quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Estresse é o segundo fator de risco para o coração em São Paulo

O Jornal Hoje monitorou os batimentos cardíacos e a pressão arterial de trabalhadores em três capitais brasileiras. Avalie seu nível de estresse.

Giuliana Girardi, Gabriela de Palhano, Mônica Silveira

São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco

Para muitos brasileiros o caminho até o trabalho significa uma viagem estressante. É um tempo desperdiçado e de sérias consequências para a saúde do trabalhador.
O que muda no organismo? Como identificar as alterações? O Jornal Hoje monitorou os batimentos cardíacos e a pressão arterial de trabalhadores em três capitais brasileiras começando por São Paulo.
Gislaine sai todo dia muito cedo para ir trabalhar porque enfrenta um longo percurso. Da casa até o trabalho são quantos aproximadamente quarenta quilômetros.
Chegando à avenida mais próxima a sua casa, já começa um fluxo maior de carros. Os batimentos cardíacos de Gislaine são 140 por minuto.
Mais à frente uma pessoa caída no chão chama a atenção de Gislaine. Os batimentos já são 100 por minuto. “Tem muito acidente, porque tem muitas motos. Fico assustada”, afirma.
O congestionamento aumenta e os batimentos de Gislaine passam a 80 por minuto. “Geralmente eu sou muito bem humorada, mas teve dias de eu perder completamente o humor, começar a chorar de tanto desespero”.

JH: “Você acha que você era assim antes ou foi piorando?”.

“Fui piorando bastante, antes eu era bem mais tranquila. Mas agora me irrita de uma forma que tem dia que eu não consigo me controlar. A vontade é deixar o carro onde está e sair andando”.
No Rio, 510 mil pessoas usam o trem todos os dias. A maioria também pega metrô, como é o caso de Rafael que tem que sair de casa ainda no escuro para chegar ao trabalho.
Uma cardiologista também embarca no trem para medir a pressão arterial e a frequência cardíaca do ajudante de eletricista. “12 por 8 a gente considera uma pressão boa. A frequencia tá alta 104 por minuto”, explica.
“Dói os pés você já chega ao trabalho cansado, a gente tem que ficar com o braço pendurado”, diz Rafael.
Cada vez a lotação vai aumentando vai ficando mais cheio. “Já deu uma aumentada na pressão dele 14 por 9, com 106 batimento por minuto”, comenta a médica.
“Eu durmo umas cinco horas por dia. Às vezes, quando você consegue ir sentado, aproveita aquela uma hora cochilando, tentando recuperar o tempo que não consegue dormir em casa, falta de tempo por causa da rotina”, afirma Rafael Damião Silva, ajudante de eletricista.
Em Pernambuco acompanhamos Celso Aragão. Ele mora num bairro da região metropolitana do Recife e todos os dias pega quatro ônibus para ir ao trabalho e mais quatro pra voltar pra casa.
O ajudante de entrega já começa com os batimentos a 164 por minuto. “Já estou estressado e é só a segunda etapa, ainda faltam mais duas, né?”, diz.
Quase duas horas depois ele chega ao seu destino. “Já tô todo suado e vai começar agora, né? E quando largar começa tudo de novo”, diz Celso Aragão, ajudante de entrega.
“Ele mantém uma frequência cardíaca alta desde o início até o final do exame, mas o maior é quando ele entra no ônibus”, avalia Celso Albuquerque, cardiologista.



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