Brincadeira do Viúvo
A brincadeira é assim:
Um círculo de cadeiras onde cada pessoa fica sentada em uma. Essas, serão as "esposas". Em apenas uma das cadeiras, não senta ninguém.
Atrás de cada cadeira, ficará um "marido" de pé, com as mãos para trás e, na cadeira vazia, ficará (também de pé) o "viúvo".
Todas as esposas se olham e o viúvo flerta com todas elas, que também olham para ele.
Quando ele piscar para alguma esposa, ela deverá rapidamente sair de sua cadeira e sentar na cadeira do viúvo, que então, se tornará um marido.
Os maridos não podem deixar suas esposas saírem da cadeira, e quando um viúvo pisca para a esposa dele, prontamente ele deve segurar os ombros da esposa, para que ela não escape.
Quando um marido bobeia e não percebe o flerte do viúvo, deixando sua esposa escapar, ele se torna o viúvo da vez.
Lá vai:
Uma fileira de crianças de mãos dadas que será a família, com a mãe e os filhos (pode ter pai, tia, o que quiser).
E uma outra criança, de frente para a família que será a mulher que quer uma filha.
A brincadeira toda é feita com versinhos em forma de diálogo entre a família e a mulher. Sempre quando a família falar, vai cantar andando em direção a mulher sincronizando os passinhos com os versinhos cantados, para frente e para trás, e vice-versa.
mulher - Bom dia, Vossa Senhoria
Mando tiro tiro lá
família - Que deseja em vossa casa?
Mando tiro tiro lá
mulher - Eu desejo uma de suas filhas
Mando tiro tiro lá
família - Qual delas a Senhora deseja?
Mando tiro tiro lá
mulher - Eu desejo a mais bonita (esperta, faceira, querida...)
Mando tiro tiro lá
família - Todas elas são bonitas (ou outros adjetivos)
Mando tiro tiro lá
mulher - Eu desejo a Maria
Mando tiro tiro lá
família - Que ofÍcio dareis a ela?
Mando tiro tiro lá
mulher - Dou o ofício de professora
Mando tiro tiro lá
E então, a filha é perguntada se aceita ou não este ofício... Se a resposta for negativa, a mulher deve escolher outro até a filha topar. E finalmente quando ela aceitar o ofício, todos cantam:
Vamos fazer as festa juntas
Mando tiro tiro lá
Já comemos, já bebemos,
à saúde de Iaiá!
E a filha sai da fileira da família e dá as mãos para a mulher, que continua pedindo filhas para a família até a mãe ficar sozinha ou até cansarem da brincadeira...
Mamãe Polenta
Mamãe Polenta é incrível, um jogo de encenação (mamãe e filhinhos) que termina num delicioso pegador (ou pega-pega, para alguns).
Mamãe Polenta é assim:
Uma criança vai ser a Mamãe Polenta e o resto da criançada vai ser filho.
Mamãe está na cozinha preparando uma polenta, e os filhos, atraídos pelo cheirinho gostoso, perguntam:
filhos - Mamãe, que cheiro bom é esse?
mãe - Polenta, meus filhos.
filhos - Dá um pouquinho?
mãe - Não, agora eu vou à missa. Só depois, quando o papai chegar.
E a mãe tranca a polenta no forno e vai para a missa levando a chave.
Enquanto a mãe reza, suas mãos estão para trás entreabertas, segurando a chave.
Os filhos seguem a mãe e um deles rouba a chave sem a mãe perceber. Saem de fininho e, de volta à casa, abrem o forno e comem toda a polenta.
Quando a mãe volta da missa, todos os filhos ficam se contorcendo e choramingando, dizendo assim: "Ai, que dor de barriga! Ai que dor de barriga!”.
E acontece o seguinte diálogo:
mãe - Cadê a Polenta que estava aqui?
filhos - O gato comeu...
mãe - Cadê o gato?
filhos - Está em cima do telhado...
mãe - E como eu faço pra subir?
filhos - Pega uma escada...
mãe - E se eu cair?
filhos - Bem feito!
