domingo, 26 de setembro de 2010

O SAPO JURUBEBA


                          
Os sapos, as rãs e as pererecas passavam dias e noites brincando e cantando no lago da Alegria Sem Fim.
Jurubeba era um sapo implicante, que não enxergava direito, mas não era mau.
Só que ela achava a lagoa bagunçada. por isso, sem perguntar nada a ninguém, resolveu arranjar um rei para pôr ordem nela.
Sapo Bolão, já bem velho e muito sábio, falou para Jurubeba:
- Não faça isso! Seus amigos da lagoa vão ficar com raiva de você. Quem quer um rei?
Mas Jurubeba não ouviu o sapo Bolão. Um dia, ele viu um enorme sapo boiando nas águas da lagoa e gritou:
- Achei! Achei o nosso rei!
Mas o enorme sapo não passava de um tronco velho, coberto de cipós, com um buraco que parecia mesmo uma grande boca aberta.

Jurubeba pensou que fosse um sapo-boi.
Os sapos, as rãs e as pererecas levaram um susto ao ver aquele tronco feio com a coroa do rei dos sapos. Mas não tiveram coragem de deixar Jurubeba triste e se calaram.
Uma manhã, a rãzinha Aretiza acordou de mau humor:
- Já cansei! Fora, seu tronco velho e feio!
Jurubeba acordou com os gritos de Aretiza. Pulou em cima do tronco e gritava:
- Faça alguma coisa, rei dos sapos! Você não é de nada?
Mas o rei não se mexia.
Finalmente, já cansado, Jurubeba voltou para a margem do lago e chorou.
Sapo bolão e Aretiza riam a bandeiras despregadas:
- Rei dos sapos??!! Só se for rei dos troncos velhos!

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