não pode falar, rir, mover-se (como nos jogos de estátuas)

Para a criança pequena, as regras são sagradas, não podem ser mudadas foram impostas por uma autoridade a qual todas têm de obedecer, mesmo assim, elas não conseguem, jogar com as crianças menores, só quando atingir a idade escolar ela estará apta a consegui-la, porém no decorrer de brincar com outros colegas, a criança vai atingir um estágio mais elevado, compreenderá então que as regras existem porque todas concordam a respeito delas e que elas poderão ser mudadas se todos concordarem com as mudanças. Assim antes de iniciar um jogo, mesmo que seja muito conhecido as crianças sentem necessidade de fixarem regras, pois crianças que eventualmente o aprenderam em outros lugares podem praticá-lo de modo diferente. Além disso, o ato de formular regras parece ter uma significação altamente positiva para a criança. A escola vem tentando organizar, cada vez mais, meios ambientes que permitam as crianças ser agentes ativos de sua aprendizagem.

Tudo isto está provocando lenta revolução nas escolas, à medida que os professores percebem a finalidade das mudanças. Mas o fato de que as salas de aula deveriam ter os aspectos de salas de brincar atrai a atenção para a natureza dos folguedos infantis.

O problema que consiste em determinar se as crianças estão apenas desperdiçando o tempo e sendo infantis em seu brinquedo espontâneo ou estão sendo agentes ativos de sua aprendizagem, a fim de solucionar a questão é necessário ver com algum detalhe a natureza do brincar espontâneo das crianças.



3.5 A SERIEDADE DO BRINQUEDO.



Ao observar os aspectos de brincar em uma criança o que nos chama mais a atenção é a vitalidade. Ficamos maravilhados frente a tanta energia.

Ninguém pode duvidar que a criança entregue a si própria, constitui organismos dinâmicos, curiosos para investigar tudo e qualquer coisa.

No entanto, quando tentamos recordar o que foi nossa própria infância, só uns poucos detalhes vêm em nossa mente: um brinquedo favorito, uma ocupação particularmente encantadora ou um incidente especial referente a alguma pessoa. O assunto de nosso pensamento e conversa, dia após dia, ano após ano, parece ter-se desvanecido.

Pode haver talvez umas poucas recordações, culposas, que não mais cuidamos de discutir com nossos amigos adultos. Estas recordações não são, porém, comumente numerosas e, não sendo disponíveis para a discussão pouco podem ajudar. Tudo o que podemos recordar é que fomos jogados no mundo encantador do brinquedo como se este representasse poderoso magneto.

No entanto, isso não impede de que nós educadores, busquemos avançar dinamicamente, através da aprendizagem, para fornecer a nossos alunos atividades que envolvam as brincadeiras tão apreciadas na infância.

A primeira vista, parece impossível generalizar a respeito das brincadeiras infantis, cada criança é tão individualizada e as oportunidades de brincar são tão infinitamente variáveis, algumas possuem mais imaginação que outras; alguns anseiam por dominação, ao passo que outros são prontamente subordinados às influências nas brincadeiras de qualquer criança que podem ser bastante variáveis.

No entanto, existem determinadas características comuns ao brincar das crianças, em qualquer que seja suas idades ou fases. Existem nas crianças umas dinâmicas e irresistíveis atrações pelo jogo, que lhes traz apaixonante interesse e prazer.

No dia a dia de uma criança podemos observar como ela fica absorvida na solução de problemas, quando pode manusear, materiais concretos como blocos, barras contas, sementes, cubos etc.

Outra impressionante característica de seu brinquedo é a maneira incansável pela qual ela repetirá a mesma coisa muitas vezes.