E a mãe sai correndo atrás deles por causa da malcriação!
Quem for pego será a próxima Mamãe Polenta.
Assim:
Uma criança fica de costas para um paredão e as outras crianças ficam na outra extremidade, enfileiradas. Melhor ser uma distância considerável entre o paredão e as crianças, para que haja um grau de dificuldade maior na brincadeira.
A criança que está no paredão, conta, de olhos fechados e virada para a parede: "Batatinha frita um, dois, três!"
Enquanto isso, as outras crianças enfileiradas vão caminhando conforme o ritmo ditado pela criança na parede (pode ser rápido, devagar, pausado...).
A criança da parede, quando terminar a frase, deve virar para o grupo todo que vai imediatamente ficar paralisado feito estátua enquanto a criança observa se alguém irá se mexer.
Quem se mexer, volta para o início e deve começar tudo de novo.
O resto vai andando em direção ao paredão até alcançá-lo com as mãos.
Só pode voltar a se mexer quando a criança do paredão estiver de costas, cantando a música.
O objetivo das crianças é alcançar o paredão. Quem alcançar primeiro, será a nova pessoa a contar "batatinha frita um, dois, três".
Tatu Bolinha
Riscamos com um pedaço de tijolo vermelho o chão com as linhas onde cada tatu-bolinha iria competir e colocamos o ponto de partida e de chegada. As crianças escolhiam um tatu-bolinha para ser seu competidor. E dá-lhe os tatus-bolinha correndo!
O tatu vencedor era aquele que, além de ter alcançado primeiro a linha de chegada, não tinha virado bolinha e nem saído da pista.
O Espelho
A brincadeira consistia em andar pela casa olhando somente para o reflexo do espelho, contornando cuidadosamente todos os obstáculos como lustres, batentes de portas e janelas e não esbarrar em nada do que eu via.
O legal de tudo isso era sentir um mundo diferente do que o mundo que eu estava vendo e vice-versa, porque sempre esbarrava em um sofá, um sapato no chão, a cama e outros móveis realmente existentes no espaço por onde eu andava, mas não via. E pulava lustres e batentes que eu via, mas não sentia.
Adorava a sensação de contraposição entre o realmente sentido versus o realmente visto.
Pezinho
Acontece assim:
Uma roda de crianças, todas colocando um dos pés no centro da circunferência formada.
Enquanto os pés estão no centro, todo mundo fala:
- Pezinho!
E depois disso dá-se um pulo para trás e os participantes vão dizendo a ordem de quem será o primeiro, segundo... Até o último a jogar, assim: Primeira! Segundo! Terceira! Quarto!
Então começa a rodada. O primeiro participante tem que tentar pisar no pé de alguém com um único passo ou pulo e ficar onde parou, na mesma pose congelada. A pessoa responde tentando tirar o pé rapidamente num outro único passo ou pulo e congelar também. E vai indo na seqüência, conforme a ordem que os participantes estipularam.
Quem tiver seu pé pisado, sai da roda.
A brincadeira é mais legal ainda quanto maior o número de participantes a jogar.
Inércia
Era assim:
Quando andávamos juntas de carro, charrete, ônibus ou metrô, tínhamos, inevitavelmente, que nos deixar levar pela inércia. Era uma lei (da física!) a ser cumprida.
E era uma delícia ir de um lado ao outro, deixando nossos corpos moles serem levados ao sabor das curvas, buracos, paralelepípedos e da velocidade...
Como era bom sentir tudo isso e de quebra aprender naturalmente (e corporalmente) um pouco de física!
Uma variação dessa brincadeira deixava-a ainda mais interessante: além dos corpos serem levados pela inércia, emitíamos sons direcionando-os à caixa torácica que "tremiam" a cada chacoalhada diferente causada pelos buracos e texturas da rua.
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