segunda-feira, 2 de agosto de 2010

COMPREENSÃO


COMPREENSÃO Descrição operativa (como funciona) "Reconhece os distintos fatores que influem nos sentimentos ou no comportamento de uma pessoa, e aprofunda no significado de cada fator e em sua inter-relação e adequa sua atuação à essa realidade". Vamos considerar o tema da compreensão dentro das relações pessoais. A descrição operativa não faz referência às consequências de haver chegado a compreender o outro. Mas está claro que se chegar a captar os distintos fatores que influem no estado de ânimo, ou no comportamento de outra pessoa, será mais fácil ajudá-la a melhorar em um sentido muito amplo. Inclusive, nada mais que sentir-se compreendendo pode ser uma ajuda importante em algum momento. A MANEIRA PESSOAL DE VIVER A COMPREENSÃO 1. Reconheço que devo educar a cada filho/aluno de uma maneira diferente, porque cada um é diferente. Portanto, necessito conhecer e compreender a cada um. (Se entendo que convém tratar todas as crianças da mesma maneira, a compreensão não tem nenhum sentido. Às vezes, este tipo de atuação igualitária é inconsciente). 2. Tento estar nas melhores condições possíveis para compreender aos demais. (Por exemplo, se um educador está muito preocupado por algum tema pessoal, seguramente não poderá prestar a atenção adequada ao outro). 3. Escuto, observo e falo com outras pessoas com o fim de captar uma informação adequada com respeito a meus filhos/alunos. (Compreender significa, em primeiro lugar, conhecer. E não somente as atuações ou condutas, mas ir atrás para indagar sobre as causas das condutas manifestas). 4. Intercâmbio meus pontos de vista com meu cônjuge e com o professor, com o fim de conseguir uma visão objetiva e evitar possíveis preconceitos. (A compreensão requer manter-se em dia com a informação. É possível que a compreensão fique limitada por haver adotado uma visão rígida da situação de algum jovem). 5. Pensei em quais critérios quero utilizar para conhecer os jovens. Portanto, fixo-me no que é importante e não no que é secundário. (É possível que a compreensão fique limitada porque só nos interessa saber se o jovem é ordenado ou não, por exemplo, sem ter em conta se ele atua de uma maneira generosa ou se é bom amigo). 6. Tento colocar-me no lugar dos jovens com o fim de ver as coisas desde seu ponto de vista. (Isto é o que se chama de compreensão empática. Algumas pessoas o conseguem com maior facilidade que outras. Mas sempre convém tentá-lo). 7. Em geral, mostro meu interesse por meus filhos/alunos de tal maneira que reconhecem que são importantes para mim. (A manifestação da compreensão é importante para que o outro se sinta compreendido. Será mais fácil conseguir este resultado se existe habitualmente uma preocupação manifesta neste sentido). 8. Mostro minha compreensão com gestos - sorrisos, com os olhos - e explicando o que estou compreendendo da situação para que o jovem entenda que compreendi. (Não basta compreender. É necessário manifestá-lo também). 9. Mostro meu respeito pelos jovens, sem pretender invadir sua intimidade, e sabendo esperar pacientemente para que eles se abram). (As vezes não se pode correr no processo de compreensão. Saber esperar até que o jovem esteja disposto a abrir-se é precisamente uma mostra de compreensão). 10. Busco o momento oportuno para atuar a favor de um jovem sabendo que a compreensão pode significar coisas muito diferentes. (Por exemplo, depois de uma reprovação em um exame, segundo as circunstâncias, compreender pode significar calar-se, chamar-lhe a atenção, animar-lhe, escutar-lhe ou simplesmente estar perto). A EDUCAÇÃO DA COMPREENSÃO 11. Ajudo os jovens a conhecer-se em algum grau, especialmente quanto a seu caráter, com o fim de poder confiar em suas próprias possibilidades. (Um jovem que não está seguro de si próprio nunca estará em condições de prestar atenção às necessidades dos demais e compreendê-las). 12. Ajudo aos jovens a desenvolver sua capacidade de escutar, de observar e de atender aos demais. (São as capacidades básicas necessárias para se conhecer aos demais. Uma vez conhecido, se pode passar à compreensão). 13. Ajudo aos jovens a refletir sobre seus próprios problemas com o fim de superá-los e esquecer-se deles e, assim, poder dedicar-se aos demais. Também lhes ajudo a descobrir que preconceitos podem ter com respeito a seus colegas. (Os adolescentes ficam muito afetados por problemas de tipo afetivo. Neste situação tendem a exagerar negativamente sua percepção dos demais). 14. Ajudei aos adolescentes a descobrir os sentimentos e estados de ânimo dos demais. (De fato se pode ajudar a desenvolver esta capacidade desde pequenos. Bastará fazer perguntas como "se fizer isto como se sentirá sua mãe"? ou "pensou em como pode sentir-se seu amigo agora que seu pai faleceu"?). 15. Ajudo aos jovens a descobrir as diferenças de caráter, inteligência, sensibilidade, etc. entre seus irmãos e seus colegas no colégio. (Compreender significa reconhecer diferenças. Porque as pessoas somos diferentes, é necessário fazer o esforço da compreensão e atuar congruentemente). 16. Depois de diferentes acontecimentos ou condutas, ajudo aos jovens a indagar sobre as causas dos mesmos. (É simplesmente o costume de pensar: "por que será que ele me disse isto"?, por que fez isto"?). 17. Tento conseguir que os jovens sejam empáticos, colocando-se no lugar do outro e vendo as coisas a partir de seu ponto de vista. (Não é fácil, nem para um adulto. Entretanto, vale a pena sugerir, raciocinar, e chamar a atenção, com o fim de que vejam que existem outros pontos de vista que não coincidem com os próprios. 18. Informo aos jovens para que saibam que se trata de adaptar-se a cada pessoa e a cada situação. (O que fizeram um dia para um colega, não necessariamente é o que é preciso fazer hoje para outro). 19. Em geral dou bom exemplo, tentando compreender aos demais sem preconceitos e sem rigidez, de tal maneira que os jovens se comportem da mesma maneira. (Interessa conseguir que os filhos/alunos se preocupem pelos demais tendo detalhes para com eles em muitas circunstâncias diferentes). 20. Tento conseguir que os jovens compreendam cada vez melhor a sua mãe, a seu pai ou a seu professor.

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