terça-feira, 6 de julho de 2010

O Livro










Rosa Clement, © 2007






Eu sou um livro,
sou importante.
Tenho um trabalho
emocionante

É com palavras
que me sustento
e nelas levo
conhecimento.

Se alguém procura
o que fazer,
sou opção
de bom lazer.

Eu posso ser
muito engraçado,
deixar você
bem humorado.

Eu posso ser
seu professor
e lhe ensinar
com todo amor.

Eu posso ainda
ser seu amigo,
levar você
sempre comigo.

Eu só não posso
fazer careta
se me abandonam
numa gaveta.





O Crocodilo Vai e Vem








Rosa Clement, © 2008






O crocodilo vem.
o crocodilo vai.
Vem tomar sol na areia.
Vai de volta pro rio
sem a barriga cheia.

Vem, vem, ó crocodilo,
mas quero te avisar:
caçar é proibido
pois aqui ninguém gosta
de viver escondido.

Vai, vai ó crocodilo.
O sol está tão quente.
Levanta o teu pescoço.
No rio alguém avisa
que é hora do almoço.


Noite de Natal









Rosa Clement, © 2008






Meu quintal está brilhando.


Vagalumes vão piscando


e suas luzinhas


viram estrelinhas


e enfeitam esta noite de Natal.






Voam pela grama inteira


e pelo alto da palmeira.


Exibem bailados


de pingos dourados


e enfeitam esta noite de Natal.






Da janela contamos um, dois, três


e até tentamos nem mesmo piscar,


mas contamos um por um, outra vez,


porque todos trocaram de lugar.






Vamos dormir, já é hora.


Só anjos podem agora


seguir os costumes


com os vagalumes


e enfeitar esta noite de Natal.


Meu Cachorro








Rosa Clement, © 2009






Meu cachorro cava,


cava, cava, cava.


Quer enterrar um osso


que ganhou no almoço.






Ele cava fundo,


fundo, muito fundo.


Talvez queira sair


do outro lado do mundo.






Meu cachorro late,


late, late, late


sempre que passa alguém


ou não passa ninguém.






Ele late forte,


forte, muito forte.


Deixa de prontidão


gatos de sul a norte.






Meu cachorro come,


come, come, come,


mas se for ração


ele não come, não.






Ele come frango,


frango, muito frango.


Quando ganha costela


só falta dançar tango.






Meu cachorro dorme,


dorme, dorme, dorme


no tapete macio


ou no cimento frio.






Ele dorme, sonha,


dorme e de repente,


levanta, gira e deita


e dorme novamente.












O Banho do Urubu









Rosa Clement, © 2009






O urubu não viu a chuva.


Numa dessas tarde cinza


ficou voando no céu


imitando um planador


até que a chuva caiu


e o urubu se molhou.






Ficou bastante ensopado


mas sendo um bom voador


voou para um velho tronco


suas asas esticou


parecia que media


o galho onde ele pousou.






Ficou lá um tempão


usando o sol secador


sempre muito elegante


em seu uniforme preto


secando bem suas penas


e ao ver comida voou.






O Jantar









Rosa Clement, © 2010






Era noite e a porca Li


resolveu ir pra cozinha


preparar um jantar chique


com a ajuda da galinha.






Ela tirou da Internet


a receita de abobrinha.


Com pupunha para porcos


ela fez uma farinha.






Pediu pelo celular


mais algumas coisinhas.


Queria um pouco de milho


pra fazer umas rosquinhas.






Para Li, sua ajudante


era uma fada madrinha


que apenas trabalhava


e não comia nadinha.






Mas a galinha notou


a esperteza da vizinha


que dizia ser capaz


de comer tudo sozinha.






Com muito cocoricó


que parecia ladainha


a galinha deu o recado


pra porca Li entrar na linha.






A comida ficou pronta,


e quem será que advinha


qual das duas foi comer


como se fosse rainha?






Nina e Noah








Rosa Clement, © 2010






Quando vejo uma barata


toda feliz a voar


tento chamar Nina e Noah


meus cachorrinhos valentes,


que nem saem do lugar.






Porém se algum estranho


vem olhar no meu portão


até me despreocupo


pois meus atentos vigias


chamam minha atenção.






Nina que é a mais travessa


adora roer de tudo.


Quando descubro na hora


ela só quer se esconder


pra não ver rosto sisudo.






Noah que é bem grandão


se deita feito um tapete


ao tirar uma soneca


e não acorda tão cedo


nem se alguém solta um foguete.






Esses meus dois cachorrinhos


podem não caçar baratas


e brincar o dia inteiro


mas latem para mostrar


que são bravos vira-latas.


A Pulseira da Mila















A jovem macaca Mila


não gostou da brincadeira


e ficou muito zangada


com a turminha do sitio,


pois sumiu sua pulseira.






Ela perguntou a todos


se por alguma pirraça


esconderam seu adorno,


dizendo que não gostava


desse joguinho sem graça.






Será que foi o Totó,


que andava aborrecido


sem ter nada pra fazer


e enterrou a pulseira


em lugar desconhecido?






Ou será que a Fofura,


que é mansa e obediente,


mas também muito manhosa,


viu a jóia em algum canto


e achou que era um presente?






Pode ser que foi o Raio,


que fez um estardalhaço


galopando com o vento


e fez a pulseira de Mila


escapulir de seu braço.






Não... A culpada é a Mila.


Ela foi jogar baralho


com os amigos de longe


e decidiu pendurar


sua pulseira num galho.


 
Rosa Clement, © 2010