domingo, 18 de julho de 2010

TEXTOS



PASSARINHO FOFOQUEIRO







Um passarinho me contou



que a ostra é muito fechada,



que a cobra é muito enrolada,

que a arara é uma cabeça oca,


e que o leão marinho e a foca…



- Xô , passarinho! Chega de fofoca!









OS SAPINHOS VERDES LINGUARUDOS

Os sapinhos linguarudos
Nunca foram fofoqueiros,
Mas seus olhos veem tudo
Eles comem o dia inteiro.

Os insetos que aqui passam
Pelas suas vizinhanças,
Com línguas compridas traçam,
Assim enchem suas panças.

Se você for à lagoa
E encontrar estes sapinhos,
Os bichinhos numa boa
Estarão dando pulinhos.

São sapinhos tão verdinhos
De olhos grandes, seguros,
Comem sempre, os gorduchinhos,
Nunca vão ficar maduros.


A BRINCADEIRA DAS LETRINHAS

Maria Hilda de J. Alão

A aula havia terminado. Em algazarra, as crianças foram saindo da sala. A professora guardou, cuidadosamente, os livros no armário de aço, trancou a porta e se retirou fechando a sala de aula.
Chegou a noite. Dentro do armário de aço livros, cadernos e lápis dormiam. De repente um barulho. O livro de Gramática despertou. Ele era muito tagarela. Também, com aquela porção de letras só podia ser tagarela.
- Pessoal! É hora de acordar! – gritou ele.
As letras despertaram esfregando os olhos cheios de sono.
- O que aconteceu? – perguntou a letrinha “A” bocejando.
- Não aconteceu. Vai acontecer. – disse o livro sacudindo todas as páginas.
- Ai! Pára de se chacoalhar senão eu caio da página. – reclamou irritada a letrinha “Z”, a última do alfabeto da Língua Portuguesa.
- Desculpe! Não fiz por mal. Foi só para acordar todo mundo. – disse o livro rindo baixinho.
- Afinal, qual o motivo dessa bagunça toda? – perguntou, com sua voz de trovão, a letrinha “X”.
- Não é bagunça. É que eu pensei em fazer uma surpresa para as crianças amanhã. Pensei numa brincadeira que vai fazer a turma quebrar a cabeça só pensando.
- E que brincadeira é essa? – quis saber a letrinha “C”.
- Eu pensei assim: e se algumas letrinhas se embaralhassem, outras se duplicassem para formar uma palavra! As crianças terão de organizar as letras para saberem qual é a palavra. Não é uma idéia legal? – terminou todo eufórico o livro.
- Taí! Gostei da idéia. – afirmou a letrinha “Q” balançando o rabinho.
- E qual é a palavra? – perguntou a letrinha “K”.
- A palavra eu já escolhi, e afirmo que não é das mais fáceis. Vou começar chamando a letrinha “D” e, a seguir, as outras que formam a palavra escolhida.
- “D” se apresentando, comandante. – disse, fazendo continência, a letra “D”.
- Como faremos quando surgir a mesma letra duas vezes? – perguntou a letrinha “D”.
- Bem! Aí nós pediremos ajuda ao nosso amigo lápis. – respondeu o livro.
O lápis, que até o momento não dissera nada, ficou todo assanhado. Ele ia participar da brincadeira. Ele ia duplicar as letras da palavra difícil que o livro inventara. E o livro continuou a chamar as letras que, depois de todas arrumadinhas, resultou na palavra abaixo.
DORAPAPEPILELE
– Ih! Será que as crianças vão acertar? É uma confusão… Eu não sei o que está escrito aí. – disse, fazendo careta, a letrinha “B”.

– Eu sei. É tão fácil! Vocês é que não prestam atenção. – contestou a letrinha “V”.
- Eu protesto! Onde já se viu escrever palavras misturando as letras. Já pensou se os livros fossem escritos dessa forma? Coitadas das crianças. Isso não se faz… – protestou a letrinha “U”.
- Chega de conversa. Já fizemos a nossa parte, agora vamos dormir. Amanhã nós saberemos se as crianças são espertas ou não. – falou a letrinha “T”.
E o livro de gramática, agradecendo, fechou as páginas para que as letrinhas dormissem porque, pela manhã, elas teriam muito que fazer.
- Vovó, eu já sei qual é a palavra…
- Guarde para você. Não vá estragar a brincadeira do livro de gramática.







RECEITA PARA SER FELIZ

1 kg de coragem
1 xícara de esperança
½ colher de chá de humildade
2 copos de verdade
3 litros de tolerância.

Bata tudo no pensamento
Unte seu coração
Despeje nele os ingredientes
Agora é só esperar um momento
Conte até três
Está pronto!
Sirva para todos de casa:
A felicidade.


Maria vai com as outras.( Silvia Orthof)


Era uma vez uma ovelha chamada Maria. Onde as outras ovelhas iam, Maria ia também.
As ovelhas iam para baixo Maria ia também.
As ovelhas iam para cima, Maria ia também.
Um dia, todas as ovelhas foram para o Pólo Sul. Maria foi também. E atchim!
Maria ia sempre com as outras. Depois todas as ovelhas foram para o deserto. Maria foi também.
- Ai que lugar quente! As ovelhas tiveram insolação. Maria teve insolação também.
Uf! Uf! Puf! Maria ia sempre com as outras.
Um dia, todas as ovelhas resolveram comer salada de jiló.
Maria detestava jiló. Mas, como todas as ovelhas comiam jiló, Maria comia também. Que horror!
Foi quando de repente, Maria pensou:
“Se eu não gosto de jiló, por que é que eu tenho que comer salada de jiló?”
Maria pensou, suspirou, mas continuou fazendo o que as outras faziam.
Até que as ovelhas resolveram pular do alto do Corcovado pra dentro da lagoa. Todas as ovelhas pularam.
Pulava uma ovelha, não caía na lagoa, caía na pedra, quebrava o pé e chorava: mé!
Pulava outra ovelha, não caía na lagoa, caía na pedra e chorava: mé!
E assim quarenta e duas ovelhas pularam, quebraram o pé, chorando mé, mé, mé!
Chegou a vez de Maria pular. Ela deu uma requebrada, entrou num restaurante comeu, uma feijoada.
Agora, mé, Maria vai para onde caminha seu pé.

Sylvia Orthof






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