A percepção de que existe uma crise emocional é sinal suficiente para que nossa atenção aumente e paremos imediatamente, para uma avaliação consciente dos pontos envolvidos nessa crise. Porém, a palavra crise sempre nos parece vir diretamente ligada à palavra sofrimento e ninguém quer sofrer, é claro!
Como então encarar uma crise positivamente se o sentimento ligado a ela é tão indesejável?
Talvez, entendendo de onde vem o sofrimento possa ajudar. E, o que nos causa sofrimento diante de uma crise não é outra coisa senão o apego e a tentativa de controle. Apego à velha e conhecida situação, medo do novo, do desconhecido, da nossa capacidade de lidar com a novidade, medo de não conseguir controlar o resultado.
Essa pode ser a real causa do sofrimento diante de uma crise, o apego e a vontade de controlar!
Sofremos por causa de nossa resistência à entrada de novas percepções e mudanças quando percebemos que, inevitavelmente, teremos de reavaliar, ou largar, alguma coisa. Podemos ter que largar alguns valores, relacionamentos, sentimentos, pensamentos, desejos ou condutas, e isso pode nos parecer muito ameaçador!
A crise acontece quando preferimos ficar quietos, nos apegando a uma antiga situação, por já nos ser velha conhecida. Ela parece segura de alguma forma. Preferimos o terreno conhecido, mesmo que insatisfatório a dar um passo em direção a qualquer tentativa de mudança desconhecida. Queremos certezas do que nos aguarda pela frente!
Porém, as situações parecem que não esperam por nós e vão acontecendo sem nosso controle e por mais que nos esforcemos para tentar travar, diminuir o ritmo do externo, as coisas parecem nos atropelar e nos causam sofrimento à medida que resistimos. Nossa própria atitude é quem nos causa o sofrimento, e não o externo ou os eventos e as pessoas envolvidas.
Atitudes de apego e resistência a mudanças costumam se disfarçar em frases do tipo:
- Nem adianta tentar mudar! Não tem solução, pois não depende de mim! Está assim para todo o mundo!
Dessa forma, jogamos a culpa no externo, nos outros, no país, nos furtando da responsabilidade de termos que mudar algo, que na verdade não queremos mudar ou abrir mão. Parece mais fácil dizer que nada se pode fazer, quando na verdade, nada se quer fazer.
Mudanças pessoais dão trabalho! E dizer que nada podemos fazer, não gera sentimentos de culpa, nem cobranças pessoais. Pode-se permanecer, ou ao menos tentar permanecer, parado protelando a ação por mais tempo.
Mas não existe esse tempo, e somos forçados a reagir, pois as coisas vão desmoronando à nossa volta. Vão ficando cada vez mais difíceis, e a certa altura alguém nos dirá:
- Coitado! Que vida difícil a sua!
E a crença na impossibilidade se instala, pois colocamos a responsabilidade “na vida”. Vida, que nesse sentido, é uma coisa vaga e convenientemente sem definições.
Mas o que seria essa tal “vida”, senão uma conseqüência de nossas próprias ações anteriores? A “vida” nesse caso estaria reagindo às nossas ações e “provocando” nossas crises.
Para as pessoas que reagem dessa forma, dá uma enorme vontade de ficarem quietinhas, esperando que as coisas aconteçam milagrosamente a seu favor, e que ao final, não tenham que largar nada e que também não sofram!
Pensamento infelizmente mágico e impossível, pois o sofrimento para elas já começa assim que as opções, e escolhas a serem feitas, aparecem!
Tudo em nossa vida exige que pequenas ou grandes escolhas sejam feitas! E isso pode ser muito complicado para quem tem problemas com apegos! Os apegos serão sempre os grandes responsáveis pelas crises que enfrentarão em suas vidas!
Não temos aqui infelizmente, espaço para trabalhar os aspectos envolvidos e como nos libertar desses sentimentos. Esses e outros sentimentos destrutivos são amplamente discutidos e trabalhados em todos os cursos do Instituto Ráshuah. Mas você pode trabalhar esses sentimentos, entendê-los e também aprender a lidar com pessoas que costumam ter esse tipo de reação, no livro - O EU CONTROLADOR
Vale a pena trabalhar esse sentimento que pode paralisar sua vida!
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