E importante lembrarmos, que em muitas famílias brasileiras o brincar termina ao 08 oitos anos, em outras ela, nunca existiu, pois o que se espera da criança é que ela trabalhe para ajudar na manutenção da casa, mas apesar de tudo descobrimos, mediante cuidadosa observação do brincar espontâneo da criança, que a despeito de suas variadas personalidades, circunstanciais e idades, é possível fazer determinadas generalizações. Em seus jogos, qualquer que seja sua idade, as crianças revelam irresistível atração para o brinquedo, para o prosseguimento de suas atividades com sustentada atenção, sendo incansáveis na repetição. Estas são todas as características que as escolas formais se esforçam tenazmente para impor às crianças, achando que se ensina a aprender. É nós educadores sabemos muito bem que a única coisa que não se ensina a uma criança é como se faz para aprender. O aprender nasce nas crianças, talvez possivelmente atuando antes mesmo do nascimento, então a única coisa, que podemos fazer, é organizar para elas a realização de sua aprendizagem. O papel do professor consiste, simultaneamente em zelar para que o dia de aula contenha suficientes períodos de atividades e de quietudes destinados a aprendizagem, de modo que as crianças sejam ativas e se firmem, e em zelar também para que os indivíduos ou grupos disponham de recursos para passar a ulterior investigação à medida que a maturação se torna evidente.

Infelizmente, são poucas as escolas primárias que já compreenderam que, embora já sejam capazes de raciocinar, as crianças carecem de situações concretas para que ao pensamento seja proveitoso, tampouco que as crianças trabalharão melhor em pequenos grupos com um interesse em comum não se podem aceitar turmas de quarenta ou mais, com horários estabelecidos para jogos formais, os jogos devem acontecer sempre de coerência com a aula, e o assunto do dia fazendo assim parte do dia a dia . A criança participará da aula com gosto e prazer, pois já sabe que haverá um jogo sobre o assunto.

Quando um professor, na escola primária trabalha com os interesses espontâneos das crianças, a sala de aula tem tanta vida e atividade como um jardim de infância.

Os livros de gramática, os cálculos e os livros textos, serão usados com prazer, à medida que surge a oportunidade em uma escola que trabalha efetivamente com os jogos educativos, não existem os chamados testos de compreensão, uma vez que o professor conhece aluno por aluno ele poderá usar, o próprio jogo como uma forma de avaliação, pois quando as crianças estão interessadas, trabalho e brinquedo formam uma coisa só sejam competitivos pela objetividade estimulam a rapidez de raciocínio e reforçam conceitos aprendidos nas aulas.



4. A AQUISIÇÃO DE HABILIDADES MOTORAS.



A aquisição de habilidades motoras com influência do esporte e dos valores a ele associados houve a necessidade de incluir outros conhecimentos no currículo, como muitas modalidades esportivas requerem uma iniciação precoce, seu alvo passou a ser a criança.

Nas áreas do conhecimento especialmente as que estudam o comportamento motor e o desenvolvimento humano. A introdução dessas novas áreas de educação física deu-se nos anos 80. Disciplinas como o crescimento, maturação, aprendizagem motora e desenvolvimento humano. (classificado em cognitivo, afetivo e motor) e prevalecia ainda o modelo tecnicista (controle de informação).

Centrado no modo como a criança aprende (processo eminentemente cognitivo) dava-se pouca importância a outros aspectos do mundo da criança (por exemplo, os fatores sócio-culturais).

Esse enfoque sobre as atividades físicas desportivas revela mais uma vez o elitismo presente na concepção de crianças lesionadas ou com deficiência motora que acontecem à margem do sistema escolar.



4.1 O ENFOQUE NEURO COMPORTAMENTAL.



Visa à aquisição de habilidades motoras com ênfase na especialização esportiva, essa abordagem preocupa-se com as mudanças ocorridas no comportamento humano durante o ciclo de vida de uma pessoa.

Segundo Pellegrini (1991), essa abordagem pode ser dividida historicamente em quatro períodos assim sintetizados:

Período precursor (de 1781 a 1928) estudo das influências do meio ambiente no desenvolvimento humano, com base nas teorias de Larwin.

Período maturacional (de 1928 a 1946) estudo das influências dos processos genéticos e seqüenciais de maturação biológica sobre o desenvolvimento (estudos de Gesell, 1929).

Período normativo desertivo (de 1946 a 1970) focaliza o ato motor, privilegia - se a forma de execução do movimento, percebido como produto estudo de Conolly, 1970.

Período orientado ao processo (a partir de 1970) processos cognitivos necessários à execução do ato motor (estudos de Clark e Whitall, 1989)



4.2 EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO.



No início dos anos 70, trazido para o Brasil uma corrente denominada psicomotrocidade surge como crítica ao dualismo corpo mente predominante na educação física escolar, fundamentadas suas ações nos jogos de movimento e de exercitação.

O trabalho profissional passa a organizar-se em torno do desenvolvimento psicomotor de base: coordenação motora, equilíbrio, lateralidade, organização espaço e temporal e esquema corporal, buscando integrar homem e espaço, corpo e alma. O desenvolvimento psicomotor torna-se pré – requisito para aquisição de conteúdos cognitivos, e a educação do movimento dá lugar a educação pelo movimento.



4.3 PERSPECTIVAS PARA O PRÓXIMO MILÊNIO.



No final da década de 1980, uma nova concepção de educação física começou a se estruturar, baseada no estudo das influências que o meio físico e social tem sobre o desenvolvimento humano. Tais estudos utilizam informações da antropologia, psicologia, filosofia, sociologia e história, que por fornecerem uma visão crítica da realidade em que vivemos.

Essa concepção considera o homem como ser integrante no meio social sendo constantemente modificado por ele e, ao mesmo tempo, transformando-o com essa nova perspectiva caracteriza-se por estudar os estímulos a sua influência numa população de indivíduos.

A antropologia e a psicologia estudam o passado evolutivo do homem, com o intuito de conhecer as influências que o meio físico e a forma de organização social tiveram no processo de humanização.

Educação física sinaliza uma preocupação com o processo e a forma de produção cultural nas diferentes regiões e culturas, enfatizam-se aspectos que tenham relação com a cultura motora e com o comportamento lúdico historicamente situado, a saber:

Processo de organização social (criação de leis, regras e normas de convivência social)

Forma de exploração dos recursos alimentares (agricultura, pecuária, pesca etc)

Manifestações religiosas (crenças, credos e mitologias que aparecem nos rituais e em outras expressões mágica religiosas)

Forma de expressar tais manifestações (dança, música, jogo) brincadeiras etc



4.4 A CRIANÇA EM SUA TOTALIDADE.



A educação física escolar destaca o aluno como um todo integrado a criança e vista como um ser historicamente situado, que é importante para sua vida em sociedade, ao mesmo tempo tem a capacidade critica para situar-se no mundo para ser por ele modificada e para transformá-lo.

À educação física nas quatro primeiras serie servem como indicadores iniciais e não como pontos de chegada. A riqueza do aprendizado propiciado pelas atividades motoras das culturas corporais não se esgota em sua realização pura e simples. E de fundamental importância que as crianças aprendam.



4.5 O JOGO CRIA ORDEM E É ORDEM.



A adoção de características lúdicas no relacionamento em sala de aula também encontra resistência. Talvez a principal delas seja a crença equivocada de que o brinquedo e o jogo trazem em si “elementos perturbadores da ordem” levando a atitude de indisciplina. Muito ao contrário dessa crença generalizada, é citando (Huizinga), o verdadeiro jogo em si “cria ordem e é ordem”. Uma ordem muito mais eficaz porque é aceita pelo grupo e elaborada conjuntamente.

Ao jogar o seu próprio jogo, o professor está exercitando o lado do poder, é preciso que se entenda a sala de aula como sendo, como todo espaço, um espaço político, onde também pode ser jogado e “jogo